Mariana
Antes das sete da manhã eu já estava de pé, costume de levantar cedo pra ir pro curso e também por eu não consegui dormir até tarde quando eu não estou na minha casa.
Vilão já estava acordado, inclusive já estava arrumado, só sem camisa pelo fato de eu estar com a mesma, a toalha molhada pendurada no banheiro significava que ele já havia tomado banho.
Aproveitei para tomar um banho também e me arrumar. No banheiro tinha escovas de dente fechadas, abri uma e usei.
Vilão havia falado ontem que quanto mais cedo a gente fosse embora seria melhor.
Mariana: Aqui a tua blusa — Entreguei a ele e aproveitei para encarar da varanda o mar
Vilão: Bora meter o pé então?
Mariana: Tava querendo descer na praia, desde ontem eu tô afim. Só andar um pouco, é rápido. — Vi ele me olhar pensativo.
E eu estava jurando que vinha um não bem ignorante, o que é bem normal dele, mas ele concordou, então fomos saindo.
Eu não sei o que aconteceu com o outro Vilão mas eu espero que esse de agora continue, essa personalidade dele de agora tá sendo bem melhor.
A praia estava vazia, tinha algumas pessoas caminhando por ali, mas era bem poucas. Eu só queria andar pela areia mesmo e ouvir o barulho do mar. Ultimamente tempo pra vir a praia era o que eu não tinha, trabalhar e estudar é umas das coisas mais cansativas do mundo.
Vilão: Maior tempão que eu também não botava a cara em praia assim, só de marola tá ligada? Tinha até esquecido a sensação de paz que esse lugar aqui trás.
Mariana: Sim — concordei — Eu sempre vinha quase todos os dias na praia, os finais de semana então... mas depois que eu comecei a trabalhar, acabou minhas mordomias.
Vilão: É pô, tu não pode vir porque trabalha demais e eu não posso vir porque se eu der muito mole na pista eu sou preso. Escolhas — sorriu fraco.
Mariana: Faz muito tempo que você tá nessa vida?
Vilão: Eu entrei quando eu tinha 17.
Mariana: E você não pensa em sair? — questionei.
Vilão pareceu pensar por uns segundos e me olhou negando com a cabeça e esse assunto se encerrou por aí, e eu não vou negar que queria saber mais.
Paramos para comer em um quiosque que estava aberto ali e fomos. Já tínhamos feito os nossos pedidos e a moça já disse que traria para a gente.
— Olá, tudo bom com vocês? — um rapaz, com aparência de ter uns vinte e poucos anos, e uma gracinha por sinal, se aproximou da nossa mesa, ele estava com uma câmera fotográfica em mãos.
Respondi ela na maior educação enquanto o Vilão fez questão de fechar a cara pro garoto e encarar ele de forma séria.
— Primariamente eu peço desculpas pro atrapalhar a conversar de vocês dois assim — me olhou e eu sorri fraco — meu nome é Pedro, e eu sou fotógrafo. Sei que é estranho abordar vocês assim, mas eu estava te observando de longe e você tem um grande potencial para ser agenciada por alguma empresa. Já pensou em ser modelo?
Neguei com a cabeça sorrindo sem jeito e percebi que o Vilão olhava tudo aquilo com a pior cara do mundo. Normal dele.
Pedro: Como eu te disse, você tem um potencial enorme para isso. Mas não precisa falar nada agora — ele sorriu — Eu sou dono de uma empresa, aqui em Copacabana. Estamos procurando meninas para uma campanha publicitária, caso você se interesse. Posso deixar meu contato com você?
Eu concordei que sim e fui ouvindo ele me explicar sobre a tal campanha, no fim peguei o número dele e fiquei de o ligar para dar a minha resposta.
Vilão: Tu vai mermo ir se encontrar com esse maluco aí? — falou assim que o garoto saiu da mesa.
Mariana: Não sei, vou pensar. Jogar o nome da empresa dele no Google, procurar saber sobre. Se for verdade e eu me interessar, quem sabe — dei os ombros.

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Mente de Vilão
Romance157 bolado, era o terror das favelas mas tive sorte no amor, achei minha cinderela. Eu só andava de peça e de carrão importado mas quando me apaixonei eu vi que tinha mudado....