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Vilão

Tava bem afim mermo de pegar aquele maluco lá no soco, pô. Precisei nem me esforçar muito pra fazer ele falar merda.

Tá óbvio na cara dele que ele não é nunca o que ele passa ser, a cara de sonso dele não me enganou nem um pouco.

Parei meu carro em frente a praia, Mariana me olhou de cara feia mas desceu junto comigo.

Vilão: Vai ficar boladona mermo?

Olhei pra ela depois de alguns minutos em silêncio.

Mariana: Eu nem tô falando mais nada Vilão, não vou bater cabeça com isso não, minha paz e a paciência vale mais.

Vilão: Então desfaz essa cara tua aí pô - segurei o queixo dela puxando seu rosto pra perto do meu.

Mariana olhou nos meus olhos e nem falou nada, me aproximei dela pra beijar a filha da puta e só vi ela afastar o rosto.

Vilão: E falou que não tá mais bolada.

Mariana: Não tô bolada, mas me lembro muito bem das coisas, acredita?

Vilão: Mariana, olha pra mim - segurei o rosto dela e ela me encarou - desculpas, é isso aí?! Foi mal por ontem e por hoje também...

Mariana: Eu tô cansada de tudo isso, Vilão. De todos os seus momentos de grosseiras comigo, da forma como você se estressa por pouco coisa, da forma como você é explosivo e agressivo. As coisas não são assim, cara.

Vilão: Eu tô te pedindo desculpas. Pô, Mariana, não complica.

Mariana: A gente nem tem nada e já se estressa por tanto. Já tá ficando chato pra mim, eu tô chata te cobrando as coisas.

Vilão: Eu tô tentando mudar, Mariana! Por você, mas parece que você não percebe, porra. Compara desde o início com agora, eu realmente tô tentando.

Mariana: Não é primeira vez que a gente briga por isso... E eu gosto de você, mas eu não vou me desgastar por isso, é sério.

Vilão: O que a gente tem é maneiro, eu tô curtindo, não quero que você vá, mas se você não quiser mais eu também não vou insistir. É só falar que eu te levo embora e a gente não se fala mais.

Encarei ela que ficou calada, só pelo silêncio dela eu já comecei a imaginar que ela não iria querer mais.

Mariana: Não faz mais isso. Pensa antes de agir, essa tua versão descontrolada não te leva a lugar nenhum. - Balancei a cabeça em concordância sorri fraco.

Segurei o queixo dela devagar e dei um beijo na testa dela, Mariana fechou os olhos respirando fundo e eu aproveitei pra dar um selinho nela.

Mariana: Você é maluco, problemático, louco - falou quase em um sussurro e eu ri - Você definitivamente não é normal.

Vilão: E tu se amarra que eu sei - beijei ela de novo e ela riu.

Mariana: Eu te aconselho uma terapia, isso sim. Se quiser, eu até pago pra você - Dei risada - eu tô falando sério, você precisa de uma psicóloga, viu.

Dei risada negando. Mariana apertou meu rosto do mesmo jeito que eu segurava o dela. E bem em cima de onde o mané lá tinha acertado um soco. Afastei o rosto e ela entendeu do porquê.

Mariana: Mas agora é sério, não faz mais isso - me olhou séria - e para de fazer essa tua cara irônica aí, eu tô falando sério, tu nem conhece o garoto e nem ele te conhece, não tem motivos nenhum de tudo isso.

Vilão: Tem pô, você! O moleque tá indo pro teu lado se forçando de amigo, e tu lerdona tá acreditando.

Mariana: Independentemente, Vilão. Se ele estiver tentando algo a mais comigo, deixa que eu mesma vou colocar ele no lugar dele. Antes de você chegar eu me defendia sozinha.

Vilão: Ja é Mariana, tá na tua responsa então o bagulho. Mas uma parada que eu te falo é que eu não sou de implicar com alguém à toa. Esse Pedro não me desceu, no papo reto. Abraça o papo que eu tô te falando.

Mariana: Pode deixar que se ele tentar algo comigo eu vou gritar pra você ir lá me salvar - falou rindo enquanto me beijava e dessa vez quem se afastou foi eu, só pra fazer graça também.

Mariana veio puxando meu pescoço na maior brutalidade, a filha da mãe deixou logo um arranhão enorme com essa unha fodida dela.

Vilão: Ah Mariana, cortar esse bagulho tio, que unha do capeta, irmão. Ala - passei a mão sentindo arder.

Mariana: Foi sem querer, eu juro - riu me puxando.

Foi papo de segundos pra ela me beijar.

Ela me puxou pra sentar na areia e deitou a cabeça no meu colo, fiquei escutando ela falar enquanto mexia no cabelo dela. Tava na maior paz ali.

Nem parecia que ela tava quase me matando há minutos atrás.

Vilão: Sábado eu vou pra Búzios, vou resolver umas parada por lá. Tá afim de ir junto? Na segunda a gente volta. - ela me olhou.

Mariana: Não é perigoso pra você não? - se sentou me olhando - A última vez que a gente saiu pra fora do morro deu aquele b.o todo.

Vilão: Mó paz, Mariana, não vai dar nada, e se der é pouca coisa. - ri.

Ela me olhou por alguns segundos e já tava esperando um não como resposta.

Mariana: Só se vive uma vez né. Eu vou... - me olhou e eu ri.

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