Mariana
Vilão: Qual foi? — a voz grossa dele ecoou atrás de mim, me virei e vi o mesmo encostado no balcão — Queria saber se eu tô vivo mermo é? — sorri fraco.
Mariana: duas semanas amigo, achei até que já tinham te enterrado.
Vilão me olhou com um sorrisinho de canto e eu me encostei também no balcão ficando frente a frente com ele.
Vilão: Pô, naquele dia lá nem deu pra te agradecer, tu me deu maior moral, se eu tô vivo aqui foi porque tu me ajudou..
Observei ele pegar alguma coisa do bolso e em seguida ele estendeu a mão com várias notas de cem enroladas juntas e presas por um elástico para mim.
Vilão: Uma meta aí pra tu, pô, me fortaleceu legal e ainda por cima passou a madrugada toda no hospital comigo.
Encarei ele e olhei para as mãos dele.
Pela forma com que o dinheiro estava junto dava para perceber que tinha muito mais que mil reais ali.
Não vou negar que eu queria mesmo esse dinheiro. Eu já investiria ele logo no meu salão.
Mas eu não ajudei ele por dinheiro e nem por interesse, foi porque ele realmente precisava.
Mariana: Ih, não viaja, eu não te ajudei pra ganhar nada em troca não, não precisa.
Vilão: E eu disse isso em algum momento, tu não fez pra ganhar nada em troca mas eu tô te dando caraí, pra compensar o tempo que tu me ajudou.
Mariana: Eu entendi, mas é que eu realmente não precisa.
Vilão: aceita e fica mec, é teu — ele colocou o dinheiro na minha mão.
Vilão me olhou e era da mesma maneira que ele me encarou no hospital naquele dia.
E é estranho, porque é um olhar indecifrável e intimidador ao mesmo tempo, e eu que amo troca de olhares fico sem graça pra caralho com a forma que ele me olha.
Marlene: Tô atrapalhando a conversa de vocês, Mariana, ou você já acabou? — a voz dela surgiu ao meu lado e eu me virei para olhar pra ela.
Mariana: o Vilão já estava saindo, não é? — olhei pra ele que encarou feio a dona Marlene e ela fez o mesmo.
Eu tento entender essa relação dos dois. Quando eu vim morar aqui no morro com os meu pais eu tinha dez anos, e nesses oito anos morando aqui a única coisa que eu sei é que a dona Marlene é a avó dele e que até criou ele.
Mas o que ninguém sabe é, qual o motivo do ódio que os dois têm um pelo outro. Eu já até desisti de saber, o povo fala diversas versões diferentes.
Vilão virou as costas e saiu.
Marlene: Eu não te pago pra ficar de papinho, Mariana, ao trabalho! — resmungou passando por mim.
• Vilão •
Na mesa onde o 2N estava também estavam, Pk e mais dois menor, me sentei e fiquei só escutando os papo ruim deles.
Tava com a cara no celular quando eles começaram um assunto que me fez parar e prestar atenção.
Pk: Papo reto, eu ainda vou colocar essa morena no meu porte.
2N: Isso aí tá virando obsessão, Mariana nem da tua cara gosta.
Pk: Mas é aí um bagulho que eu me amarro, mulher marrenta, quando não me quer então... — riu.
2N: Papo tilt, não sabe ouvir um não e acha que tá fazendo certo ficar perturbando a mina.
2N: Desiste, Mariana não vai render pra você nunca! Nem pra você e nem pra ninguém do nosso meio, paizão. Mina é firmeza no bagulho, cola com bandido não, pô.
Pk: Quem disse que eu ligo pra isso 2N? Já viu eu querer alguma parada e não consegui? Vou colocar essa garota no meu nome e vai ser rapidin. — olhou pra ela que tava atrás do balcão.
Maluca quando viu que ele encarava ela logo fechou a cara e virou as costas. Toda cheia de marra a mandada.
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Mente de Vilão
Romance157 bolado, era o terror das favelas mas tive sorte no amor, achei minha cinderela. Eu só andava de peça e de carrão importado mas quando me apaixonei eu vi que tinha mudado....