Vilão
Segurei na mão da Mariana entrelaçando nossas mãos e ela me olhou apertando a minha de volta.
Vilão: Ou, tá tudo suave agora, eu tô aqui contigo — olhei para ela vendo uma lágrima rolar pelo seu rosto.
Passei horas aqui nesse hospital, vi o dia amanhecer sentado nessa cadeira.
A primeira parada que o médico pediu foi um raio X, de lá mandaram ela direto pra sala de cirurgia. Foram horas lá dentro e eu aqui sem notícia nenhuma.
Ouvi o médico falar que a Mariana podia morrer e horas depois ele voltar dizendo que a cirurgia tinha sido delicada mas que ela já estava fora de perigo.
Lá pras quatro da manhã vieram falar comigo, explicaram tudo o que rolou, o trauma que ela sofreu na cabeça e as consequências que isso podia causar nela.
Desde então Mariana tá aqui, em uma cama na U.T.I com vários aparelhos ligados nela e em observação.
Os médicos disseram que as primeiras horas são as mais importantes e não tem nem um hora que ela acordou e já fizeram diversos exames nela.
João: Aonde tá a minha filha? Eu sou o pai dela, tenho direito de saber onde ela tá e qual é o estado dela — a voz dele ecoou do corredor pra cá.
Foi papo de segundos pra ele entrar no quarto e o médico entrar junto com ele.
João: O que aconteceu com ela, quem fez isso com ela? — perguntou para o médico, mas eu percebi o olhar dele sobre mim.
O pai da Mariana se aproximou da cama e parou ao lado dela, a mão dela que eu já havia soltado agora quem segurava era ele.
Mariana por estar com vários aparelhos no rosto dela só olhava para ele.
João: Eu tive tanto medo de te perder, minha filha. Me perdoa, perdoa o seu pai, eu sei que eu errei com você, mas me perdoa... — começou a chorar.
— senhor, por favor, se acalma. Só pode uma pessoa aqui na sala, eu preciso que um de vocês se retire — me olhou.
Vilão: Deixa ele aí, ele é o pai, tem esse direito — falei me levantando.
Independente de qualquer bagulho, da briga que ele teve com ela e essas parada toda, ele ainda é o pai e eu tenho certeza que a Mariana ama esse cara mais do que tudo.
No corredor eu vi as amigas dela, já foram me enchendo de perguntas.
Vilão: Eu não posso marcar muito aqui na pista, qualquer novidade me manda o papo, mais tarde vou colar aqui.
Any: Tá, pode ir tranquilo, qualquer coisa a gente te avisa.
Vilão: Já é, valeu aí. E você cuida do meu afilhado aí — apontei pra Pamella e ela riu fraco.
Pamella: Pode deixar. Vai com cuidado você também.
Balancei a cabeça e sai dali. Mas eu não fui pro morro, mesmo com chance de dar b.o eu fui pra barra. Quando cheguei na casa do Pedro entrei já jogando tudo o que eu via pelo chão.
Vi ele sentado no chão, ele estava bebendo e usando droga.
Balancei a cabeça em negação vendo isso. Já era óbvio, esse moleque só tem essa cara de sonso do caralho, mas é só mais um playboy fodido igual a todos os outros.
Quando ele me olhou nem se moveu de tão zoado que ele estava.
Pedro: Veio cumprir com o que você disse? — me olhou com os olhos vermelhos.
Vilão: E você achou mesmo que eu ia te deixar vivo?
Pedro: Eu não fiz por querer, ela se desequilibrou...
Vilão: Caralho, tu acha mesmo que eu acredito nesse teu papo? Vai se foder. Tu faz geral de otário, mas eu não. Nunca confiei em você, e sempre avisei pra Mariana que uma hora tu ia aprontar alguma, e olha o que tu fez hoje.
Pedro: Eu já falei que eu não fiz por querer! — ele alterou o tom de voz. — Ela quem se desequilibrou e caiu sozinha. Eu não fiz nada.
Vilão: Ah, foi sozinha? Então beleza, me explica aí o que vocês estavam fazendo quando ela caiu? O que aconteceu antes de você me ligar? Porque você me ligou desesperado falando que achava que VOCÊ — enfatizei — tinha matado ela.
Ele me encarou calado.
Vilão: Vai se calar? Tu não tá tua razão? Dá a tua versão, pô. Conta pra mim se tu for o machão.
Pedro: Cara, sério mesmo, faz o que tu quiser comigo, só não me mata. Eu sou o único filho da minha mãe, se eu morrer ela morre também, eu tenho família. Eu sei que eu errei em muita coisa contigo, mas eu juro, eu prometo! Se tu me deixar vivo eu nunca mais chego perto da Mariana!
Ele implorou.
Vilão: Ah Pedro, geralmente segunda chance eu não dou pra ninguém, mas pra você abri uma exceção, eu te dei três, e em todas elas você vacilou. Infelizmente eu não vou poder te ajudar hoje. — falei tirando minha arma da cintura.
Pedro respirou fundo e me encarou com medo.
Eu não ia bobiar hoje, de novo.
Esse moleque ja fez hora pra caralho com a minha cara.
Encarei ele sério e só destravei a minha arma apontando pra ele...

VOCÊ ESTÁ LENDO
Mente de Vilão
Romance157 bolado, era o terror das favelas mas tive sorte no amor, achei minha cinderela. Eu só andava de peça e de carrão importado mas quando me apaixonei eu vi que tinha mudado....