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Mariana

Vilão: Os moleques fecharam um camarote lá na Vitrinni, hoje, bora? - falou e eu parei olhando pra ele.

Mariana: Vocês vivem a vida sem ligar pra nada, não é? Vocês não têm medo de serem presos não?

Vilão: Só se vive uma vez. - riu - vamo, pô, vai ser tranquilo. Dá em nada.

Imagine se não dá em nada...

Descer pra uma casa noturna movimentada na pista, no meio de vários traficantes e a maioria deles são procurados.

Imagina se dar algum problema. Morro de medo de ficar andando com eles assim e chegar alguém atirando do nada, sei lá. Na minha cabeça roda diversos pensamentos e nenhum deles são bons.

Eu ia responder ele, mas a figura da dona Marlene parou na nossa frente. Ela encarou feio o Vilão e ele também não desviou o olhar. Ficaram os dois se olhando sério até ela me olhar também.

Marlene: Achava que o teu trabalho era lá dentro Mariana, não aqui fora, batendo papo com bandido - falou rude

Vilão: E quem te garante que ela tava batendo papo, Marlene? - falou antes mesmo que eu falasse algo.

Marlene: Você acha mesmo que eu vou acreditar que ela estava só te atendendo depois de saber que vocês estão juntos por aí? Me poupe. Quer bater papo Mariana? Bate depois que o teu expediente acabar!

Mariana: Eu já estava indo e o Vilão também já estava de saída. Não é?

Vilão: Não. - falou todo sonso.

Encarei ele querendo matar ele e rir ao mesmo tempo, mas me contive.

Dei uma olhada maneira pra ele e encarei ele que riu todo irônico enquanto se levantava.

Vilão segurou meu rosto e me deu um selinho rápido, encarei ele sem reação e ele se virou saindo.

Por segundos eu parei tentando entender o porquê de ele me beijar na frente de todo mundo.

E assim como a dona Marlene, que me encarava, as pessoas que estavam à nossa volta também me olhavam.

Marlene: Não sabia que vocês estavam namorando - falou me olhando.

Mariana: Mas a gente não tá, nós não temos nada sério.

Falei e ela balançou a cabeça concordando.

Mariana: Vou indo, tenho que adiantar as minhas coisas.

Marlene: Espera, Mariana. Eu ainda não acabei.

Olhei ela incrédula e cruzei meus braços dando sinal pra ela falar.

Marlene: Você é nova, uma menina muito esforçada e trabalhadora. Achei que não seria da sua índole se envolver com homens do tipo do Ítalo.

Abri minha boca pra falar, mas não soube o que dizer. Não entendi aonde ela quer chegar com esse assunto.

Ítalo realmente não é nenhuma flor que se cheire, mas qual o motivo dela querer dar palpite nesse assunto?

Mariana: A gente só fica as vezes, dona Marlene, não é nada sério, já disse.

Marlene: Tá rolando pelo morro que você foi expulsa de casa, Adriana já contou pra todo mundo que o Vilão foi lá dentro da casa do teu pai ameaçar ele.

Mariana: Ah, ela falou isso é? Pois saiba que o Vilão foi me defender, não é nada disso que ela anda falando por aí - interrompi ela sem acreditar

Marlene: O morro todo já está sabendo disso. Sei que eu não tenho nada a ver com a sua vida, mas eu queria pelo menos poder te alertar. O Vilão não é isso o que ele provavelmente passa pra você. Eu sei do que eu estou falando, eu criei esse garoto, tentei educar da melhor forma, mas ele é gente ruim desde criança.

Mariana: Marlene, eu sei que a relação de vocês não é boa, sei também que você mais do que qualquer um aqui conhece ele. Mas o Ítalo tá tentando e ele já me provou isso várias vezes. Eu nem sei se isso vai pra frente, mas se não, nesse tempo todo que nós estivemos juntos ele foi um cara incrível pra mim.

Marlene: Então eu não vou insistir, Mariana, o recado eu estou te dando. O ítalo vai fazer contigo o mesmo que ele faz com todo mundo.

Mariana: E o que ele já fez com as outras pessoas?

Marlene: Acabou com a vida delas, Mariana, se não foi matando foi psicologicamente. Ele fez isso comigo e com muita gente desse morro. Abre os teus olhos. Porque uma hora ou outra ele vai acabar te machucando, se não for fisicamente vai ser psicologicamente. Porque ele é assim, descontrolado. Esse menino não presta!

Mente de Vilão Onde histórias criam vida. Descubra agora