Mente de Vilão

25

Vilão

2N é tão chato que ele conseguiu me irritar pra caralho ao ponto de eu aceitar vir pra praia com ele.

Encarei geral no mar e continuei na minha.

Se isso fosse antes, quando eu era mais novo, com certeza eu me sentiria mal pra caralho por não entrar no mar e curti com os moleque.

Mas hoje em dia eu aprendi a conviver com essa situação, me acostumei e hoje nem ligo mas, tanto que eu nem venho mais à praia.

Vim pra quê se eu não vou curti igual geral?

Hoje eu sei lá porque eu vim. Diego que apertou meu juízo mesmo.

Encarei a Mariana vir na direção de onde nos estávamos e eu queria trocar um papo com ela, mas não agora, eu tava meio bolado e eu nem sei o porquê.

Me levantei da cadeira e só coloquei meu celular no bolso e tirei a chave do meu carro do bolso, pronto para ir embora dalí.

Senti o olhar da Mariana sobre mim e olhei rápido para ela que estava com cara de quem queria falar algo. Ela sustentou o olhar e abriu a boca pra falar.

Mariana: Tá indo embora? - a voz dela saiu baixa.

Vilão: Sim. - confirmei.

Eu até me virei para ir, mas olhei pra ela de novo que já estava sentada em uma das cadeiras.

Pensei se abria ou na a minha boca, meu humor já tá péssimo se eu discutir com ela vai ficar pior, mas mesmo assim falei.

Vilão: Tá com essa cara virada pra mim por quê? - Cruzei os braços e olhei pra ela.

Mariana: Me trata mal num dia e depois tá perguntando o que que aconteceu?

Vilão: Eu te tratei mal? Que dia isso? - Cruzei os braços olhando para ela.

Perguntei na moral mesmo. Nem tô sabendo de nada.

Mariana: Qual é o teu problema, Vilão? Sério, você é muito bipolar, uma hora tá bem, outra hora tá xingando todo mundo. O surto de ignorância que você teve só por eu olhar pras cicatrizes da suas costas naquele dia e agora se fazer de desentendido.

Fiquei calado, percebi o olhar dela sobre mim e encarei o mar.

Minhas cicatrizes é um bagulho que eu não gosto e nunca gostei, quase nunca deixei ninguém ver, mas todas as pessoas que já viram sempre fizeram a mesma pergunta chata de sempre.

E isso me irrita pra caralho, porque faz eu me lembrar de tudo o que me aconteceu.

Passei a mão no rosto e sabia que a Mariana ainda me encarava esperando alguma respostas e quando ela viu que eu estava demorando demais para responder ela virou o rosto e voltou a encarar a tela do seu celular.

Vilão: Eu não gosto dessas cicatrizes, Mariana, me incomodam pra caralho. Sempre que alguém vê, são as mesmas perguntas insuportáveis de sempre, querendo saber o que aconteceu.

Ela tirou os olhos do celular e me olhou.

Vilão: Não achei que você seria sentimental ao ponto de se ofender por isso aí, pô. Foi mal se a forma que eu te tratei te ofendeu. - balancei a cabeça.

Me virei e fui andando suave na minha.

Eu realmente sou bipolar e ignorante mesmo, já é um costume tão grande meu que eu já nem reparo mais que eu tô sendo rude com alguém.

Eu nem imaginei que ela ficaria bolada por isso. Eu falei normal com ela ainda, pô. Maior caô.

Tava com a minha mente pilhanda demais pra pensar nisso, só precisar ficar marolando nas minhas ideias que já já eu ficava suave de novo.

Quando entrei no meu carro, abri o teto solar e joguei o celular no banco do passageiro pronto pra sair, mas peguei ele novamente quando vi a notificação na tela.

Encarei a mensagem da Mariana ali na tela e li pela barra de notificação.

Mariana: Me desculpa também se eu te deixei desconfortável com esse assunto que te incômoda, eu não sabia

- Tá suave, você não sabia

Mandei e bloqueei a tela assim que ela visualizou.

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