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Mariana

Percebi o olhar dele sobre mim e mesmo sem querer deixei o meu vacilar.

Encarei o Vilão de volta e senti na hora o meu coração acelerar.

Nesses dois meses foram poucas as vezes que me encontrei com ele. Eu evito até hoje qualquer lugar que ele possivelmente possa estar, mas nem em todas as vezes eu consigo.

Como hoje. Há semanas eu não via ele por aqui, e justo agora ele tinha que estar bem aqui na entrada do morro?

E é impressionante, em todas as vezes que eu o vejo são as mesmas reações ruins de sempre. Parece que isso nunca vai passar. Esse sentimento que eu sinto por ele.

Mesmo com toda a mágoa que eu sinto por ele, eu ainda sim não consegui superar o que eu tive com ele.

E o que mais me irrita é isso, o simples fato de eu não conseguir superar algo com um cara que nunca foi meu.

Eu me sinto uma idiota por ter colocado sentimento nisso tudo aonde era pra ter apenas prazer. Confundir as coisas entre nós.

Passei um ano e meio traumatizada, falando horrores que não iria mais me envolver com homem nenhum, só pelo fato de o meu último relacionamento ter sido uma merda, pra me chegar um bandido filha da puta e me fazer sofrer tudo de novo.

E eu me sinto uma idiota por isso. Puta que pariu!

Desviei meu olhar e respirei fundo. Queria voltar para a minha casa, me jogar na minha cama e ficar quietinha no meu silêncio. Mas o Pedro estava ali, me esperando.

Caminhei até ele com o olhar de todos os meninos sobre mim. E todos eles me encarando ou olhando sérios pro carro do Pedro.

E eu nem entendi isso, logo vindo deles que sempre foram de brincar comigo quando eu passo, conversar e desejar bom dia ou boa noite. Mas hoje, assim como o Vilão, eles estavam sérios.

Ignorei esse fato e quando eu entrei no carro do Pedro ele mal me cumprimentou e já descarregou milhões de palavras em mim. O tempo todo falando da forma como ele foi tratado pelos meninos.

E eu só queria que ele se calasse um pouco e parasse de falar do Vilão, de me fazer lembrar mais ainda dele. Aliás, tudo me lembra aquele filho da puta, desgraçado. Até o Pedro agora tá me fazendo lembrar dele.

Suspirei cansada e encostei minha cabeça no vidro, me distraí sozinha e só me dei conta que já havíamos chegado quando ele me chamou.

Coloquei o meu melhor sorrisinho no rosto quando o Pedro estendeu a mão para mim e sair do carro. Entramos no restaurante em que ele me trouxe e fomos direto para a mesa que ele já havia reservado para nós dois.

Eu sinceramente não queria vir, por mim eu ficava em casa, mas essa semana foi o aniversário dele, eu não quis ir na festa que ele fez por não estar afim de ir mesmo. Mas ele como sempre ele dando um "jeito" de resolver tudo.

Pedro passou dias insistindo e acabou vencendo pelo cansaço porque eu acabei aceitando.

Mas no fim até que a nossa noite foi tranquila. No início fiquei totalmente retraída, mas depois de beber uma taça de vinho eu até consegui me soltar um pouco mais. Quando fomos perceber a hora vimos que já estávamos ali a maior tempo.

Pedro: Gostou da nossa noite? - parou na minha frente enquanto eu estava encostada no carro dele esperando ele destravar pra gente entrar.

Mariana: Sim, você é uma ótima companhia. - sorri fraco.

Pedro: Falei contigo que eu poderia ser uma boa companhia pra você, não falei? - Sorriu e eu observei ele se aproximar. - Mas se você deixar eu posso fazer sua noite melhorar mais...

Pedro estava parado de frente para mim, ele segurou o meu rosto e me fez olhar nos olhos dele e a outra mão colocou na minha cintura.

A pegada dele tava longe de ser igual a do Ítalo.

E por mais que o Pedro tenha me trago em um restaurante incrível e o papo tenha sido legal, não foi a mesma coisa que com o Vilão.

Balancei de leve a minha cabeça quando eu percebi que de novo eu pensava nesse filho da puta que só fodeu com a minha cabeça, mas parece que foi pior porque eu enxerguei ele ali no Pedro.

Parecia que estava sob efeito de alguma droga, eu via ele ali, com o sorrisinho filha da puta dele.

Sorri fraco e no automático puxei o rosto do Pedro de encontro ao meu e ele me beijou.

A mão dele foi parar no meio dos meus cabelos e ele apertou mais forte minha cintura, não demorou para eu perceber que ele já estava começando a se soltar até demais e foi isso que me fez separar dele quando cai na minha realidade.

Pedro: O que foi, Mari? Fiz alguma coisa de errado? Você não gostou? - Questionou quando eu me afastei.

Mariana: Não! - limpei a garganta - Eu só acho que já tá tarde, amanhã você trabalha, e eu também. Se você puder me levar, por favor... - Vi ele concordar com um sorriso no rosto.

Mente de Vilão Onde histórias criam vida. Descubra agora