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Mariana

Vilão: Tem certeza que tu vai subir sozinha mermo? Essas horas da noite. — insistiu em perguntar e eu assenti que sim com a cabeça. 

Mariana: Minha casa é na rua da frente, Vilão. Tá de boa. E é melhor, evitar que alguém veja a gente juntos. 

Vilão: Quatro horas da manhã, não sei quem tá acordado essas horas. Mas se tu quer ir. — balançou os ombros. 

Contrariado ele não gosta de ser, pelo visto. Vilão ficou com a maior cara fechada, todo sério. E o pior é que quanto mais ele fica sério mais bonito ele fica. 

Por impulso eu dei um beijo nele, ele retribuiu de volta segurando meu rosto devagar e a outra mão fez carinho na minha coxa. 

Como sempre, só nos separamos em busca de ar, ele me encarou olhando nos meus olhos e eu senti um frio na barriga gostosinho. 

Mariana: Valeu pela preocupação, boa noite e tchau. — eu dei mais um selinho nele.

Sai do carro e senti um frio do caralho. Desci com o meu salto na mão e fui descalça pelas ruas mesmo, vilão ainda ficou com o carro parado ali uns minutinhos me esperando.

Sorri sozinha quando o vento bateu e eu pude senti o cheiro do perfume dele em mim.

Maior loucura imaginar que algum dia eu ficaria com esse homem. Sempre vi ele por aí e mesmo achando ele bonito nunca senti nenhuma vontade de pegar.

Acho que em menos de cinco minutos eu cheguei em casa. E parece até uma tentação ruim, assim que passei pela porta da sala dei logo de cara com a Adriana na cozinha, ela estava tomando água e me encarou de cima a baixo. 

Adriana: Boa noite pra você também viu, Mariana. Ou é melhor dizer bom dia?  — disse assim que eu entrei. 

Mariana: Dormindo aqui de novo Adriana? Tem algum problema na tua casa que você não pode ficar por lá? 

Adriana: Amorzinho, você tem que entender que já já eu vou estar morando aqui nessa casa, eu sou a mulher do seu pai. 

Mariana: Espero que eu já não esteja mais morando por aqui quando isso acontecer. — sorri falso. 

Adriana: Lara tá dormindo na tua cama, achei que você não voltava mais hoje, coloquei ela pra dormir lá. 

Mariana: Qual que é o teu problema, Adriana? Vem pra minha casa, trás a tua filha e ainda coloca ela pra dormir na minha cama? Pode tirar ela de lá, minha cama não tem espaço nem pra mim. 

Adriana: O dia tá quase amanhecendo minha filha, achei que tu ia se enfiar lá na casa dos teus machos e dormir por lá mesmo. 

Mariana: Ia me enfiar sim, lá na casa do teu pai — Encarei ela que me olhou com deboche. — eu vou tomar o meu banho e quando eu saí quero deitar na minha cama, tira a tua filha de lá! 

Agora além de achar que é a mais nova dona da casa, a outra ainda trás a filha. Nada contra a Lara, ela tem sete anos, é até legalzinha quando quer. O mal dela é ser mimada demais.

Mas se deixar a outra lá quer mandar até no que é meu. Não dou asa pra ela mesmo, se deixar já já vai tá achando que manda em mim. 

Mora eu e o meu pai, minha mãe faleceu quando eu tinha 12 anos, ela se foi no parto do meu irmão, nenhum dos dois sobreviveram. 

Até então era somente eu e o meu pai, um na vida do outro, até chegar a Adriana. 

E embora eu não suporte ela e nem ela me suporte, eu quero sim que o meu pai seja feliz, mesmo que seja com ela.
Mas que ela não me desce de jeito nenhum, isso é fato. Muito sonsa e dissimulada, não dá.

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