Mariana
Ítalo beijou o meu pescoço e me olhou nos olhos, puxei ele pela correntinha que ele usava e gemi contra a sua boca assim que nos beijamos.
Encarei nosso reflexo no espelho do teto do quarto de um motel que nós estávamos e desci minhas unhas pelas suas costas. Ele aumentou o ritmo me fazendo gemer mais alto, a correntinha dele batendo no meu rosto a cada vez que ele se movimentava dentro de mim e a mão dele apertando meu pescoço.
Gozamos juntos e a única coisa que eu fiz foi dizer sorrindo que eu amava ele e sorri mais ainda quando ele me respondeu de volta retribuindo o que eu disse.
Puxei seu rosto de encontro com o meu e o beijei com calma sentindo ele sair de dentro de mim devagar e nesse mesmo instante pude sentir o líquido quente sair de dentro de mim.
Mariana: Você tá brincando pra caralho com a sorte, puta que pariu — ele riu se jogando do meu lado.
Vilão: Toma teu remédio e joga o resto nas mãos de Deus, pô.
Mariana: Aham, vai confiando, tá, vai... — bati no peito dele e ele riu.
Vilão: Isso, bate mesmo no homem que você ama, pô — falou todo irônico e eu olhei pra ele.
Mariana: Você é muito insuportável, não sei pra quê eu falo essas coisas pra você. — falei vendo ele dar risada.
Vilão: Eu não vou contar pra ninguém que eu te fiz perder a postura gatinha, pode falar que eu sou o homem da sua vida, o que você mais ama, pô. — ele falou todo convencido.
Mariana: Vai dormir Ítalo, já deu a sua hora... — eu me levantei ouvindo a risada dele.
Fui direto pro banheiro e antes mesmo de eu ligar o chuveiro Ítalo entrou me agarrando por trás, tentei sair do abraço dele só pra fazer graça, mas ele não deixou, beijou meu pescoço e eu só me virei de frente pra ele para beija-lo.
Vilão: Amo você, sabia? — Ele disse baixo enquanto olhava nos meus olhos.
Mariana: Eu sei, e eu também amo você, gatinho. — Sorri enquanto segurava seu rosto.
Trouxe ele mais uma vez para perto de mim e o beijei. Ficamos ali juntos e quando finalmente saímos do banheiro eu só vesti a blusa dele e me deitei na cama, Vilão apareceu logo em seguida só de bermuda. Ele se sentou na ponta da cama e começou a bolar um cigarro de maconha pra ele, o observei de costas para mim e me peguei olhando todas aquelas cicatrizes ali.
Eu sempre evitei ficar muito tempo olhando para elas, Ítalo nunca falou absolutamente nada sobre, mas mesmo assim é nítido o quanto ele se sente desconfortável com elas, o quanto elas incomodam ele.
E por mais que eu seja bem curiosa pra saber o que aconteceu eu jamais vou perguntar a ele, trazer a tona um assunto que o incomoda.
Mas por mais que eu tentei evitar, ele pelo espelho percebeu, encarei o reflexo dele e já estava pronta para algum surto, ou algo do tipo, mas ele só ficou em silêncio por alguns minutos até que logo em seguida ele falou algo que me atraiu atenção..
Vilão: Metade dessas cicatrizes quem fez em mim foi o cara que se dizia meu pai
— falou quebrando o silêncio entre nós — foram anos e anos sendo espancado por ele, até que um dia depois de ter apanhado eu virei pra ele e falei que ele nunca mais ia encostar a mão em mim, ele riu e debochou e aquilo ali só me fez ter mais ódio ainda, e nesse mesmo dia eu matei ele. A outra metade quem fez em mim foram uns moleques que eram mais velhos que eu e os guardas da casa de menores que eu fiquei. — ele falou simples como se não fosse nada.Encarei ele surpresa sem saber o que dizer. Eu não imaginava que seria uma história tão ruim assim...
Mariana: Mas e a sua mãe? Ela nunca fez nada pra impedir? — ele me olhou e riu sem graça.
Vilão: Janaína sempre disse que eu era o maior erro da vida dela, e que se ela pudesse voltar atrás ela tinha me abortado. Você acha que ela ia ligar? Ele batia até nela, levava outras mulheres pra casa com ela lá, e ela nunca falou porra nenhuma, tu acha mesmo que ela ia ligar por ele estar me batendo? — Ítalo se virou me olhando.
Me sentei na cama e me ajeitei.
Mariana: É por isso que hoje em dia ela sempre tenta se reaproximar de você dizendo que ela me mudou e se arrepende... — ele balançou a cabeça em concordância. — Meu Deus, e eu sempre senti dó dela. Ela é horrível, como que uma mãe deixa o próprio filho passar por isso?!
Vilão: Aquela mulher nunca foi mãe, Mariana, nunca fez o papel dela! — ele falou sério. — agora eu não quero mais falar disso, isso é um assunto que eu gosto de deixar enterrado, já é?
Ele me olhou e eu concordei com a cabeça.
Vilão: Agora fuma um aí pra tu ficar suave. — ele falou me estendendo o cigarro e me fazendo dar risada da mudança rápida de humor dele.
Eu neguei falando que não queria e depois disso ficamos em silêncio, mas não um silêncio ruim, ele só ficou no canto dele e eu no meu conversando com as meninas e já marcando de começarmos a montagem do quartinho do Davi, já que a Pamella já se encontrava com seis meses e estava em uma ansiedade que só para começar tudo.

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Mente de Vilão
Romantik157 bolado, era o terror das favelas mas tive sorte no amor, achei minha cinderela. Eu só andava de peça e de carrão importado mas quando me apaixonei eu vi que tinha mudado....