Epílogo.

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Mordi o interior da bochecha quando o rapaz passou pela porta da floricultura, com um vasinho de cacto todo florido, indo fazer a entrega a Pietro. Não sei porque ainda faço isso, já que moramos juntos agora e sei que ele vai levar o cacto pra casa. Mas ele sempre aparece aqui depois que eu envio algo pra ele. Como se ele só precisasse de o mais simples dos motivos pra aparecer aqui. E eu adorava quando isso acontecia.

Não foi diferente dessa vez. Foram apenas alguns minutos até que ele surgisse, passando pela porta com um sorriso muito grande no rosto. As maçãs do rosto vermelhas e o nariz também. E a touca repleta de pontinhos brancos da neve. Mordi o lábio para não sorri quando vi que ele estava carregando algum tipo de buquê.

—Você não pode ficar me enviando cactos, Hermione. Se não, todas as vezes, eu vou ter que correr até aqui pra te encher de beijos. —Afirmou, me puxando pela cintura antes de grudar nossos lábios em um beijo apressado e ao mesmo tempo carinhoso. —Por que você tinha que ser tão fofa?

—Eu não sei. —Dei de ombros, fazendo ele rir.

—Trouxe algo pra você. Estava terminado de arrumar quando o entregador chegou. Ia enviar por ele, mas achei melhor eu mesmo trazer. —Ele beijou a ponta do meu nariz, trazendo o buquê pra minha frente. Arregalei os olhos quando vi que não eram flores que haviam ali, e sim milhares de biscoitos em formato de flocos de neve. —Acabei de fazer. São todos pra você.

—São fofos demais. Não dá vontade de comer. —Afirmei, pegando o buquê das mãos dele, enquanto erguia os olhos para fita-lo, sorrindo. —Obrigada, eu amei.

Pietro me puxou para outro beijo, me abraçando pela cintura. Soltei um suspiro quando ele se afastou, me permitindo solta o buquê sobre o balcão, antes de voltar para os seus braços. Deixei que ele beijasse minhas bochechas, enquanto ele balançava meu corpo lentamente junto ao seu, como se estivéssemos dançando no ritmo da música clássica que tocava naquele momento. Uma melodia lenta e calma.

—Gosto disso. —Comentei, esfregando minha bochecha no peito dele. —Gosto de ficar assim com você.

—Eu também. —Ele beijou o topo da minha cabeça. —Se eu te pedisse em casamento você aceitaria? —Soltei uma risada, escondendo de vez meu rosto no peito dele. Isso fez Pietro rir também, me abraçando ainda mais apertado. —Sabe, estava pensando no Natal. Ainda demora. Mas queria fazer alguma coisa diferente esse ano.

—Tipo o que? —Ergui o rosto, escorando meu queixo no peito dele, enquanto minha cabeça ficava inclinada pra trás. Pietro ajeitou minha própria touca, mordendo o lábio de uma forma adorável.

—Eu não sei. Só quero que seja diferente. É nosso primeiro Natal juntos. —Afirmou, tocando minha bochecha com cuidado. —O primeiro de muitos. Sinto que esse Natal vai ser muito, muito especial.

—Eu também. Talvez seja porque vamos estar um com o outro. —Fiquei na ponta dos pés, dando um selinho nele. —Podemos fazer qualquer coisa que você quiser no Natal.

—É mesmo? Qualquer coisa? —Ele ergueu as sobrancelhas, com os lábios se curvando em um sorriso no canto dos lábios. Minhas bochechas esquentaram, mas eu balancei a cabeça afirmativamente, ganhando um sorriso muito maior dele.

Olhei para o par de olhos avelã na minha frente, com nossos narizes se tocando e nossas respirações se misturando. Pietro deslizou a mão até minha nuca, puxando meu rosto até que nossos lábios roçassem um no outro. Segurei o rosto dele também, com nossas bocas finalmente se encontrando. Cada beijo sempre parecia mais especial e doce que o outro. Cada contato que tínhamos me dava certeza de que eu me apaixonava por ele cada vez mais.

—Deveríamos ir pra casa. —Murmurou, se afastando para olhar pra mim, um pouco ofegante. —Pra nossa casa.

—Gosto da ideia. —Mordi o lábio, balançando a cabeça afirmativamente. —Deveríamos nos casar no Natal.

Ele parou, com a respiração saindo trêmula, enquanto os braços se firmavam ao meu redor.

—O que?

—Deveríamos nos casar no Natal. Talvez seja um pouco precipitado. Mas você quer. Eu também quero. A gente já está morando juntos e... —Ele me beijou de novo, não me dando tempo de terminar de falar.

Me derreti completamente nos braços dele, sentindo que aquele beijo era muito mais necessitado que os outros.

—Não vamos nos casar no Natal, Hermione. Por mais que eu deseje muito, não vamos. —Eu o encarei, confusa. —Por que quando eu pedir você em casamento, vai ser de joelhos, com um anel em mãos. Por que quando a gente se casar, vai ser a melhor dia da minha vida e quero que você tenha tudo que desejar. —Ele me deu um selinho. —Vamos passar esse Natal juntos. Começar um novo ano ao lado um do outro. Então eu vou pedir você em casamento. Vamos ser um do outro oficialmente. Quero que seja a mãe dos meus filhos, Hermione. Quero exatamente tudo com você.

Soltei um suspiro trêmulo, fechando meus olhos por alguns segundos.

—Acho que gosto dos seus planos pro futuro. —Balancei a cabeça afirmativamente, sentindo ele beijar minhas bochechas. —Gosto muito mesmo.

—Eu também gosto. Mas gosto mais ainda de você, meu bem. —Não tive tempo de sorrir, porque ele já havia me puxado para outro beijo, me fazendo ter certeza que todas aquelas palavras eram muito reais.

E eu não via a hora de cada uma delas se concretizar.

Docemente Apaixonados / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora