Capítulo 8: Então, ele sabe?

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Papai — Então você jantou com um rapaz ontem?

Hermione — É, mas foi só um jantar. A gente conversou sobre algumas coisas e foi isso.

Papai —Mas ele te tratou bem?

Hermione —Sim, claro que me tratou bem. É sério, não precisa ficar preocupado. Ele só está me ajudando a cozinhar decentemente.

Parei em frente a mesa repleta de livros da livraria,  olhando os nomes dos livros e procurando algum que me interessasse. Eu tinha a estranha mania de julgar livros pela capa e amava aqueles que tinham capas fofas com ilustrações dos personagens. Eu só esperava que minha mãe nunca mexesse nos meus livros, ela provavelmente enlouqueceria se lesse algumas partes.

Papai — Ei, tudo bem. Só estou cuidado da minha filha. Não quero que você se machuque, igual da outra vez.

Hermione —Eu não me machuquei aquela vez, papai. Eu já estava acostumada com aquele tipo de coisa mesmo.

Ele ficou em silencio do outro lado da linha e eu pude ouvir a voz de Michele ao fundo.

Papai — Bem, você disse que ele é seu amigo. Então, ele sabe?

Hermione — Não tem nada pra ele saber. Já disse,  ele só está me ensinando a cozinhar. Ontem ele me ajudou a fazer o prato preferido da mamãe. Tenho certeza que não vou errar da próxima vez.

Papai —Certo, não vou me meter. Se precisar de qualquer coisa liga pra mim, está bem? E isso tem a ver com a sua mãe e as férias dela ai.

Concordei com ele e me despedi, sentindo o cansaço tomando conta de mim. Não peguei nenhum livro naquele dia, porque estava desanimada demais para escolher um. Então eu provavelmente me afundaria nas paginas de Harry Potter de novo.

Primeiro porque era minha saga favorita. Depois porque eu nunca me cansava daquela historia. E por último, porque a Hermione era minha personagem favorita, não por ter o mesmo nome que eu, mas por continuar sendo forte e destemida independente das dificuldades.

[...]

—Ei, ei, ei... vai com calma com essas mãos ligeirinhas. —Pietro segurou minha mão quando fui jogar mais farinha na travessa, soltando uma risada. —Se colocar farinha demais, a massa pode ficar pesada.

—Oh! —Afastei minhas mãos, encolhendo os ombros. —Hm... certo, e o que eu faço agora então?

—Apenas misture tudo e então vai adicionando a farinha aos poucos, até a massa estar no ponto certo. —Ele se afastou, voltando a atenção para as maçãs que iriam no recheio da tortaa.

—E como eu sei que ela está no ponto certo? —Indaguei, fazendo uma careta. Nunca conseguia saber quando uma massa estava no ponto ou não. Pra mim sempre parecia igual. Ou talvez eu só não gostasse de cozinhar mesmo.

—Faz, eu te mostro na hora. —Ele indicou a travessa com a cabeça, sorrindo enquanto trabalhava com as maçãs. Na verdade ele parecia estar sempre se divertindo com minhas confusões na cozinha. —Sua mãe sabe que jantamos juntos ontem e vamos jantar juntos hoje de novo?

—Não. —Dei de ombros. —Ela iria dizer pra tomar cuidado com você, que provavelmente você era um pervertido querendo se aproveitar da minha inocência.

Ele soltou uma gargalhada, que me fez olha-lo no mesmo instante, surpresa com o quanto aquele som era agradável vindo dele.

—O que é engraçado? —Indaguei, fazendo uma careta, enquanto ele ainda ria, negando com a cabeça.

—Bom, a forma que você falou foi engraçada. —Ele olhou pra mim e eu desviei os olhos no mesmo instante. —Você tem 20 anos, certo? Tem sua própria floricultura desde os 18 e mora sozinha a dois anos. Acho que ela deveria ter mais fé em você.

Docemente Apaixonados / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora