Capítulo 56: Padrinho de casamento.

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Por mais que a ideia de ficar com Pietro na Itália fosse muito tentadora, ele teve que voltar pra Aspen depois de dois dias lá, porque não podia ficar tanto tempo longe da padaria. Não agora que acabou de abri-la. Mas ele também não se importou quando eu disse que ficaria, já que não via meu pai a muito tempo e queria aproveitar a viagem. E também não se importou quando Alfredo também resolveu ficar, fazendo companhia pra mim o restante da viagem.

Foram dias incríveis lá, conhecendo outras cidades, até finalmente nós dois voltarmos pra casa. Por mais que a Itália fosse linda, eu já estava morrendo de saudades de Pietro. E ele estava esperando nós dois no aeroporto, de braços abertos. A Itália poderia ser incrível, mas era com ele que eu queria estar no fim das contas.

Não perguntei sobre a mãe dele e muito menos voltamos a tocar no assunto do que havia acontecido aquele dia. Pietro me prometeu que estava tudo bem e eu preferi aceitar aquilo e esquecer qualquer outra coisa. Se a mãe dele não gostava de mim, a culpa não era minha. Eu não havia feito nada pra ela.

Eu a perdoo pelo que falou pra mim. Mas não a perdoo por ser uma péssima mãe para Pietro e Alfredo.

[...]

—Azeitona, solta isso! —Olhei para o corredor quando ouvi a voz de Alfredo, vendo Azeitona passar correndo por ali, carregando um par de tênis que estava mastigando. —Solta isso... Azeitona... Princesa, seu monstrinho está mastigando meu tênis, faz alguma coisa!

Sai para a sala, desviando das caixas que estavam pelo caminho. Alfredo estava tentando pegar Azeitona, que corria de um lado para o outro, abanando o rabo e soltando resmungos de felicidade, enquanto corria para longe dele.

—Ei... —Alfredo tentou segura-lo, soltando uma risada quando ele passou em disparada para o corredor de novo, dando de cara comigo. O segurei na mesma hora, fazendo ele soltar um choramingo.

—Isso não pertence a você, garoto. —Tirei o tênis da boca dele, vendo-o latir e abanar o rabo pra mim.

—Seu nome deveria ser Destruidor e não Azeitona. —Alfredo afirmou, pegando o tênis das minhas mãos, antes de dar uma afofada na cabeça de Azeitona.

Olhei para a porta quando ela se abriu. Pietro estava passando por ela naquele exatamente momento, com minha mala, deixando-a no meio da bagunça de caixas e móveis.

—Essa era a última. Você não esqueceu nada lá? —Indagou, erguendo os olhos até mim, enquanto fechada a porta. —Bom, então todas as suas coisas estão aqui agora. —Ele se aproximou de mim, me abraçando pela cintura, enquanto eu o abraçava pelos ombros. —Vamos morar juntos.

—Sim. Porque você insistiu tanto. —Ele deixou um beijo na ponta do meu nariz. —E porque eu também queria muito.

—Sim, esse era o meu plano o tempo todo. Fiquei todos os dias que você estava na Itália me preparando para fazê-la aceitar morar comigo. —Murmurou, enquanto olhava pra mim com aquele sorriso bonito nos lábios. A primeira coisa que eu havia reparado e me apaixonado. —Agora tenho a segunda parte do plano.

—E qual seria ela? —Indaguei, afundando meu rosto no peito dele, quando me senti tímida pela forma que ele estava me olhando. Poderia passar o tempo que fosse, mas eu ainda ia ficar tímida perto desse cara.

—Você aceitar se casar comigo. —Falou, com tanta calma que parecia não significar nada. Mas meu coração deu um salto no peito só com a ideia. Ele soltou uma risada, beijando o topo da minha cabeça. —Isso te deixou assustada, meu bem?

—Eu já estou acostumada. —Menti, porque na verdade nunca iria me acostumar com ele dizendo essas coisas pra mim.

—Sei. —Ele puxou meu rosto e deixou um selinho nos meus lábios.

—Ei, agora eu vou ter que aguentar essa coisa melosa de vocês todos os dias? —Alfredo apareceu na sala, fingindo estar enojado com nossa demonstração de carinho. —Vou acabar morrendo de diabetes.

—O que uma coisa tem a ver com a outra? —Pietro indagou, se afastando de mim para ir até a cozinha.

—É só uma figura de linguagem, princeso. —Ele revirou os olhos, soltando uma risada. —Porque esse amor de vocês é doce, meloso e fofo demais.

Pietro soltou uma risada, olhando pra mim, antes de negar com a cabeça e começar a preparar o jantar. Me juntei a ele, o abraçando por trás enquanto o via colocar algumas coisas na panela.

—Talvez você só esteja precisando de uma namorada. —Pietro afirmou, fazendo Alfredo soltar uma gargalhada.

—Não, não, não... só porque eu disse que é fofo, não significa que eu esteja procurando algo igual. —Afirmou, apontando pra mim. —Princesa, controla seu namorado. Daqui a pouco ele vai estar dando um de maluco casamenteiro.

Soltei uma risada, apertando meus braços ao redor de Pietro, quando ele me olhou por cima do ombro com um sorriso todo apaixonado. Não sabia dizer qual de nós dois estava mais feliz naquele momento, se era ele ou eu. Mas acho que eu demoraria pra me acostumados com todos os sentimentos que Pietro despertava em mim. São intensos demais.

—Ei, eu ainda estou aqui! —Alfredo exclamou, percebendo que eu e Pietro estávamos nos encarando por tempo demais. —Vocês podem guardar todo esse amor para o momento que estiverem a sós entre quatro paredes, sabia?

—Alfredo? —Pietro se virou pra mim, me puxando pela cintura para mais próximo dele. —Acho que você deveria olhar pro outro lado.

—O que? —Alfredo fez uma careta. —Por quê?

Pietro não respondeu, porque estava com os lábios colados nos meus, me beijando de forma doce e carinhosa. Alfredo soltou um resmungo, jogando uma almofada em nós dois.

—Eu vou ser o padrinho de casamento. —Exclamou, saindo da sala enquanto nós dois nos afastávamos apenas para rir.

Pietro voltou a me beijar, me pegando no colo. Minhas pernas passaram ao redor do seu quadril e meus braços pelos seus ombros, enquanto ele me deixava grudada nele, me beijando de uma forma que eu sabia que significava que ele jamais iria me soltar.

Me afastei para olhar nos olhos dele, tocando suas bochechas com minhas mãos, enquanto nossas testas estavam coladas. E naquele momento eu lembrei de quando o vi pela primeira vez. E aquela lembrança me fez abrir um sorriso muito grande pra ele, porque eu tinha certeza que nada daquilo tinha sido por acaso. O universo sabia que éramos um do outro e fez questão de deixar isso claro desde o primeiro dia.

Pietro estava lá o tempo todo, esperando por mim. E acho que eu estava esperando por ele também.



Epílogo...

Docemente Apaixonados / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora