Capítulo 3: Floricultura.

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Abri a porta da floricultura, girando a plaquinha para avisar que estava aberto e me virei para todos os vasos e buquês de flores.

—Bom dia, florzinhas. —Murmurei, abrindo um sorriso a medida que caminhava em direção ao balcão, observando as flores pelo caminho e arrumando os vasos que estavam fora do lugar, para que todos ficassem em ordem. Assim que cheguei ao balcão soltei minha bolsa e joguei o copo vazio de chocolate quente no lixo, enquanto puxava um bloquinho de post it e uma caneta.

       "Férias da mamãe em duas semanas"

Puxei o papelzinho azul claro e colei na parede atrás do balcão, que era repleta de post its. Peguei outro, rabiscando com letras maiores.

"Você quer morar sozinha, Hermione. Você pode fazer isso sozinha."

Grudei ele junto com os outros, soltando um suspiro animado, antes de finalmente começar meu dia na floricultura. Coloquei uma música clássica para tocar e comecei a fazer arranjos de flores variadas, misturando as que combinavam mais visualmente e depois me ocupei de molhar todas as plantas que pareciam sedentas por um pouco de água.

Olhei para a porta da floricultura quando ela se abriu, com o sininho fazendo barulho. Um rapaz que parecia ter a minha idade veio caminhando na minha direção, enquanto olhava os vasos. Limpei as mãos sujas de terra e me dirigi até ele, com meu maior sorriso.

—Posso ajudar, senhor? —Parei ao lado dele, vendo seus olhos se voltarem pra mim. Ele indicou as flores que queria e eu as arrumei, levando até o caixa e preparando o buquê com um laço bonito.

—Obrigado, gatinha. —Murmurou, piscando pra mim depois de pagar e pegar o buquê de rosas e tulipas que havia escolhido. Fiz uma careta, olhando ele sair pela porta com as flores, desaparecendo na rua.

—Obrigado, gatinha? —Meus lábios se pressionaram, enquanto eu ainda olhava pra porta e beliscava meu próprio nariz. Soltei o ar com força e puxei o post ir, anotando aquilo e grudando na parede também.

[...]

—Sabe qual vai ser nossa nova leitura, Azeitona? —Indaguei, enquanto abria a porta do apartamento e via ele correr e se jogar no sofá, parecendo cansado da caminhada antes de voltar pra casa. —Descobri um livro que fala sobre um mulher que vai dividir o apartamento com um estranho, mas em horários diferentes. —Soltei a bolsa no sofá, enquanto levava as sacolas de compras até a cozinha. —E sabe porque eu me interessei? Os dois conversam por post its, já que nunca se encontram em casa.

Azeitona soltou um barulho com a boca, me encarando com os olhos imensos, enquanto eu sorria e começava a guardas as coisas que havia comprado.

—Sabe o que mais, Azeitona? Mamãe vai vir passar as férias aqui, já que não existe possibilidades do papai aparecer, porque ele está do outro lado do oceano. —Afirmei, puxando a caixa de cereais coloridos da sacola. Aquela era uma das coisas que eu deveria esconder caso minha mãe aparecesse. Porque eu tinha alergia a corantes alimentícios, mas amava aqueles cereais coloridos repletos dele.

—Você se lembra da última visita dela? Um mês atrás, no final de semana do aniversário dela. —Encolhi os ombros, enquanto mordia o interior da bochecha. —Foi péssimo, não foi? Ela ameaçou chamar os bombeiros quando deixei aquele bolo queimar no forno. Tudo bem, ficou muito ruim. Não dava pra comer e encheu a casa de fumaça e daquele cheiro terrível. Mas deu tudo certo no final.

Docemente Apaixonados / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora