Capítulo 32: Cheiro de lar.

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Beijar Pietro não deveria estar sendo tão bom como estava sendo. Porque agora eu não conseguia parar de pensar em outra coisa a não sei beija-ló mais ainda. Seus lábios eram macios e pareciam encaixar perfeitamente nos meus, como se soubessem perfeitamente o que precisávamos. Nossas respirações estavam fortes, quanto mais unidos nossos lábios ficavam. Minha mente estava focada só naquilo. Em seus lábios. Em seu toque, me mantendo firme contra ele. Na sintonia perfeita que parecia envolver nós dois.

Quando ele fez menção de se afastar, segurei sua nuca, o puxando de volta pra mim. Pietro soltou uma risada e voltou a me beijar, exatamente como eu queria e precisava. Deixei que ele provasse meus lábios, enquanto segurava firme sua nuca e com a outra mão tocava seus cabelos macios, cheios de flocos de neve.

—Você... —Ele suspirou, beijando meus lábios de novo. —É tão doce. —Outro beijo, seguido de outro. Estralados e rápidos. —É tão perfeita pra mim. —Ele me beijou de novo. —Acho que quero beijar você o tempo todo.

—Eu gosto disso. —Falei, sentindo ele beijar minha bochecha e meus lábios de novo. —Beijar você o tempo todo. Acho que gostaria muito disso.

—Mesmo? —Ele sorriu, segurando meu rosto e me beijando de novo, demoradamente, me deixando ofegante e trêmula. —Pode me beijar o tempo todo, Hermione. Meus beijos são todos seus.

Abri um sorriso envergonhado, fazendo exatamente aquilo. Segurei o rosto dele e o beijei, sentindo ele sorrir contra os meus lábios, antes de me abraçar pela cintura, me apertando contra si até tirar meus pés do chão.

Acho que eu tinha achado meu lugar favorito do mundo naquele momento.

[...]

—Prova. —Ele trouxe o garfo até minha boca, me fazendo pegar um pouco da comida e sentir o gosto, me lembrando do nosso primeiro jantar juntos, quando fez o mesmo. —O que achou?

—Muito bom. —Abri um sorriso, vendo ele voltar a atenção para a comida que estava fazendo. Comida italiana, porque ele não esqueceu que eu havia gostado quando fomos na fazenda. —Não é surpresa. Tudo que você faz fica bom.

—Não é o que o Alfredo diz —Ele riu, olhando pra mim de relance. —Teve um dia que ele falou com todas as letras que minha comida estava horrível e perguntou se eu precisava de um ombro amigo.

—O que? —Soltei uma risada, vendo ele balançar a cabeça afirmativamente.

—Ele sempre diz que quando eu estou feliz minha comida fica mil vezes melhor. Não acho que esteja mentido. Costumo me dedicar mais quando estou feliz ou animado. —Deu de ombros, ainda sorrindo. —Naquele dia eu não estava de fato muito animado. Mas acho que ele só reclamou da comida pra me incomodar mesmo. Não estava tão ruim assim.

—Tenho certeza que não. Jamais reclamaria se pudesse comer sua comida todos os dias. —Comentei, abraçando Pietro por trás.

Meu rosto ficou pressionado contra a lateral do seu ombro, enquanto eu observava ele cortar alguns legumes. Ergui os olhos quando ele parou, se afastando de mim para lavar as mãos. Pietro se virou pra mim segundos depois, com um brilho diferente nos olhos.

—O que foi? —Indaguei, pensando que havia feito algo errado.

Ele segurou meu rosto, puxando-o para si para me beijar, me obrigando a ficar na ponta dos pés e abraçá-lo pelos ombros. Seus beijos estavam um pouco mais rápidos que os primeiros, como se ele não conseguisse mais se conter.

—Posso cozinhar pra você todos os dias. —Falou entre beijos, até me prender contra a bancada. —Mas... —Ele me ergueu, me colocando sentada nela, fazendo meu coração dar uma cambalhota. —Você precisa manter essas mãozinhas delicadas longe de mim, ou não vamos conseguir jantar hoje.

Ele segurou meu queixo e me beijou, enquanto eu soltava uma risada nervosa e afastava minhas mãos dele.

—Sem abraços então. —Murmurei baixinho, observando o sorriso que se abria nos lábios dele.

—Mais tarde. —Ele beijou minhas covinhas, depois a ponta do meu nariz. —Ou talvez eu devesse continuar beijando você e esquecer do jantar.

—Eu não estou com fome agora. —Falei, sentindo meu rosto esquentar. Porque realmente não estava. Eu esquecia completamente das coisas quando os lábios dele estavam em mim. Pietro riu, beijando meus lábios uma última vez.

Ele estendeu a mão, desligando o fogão, sem sair da minha frente. Eu ainda estava sentada na bancada, um pouco corada pela nossa proximidade. Esfreguei minhas bochechas quentes, sentindo os olhos dele fixos em mim.

—O que você está pensando, Hermione? —Ele segurou meu rosto, beijando minha testa antes de me abraçar, fazendo minhas pernas ficarem ao redor do seu quadril. Escondi meu rosto no seu peito e suspirei, esfregando minha bochecha nele.

—Não consigo me lembrar quando vi você pela primeira vez, quando entrei no café e fiz meu primeiro pedido a você. Não sei, sinto que é importante e gostaria muito de me lembrar como foi. —Afirmei, erguendo os olhos. Seu sorriso se abriu e ele acariciou minha bochecha. —Você se lembra?

—Sim, eu me lembro. —Ele me deu um selinho, tirando as mechas de cabelo que caiam no meu rosto. —Estava pensando nisso esses dias e eu me lembro como se fosse ontem. —Ele riu, dando uma mordida na minha bochecha. —Mas não vou contar a você. Vai ter que se lembrar, meu bem.

—Mas... —Ele me calou com um beijo.

—Mãos na bancada, Hermione. Vou terminar o jantar. —Ele me deu um último selinho, sorrindo ao se afastar e voltar a cozinhar.

Fiquei em silêncio, com borboletas dançando no meu estômago, enquanto fazia de tudo para me lembrar do primeiro dia que entrei no café e o conheci. Havia alguma coisa que me impossibilitava de me lembrar desse dia. Mas eu sentia que era importante lembrar.

Não consegui pensar por muito tempo, porque voltei a observar Pietro cozinhando, o que era a coisa adorável de se fazer no momento. Não sei se eram os beijos ou a forma carinhosa que ele olhava pra mim a cada segundo, parecendo querer sempre ter certeza de que eu estava ali, mas eu me sentia um poço de carinho ambulante, querendo demonstrar pra ele o quanto estava feliz.

Mesmo sabendo que não deveria, desci da bancada, vendo ele ficar imóvel quando o abracei por trás de novo. Escondi meu rosto nas suas costas, mordendo o lábio para não sorrir quando o corpo dele se sacudiu em uma risada.

—Vem aqui. —Ele segurou minhas mãos, me puxando para sua frente. Ele me abraçou, afundando o rosto na curva do meu pescoço.

—Você tem cheiro de lar. —Falei, com a voz abafada por conta do abraço. Ele me prendeu mais contra si, fazendo meu coração ficar quentinho dentro do peito.

—Você também, meu bem. —Ele beijou meus lábios. —Por isso você é perfeita pra mim.


Continua...

Docemente Apaixonados / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora