Capítulo 55: Recital de violino.

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Hermione

Ainda não tenho certeza de que não estou sonhando. Pensar que Pietro veio até a Itália me encontrar é algo surreal. Mais ainda porque ele pensou que tínhamos terminado, quando eu jamais faria isso com ele. Eu estava me sentindo culpada. Envergonhada. Triste. Não sabia lidar com tantos sentimentos ao mesmo tempo.

—Me desculpa... —Murmurei, passando os braços ao redor dele, em um abraço um pouco desengonçado por causa da posição em que estávamos. —Eu sinto muito. Eu sinto muito mesmo.

—Ei, nada disso. Você não tem que pedir desculpas por nada. —Ele afastou o rosto do meu, olhando nos meus olhos com o mesmo brilho carinhoso com que costumava encarar o irmão. —Eu que tenho que pedir desculpas. Minha mãe ofendeu você. Te tratou mal quando tudo que você fez foi ficar do meu lado, cuidar do Alfredo quando eu estava trabalhando e ser essa coisa maravilhosa que entrou na minha vida. Eu é que tenho que pedir desculpas. —Ele limpou minhas lágrimas, beijando minhas bochechas. —Você é a coisa mais importante da minha vida, Hermione. Nunca tive ninguém como você e não quero outra pessoa também. Quero você. Não me importo de agir como o emocionado aqui. Nós dois sabemos que eu estou sendo assim desde o primeiro instante. Mas eu amo você e quero você do meu lado. Atravessei o oceano inteiro, nervoso, ansioso e morrendo de medo achando que você não queria mais nada comigo.

Soltei uma risada, encostando minha testa na dele, enquanto sentia meu peito subir e descer, com meu corpo transbordando de felicidade e amor.

—Eu disse que não iria desistir de você. E eu não vou. Estou aqui, Hermione, escalando até sua varanda como Romeu fez por Julieta. Porque eu amo você, meu bem. Amo tanto que não me importo de parecer um maluco emocionado. —Ele beijou minhas lágrimas, sorrindo contra meus lábios. —Amo você, ouviu? Amo sua mania de colar post-its pelas paredes. Amo receber aqueles seus cactos de presente. Amo essas bochechas vermelhas e essas covinhas. Amo você, Hermione. Ainda quer ser minha namorada? Porque eu ainda a considero minha namorada.

—Eu quero. —Sussurrei, sem conseguir parar de sorrir. —Eu te amo.

Ele puxou meu rosto, juntando nossos lábios e um beijo que significava muito mais do que parecia. Era carinhoso, gentil e repleto de amor. Achava que meu coração iria explodir de felicidade naquele momento, quando mais ele me beijava.

—Pietro! —Soltei o ar com força quando ele escorregou, quase caindo da varanda.

Agarrei as mãos dele, com meu coração martelando no peito com o susto. Mas Pietro estava rindo. Rindo tanto que me fez sorrir enquanto o puxava para cima, até ele passar pelo parapeito da varanda e nós dois cairmos no chão juntos.

Fiquei olhando pra ele, absorvendo o som da sua risada enquanto ele ficava de pé e me ajudava a levantar também. Agora eu estava de frente pra ele, com seus braços envolvendo minha cintura e seu rosto inclinado para perto do meu, enquanto ele sorria pra mim com tando carinho que fazia meu coração derreter.

—Pietro? —Falei baixinho, um pouco envergonhada.

—Sim, meu amor?

—Não gosto muito da história de Romeu e Julieta. É triste. —Afirmei, soando um pouco melancólica. —Não gosto de histórias sem um final feliz.

—Eu também não gosto. —Ele tocou minha bochecha, enquanto eu ficava na ponta dos pés para aproximar nossos lábios. —É por isso que teremos nosso final feliz, Hermione. Eu e você. Juntos.

Ele me beijou, puxando minha cintura e colocando nossos corpos, enquanto seus lábios deixavam claro todas as palavras ditas e não ditas por nós dois. O abracei pelos ombros, sorrindo ao me afastar e olhar nos olhos dele.

Olhei para a rua quando escutei vários gritos, palmas e assobios, encontrando várias pessoas olhando na nossa direção, sorrindo pra nós como se estivessem comemorando o que havia acabado de acontecer ali. Alfredo sorriu e acenou pra mim quando meus olhos o encontraram lá embaixo, entre eles.

Pietro riu e me abraçou apertado quando escondi meu rosto no seu peito, esfregando minha bochecha contra ele quando a timidez deu as caras. Não me importei se era o centro das atenções naquele momento. Porque eu não queria estar em outro lugar que não fosse aquele.

[...]

Eu estava sentada entre Pietro e meu pai. Estávamos entre as primeiras fileiras, esperando o recital de violino começar. Alfredo estava sentado ao lado de Pietro e Steven, um dos amigos que os dois haviam feito mais cedo.

Eu não conseguia para de sorrir e olhar para Pietro, sempre achando que em algum momento eu iria acordar desse sonho e ele não estaria mais ali. Mas ele estava. Tocando minhas tranças e dizendo que tinha as adorado. Beijando meu ombro, minha bochecha e minha mão sempre que podia. Sussurrando coisas no meu ouvido apenas para me fazer sorrir mais ainda.

Não consigo parar de sorrir. Não consigo parar de me apaixonar mais ainda por ele. Era como um imã me puxando cada vez mais para si. Aquela coisa magica e preciosa entre nós era a melhor coisa que havia acontecido na minha vida.

—O que foi? —Ele beijou a ponta do meu nariz quando percebeu que eu estava o observado.

—Nada. —Corei, desviando os olhos para Ella, que havia acabado de subir no palco com seu violino. —Só estou tentando ter certeza de que não estou sonhando.

—Não está. Sou bem real. —Ele apertou nosso dedos entrelaçados e levou até os lábios, beijando minha mão. —Não fuja mais de mim, está bem?

—Não que eu consiga ir muito longe, não é? —Ergui as sobrancelhas, vendo ele rir baixinho.

—Tem razão. Eu iria aonde quer que fosse atrás de você. —Afirmou, enquanto a melodia do violino ecoava por todo aquele lugar. —Amo você.

—Eu também amo você. —Sorri pra ele, vendo seus olhos se iluminarem, antes de Pietro segurar meu queixo e trazer os lábios até os meus.

Eu também atravessaria o universo por você, Pietro. Só por você.


Continua...

Docemente Apaixonados / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora