Capítulo 39: Quero comemorar com você.

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Hermione

Quando abri a porta do meu apartamento, dei de cara com Alfredo com um corte na boca e outro na sobrancelha, além dos dedos da mão direita avermelhados. Olhei assustada pra ele e depois para Pietro, que se encolheu consideravelmente, como se estivesse morrendo de vergonha.

—O que aconteceu com você? —Indaguei, parando na frente de Alfredo para verificar sua mão. —Sua mão está terrível!

—Então... —Ele abriu um sorriso sem graça, fazendo uma careta quando segurei seus dedos. —É uma história engraçada, princesa. Acredita que seu ex apareceu no café e criou uma cena terrível e eu tive que dar uma amaçada na cara dele com o meu punho? —Meu queixo caiu e meus olhos se arregalaram, enquanto ele balançava os dedos vermelhos. —Mais fique tranquila, minha mão está muito bem perto do estado que ficou o rosto dele.

Dei um passo para trás, sentindo as mãos de Pietro me puxarem para perto de si. Não consegui olhar pra ele, porque o mesmo me puxou pra um abraço, fazendo meu rosto ficar escondido no seu peito.

—Desculpa por isso, meu bem. Eu tentei evitar. Mas ele não parava de falar besteiras. —Ele beijou minha testa, enquanto eu escutava minha mãe chamando Alfredo, provavelmente pra questionar o que havia acontecido com ele.

—O que ele fez? —Indaguei, me afastando para observar o rosto de Pietro. —Ele tentou bater no Alfredo?

—Não. Ele tentou puxar briga comigo. Alfredo só perdeu a paciência por causa do jeito dele. —Pietro deu de ombros, enquanto eu dava espaço para que ele entrasse e eu pudesse fechar a porta. —Sinto muito mesmo.

—Tudo bem. Isso nem é culpa sua. —Olhei para Alfredo, que estava na cozinha com a minha mãe, rindo de alguma coisa. —Eu que deveria dizer que sinto muito. Ele brigou com o seu irmão e agora ele está machucado.

—Vamos esquecer isso. —Ele me puxou até o sofá, se sentando no mesmo e me acomodando ao seu lado, grudada nele. —Só quero aproveitar esse tempo com você agora.

Olhei pra ele, esfregando minha bochecha no seu peito, me sentindo feliz por ele estar ali. Pietro deixou um beijo demorado na minha testa, me abraçando ainda mais apertado.

Alguns dias depois...

Fiquei uns segundos olhando para a fachada da padaria, me sentindo feliz por vê-la aberta e funcionando, porque sabia que isso deixava Pietro muito mais do que realizado. Fazia apenas um dia que ela estava oficialmente aberta, ganhando clientes novos a cada hora que passava. E tenho certeza absoluta que é por conta dos doces de Pietro, porque é impossível não se apaixonar ao provar e querer voltar depois.

Passei pelas portas abertas, observando as pessoas que estavam ali. Alfredo estava sentado em uma pequena mesinha no canto, com a cara enfiada em um notebook. Abri um sorriso e caminhei até ele, vendo seus olhos se voltarem para os meus no mesmo instante.

—Ei, princesa, já estávamos achando que você tinha sido raptada. —Ele ficou de pé, apenas para deixar um beijo estralado na minha bochecha.

—Estava com a minha mãe. Ela vai voltar para Boston em breve e eu já estou morrendo de saudades antecipadamente. —Falei, esfregando minhas mãos uma na outra.

Não sabia se havia sido a estrada de Pietro na minha vida, mas minha relação com minha mãe melhorou pra caramba. Ela ainda é superprotetora, mas não me sufoca como antes. Acho que no fundo ela só precisava ter certeza que eu estava bem de verdade e sabe que estou feliz de verdade com Pietro.

Deixei Alfredo voltar ao que estava fazendo, passando pelo balcão para ir até os fundos, onde ficava a cozinha. Tinha estado ali várias vezes, mas nunca iria me esquecer da primeira vez, quando ajudei Pietro a pintar as paredes. Cumprimentei as pessoas que andavam de um lado para o outro da cozinha, até ver Pietro do outro lado.

—Você está com chocolate na testa. —Falei, o abraçando por trás, vendo seus olhos se iluminarem quando viu que era eu.

—Você demorou. —Ele se virou pra mim, me enchendo de beijos. —Estava quase deixando tudo aqui pra ir atrás de você.

—Eu avisei que ia demorar. —Murmurei, erguendo a mão para limpar o chocolate que estava na testa dele é um pouco na ponta dos cabelos. —O que você estava fazendo pra estar com chocolate até nos cabelos?

—Tentando inventar uma coisa. Eu disse que envolvia muito chocolate. —Ele ergueu as sobrancelhas pra mim, me empurrando para o outro lado da cozinha quando tentei olhar por cima dos ombros dele. —Mais tarde você vai poder ver e provar.

—Por que não posso ver agora? —Indaguei baixinho, entrando na pequena salinha nos fundos, que parecia um mini escritório.

—Porque é uma surpresa. —Ele fechou a porta com o pé, nos deixando sozinhos. —Hoje a noite você vai ver. Aguenta mais um pouco.

—Você está fazendo tanto suspense em um doce. —Me virei pra ele, vendo que ainda havia chocolate em alguns pontos do cabelo. Senti vontade de rir, porque ele estava ainda mais adorável daquele jeito.

—Não é suspense. Eu e você vamos jantar sozinhos essa noite. Temos sempre a companhia do Alfredo ou da sua mãe, mas hoje vai ser só nós dois. —Ele me abraçou pela cintura, enquanto com a outra mão ajeitava os fios de cabelo que caiam no meu rosto. —E eu estou tão feliz que tudo está dando certo. Nem acredito que tenho meu próprio negócio. Quero comemorar com você.

—Tudo bem. Eu aguento até a noite, mesmo que esteja morrendo de curiosidade. —Abracei ele pelos ombros, escondendo meu rosto na curva do seu pescoço, enquanto ele deslizava a mão pela linha da minha coluna. —Estou muito, muito feliz por você.

—Eu sei. E eu estou feliz por estar com você agora. —Seus lábios tocaram minha testa, enquanto eu sentia meu coração derreter. —Sabe aquela coisa de planos para o futuro?

—Sei. —Mordi o lábio para não rir, porque sabia que ele iria falar algo que iria me deixar assustada e mais apaixonada ainda por ele.

—Podemos pular a parte do convite pra morar juntos, pra um pedido de casamento? —Indagou, todo calmo, me fazendo sorrir e beijar todo seu rosto até chegar nos seus lábios.

—Estamos namorando só tem uns dias, Pietro. —Falei, tentando parar de sorrir. Ele segurou meu rosto, apertando minhas bochechas enquanto mordia o lábio para não sorrir. —Mas eu aceito. O que quiser.

Você é meu lugar favorito do mundo, Pietro. Sabe o que isso significa?



Continua...

Docemente Apaixonados / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora