Capítulo 41: Personagens literários.

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Havia uma coisa mágica em estar no apartamento de Pietro. Eu gostava de ficar observando as fotos dele com Alfredo. Cada uma mostrando um momento diferente da vida deles. Uma data importante, férias, ou apenas os dois felizes em estarem um com o outro. Mas agora haviam algumas fotos minhas por ali também. Um dos porta-retratos tinha uma foto minha e de Pietro quando fomos na pista de gelo.

Outra era de nós dois no café, sentados um ao lado do outro. Pietro estava com o braço ao redor de mim, enquanto beijava minha bochecha, que como de costume estava avermelhada pela timidez. Me lembro desse dia. Foi quando meu pai ligou por vídeo chamada e conheceu Pietro e consequentemente Alfredo, que também estava lá.

Não sei se me surpreendo ou não, mas meu pai se deu bem demais com os dois. Eles ficaram vários minutos falando sobre os lugares que meu pai visitou na Itália. Pareciam até melhores amigos. Mas esse é o dom de Pietro. Ele consegue conquistar todo mundo com seu sorriso bonito.

Aquela mesma foto no café estava no meu quarto também, junto com uma segunda foto que Alfredo estava junto. Acho que o considero meu melhor amigo. Não estou falando isso por ele ser irmão do meu namorado e literalmente meu único amigo. Mas porque Alfredo está sempre me fazendo rir, sempre me ouvindo e sempre fazendo piadas para provocar Pietro. Eu amo isso.

—Você está tão quietinha. Está tudo bem? —Pietro tocou meu rosto, me fazendo erguer os olhos. Estávamos esparramados na sua cama, olhando para a pequena tv onde Harry Potter estava passando.

—Só estou pensando no quanto gosto de você. —Toquei a bochecha dele, vendo o sorriso que se abriu nos seus lábios. —Você é real? Ou eu estou apenas submersa lendo um livro de romance em que você é o protagonista?

Era uma pergunta genuína, mas Pietro gargalhou, me esmagando em um abraço enquanto enchia meu rosto de beijos estralados e rápidos.

—O que é engraçado? —Indaguei, me afastando para fitalo. —Estou falando sério. Você é perfeito demais pra ser real. Estou começando a achar que em algum momento vou abrir os olhos e perceber que só estava lendo um livro em que você faz parte.

—Você sempre se apaixona por personagens literários? —Questionou, tirando os fios de cabelo que caiam no meu rosto.

—Apenas os que se parecem com você. —Afirmei baixinho, com os olhos dele se iluminando e seu sorriso se tornando maior.

—Então eu sou perfeito como os caras dos seus romances? —Ele parou de sorrir, segurando meu rosto e deixando um selinho calmo e demorado nos meus lábios. —Não quero ser como eles. Quero ser melhor que eles. Quero ser o melhor pra você.

—Você é. —Afirmei, puxando o rosto dele para beija-lo. —Você é perfeito pra mim, Pietro.

Sabia que ele entenderia o que aquilo significava, porque era o que ele costumava dizer pra mim. Pietro sorriu contra meus lábios, me puxando mais para si, enquanto nossos lábios voltavam a provar um ao outro, com calma e um carinho de partir o coração.

Segurei a nuca dele, sentindo meu coração dar um salto no peito quando o beijo ficou um pouco mais rápido, assim como nossas respirações. Pietro afastou os lábios dos meus, beijando carinhosamente e lentamente meu rosto, como sempre costumava fazer. Ele segurou a lateral do meu rosto, deixando um rastro de calor pelas minhas bochechas, enquanto seu corpo ficava sobre o meu.

Acho que não consigo respirar. Acho que vou desmaiar.

—Tudo bem? —Ele encarou meus olhos, enquanto sua respiração se encontrava com a minha. Balancei a cabeça afirmativamente, entorpecida com a quantidade de beijos e com a sensação que tomava conta de mim. —Quer que eu pare?

Quando balancei a cabeça negativamente, Pietro me beijou de novo, um pouco mais rápido do que das últimas vezes, como se ele precisasse muito de mim naquele momento. Toquei seu rosto, seus cabelos, sua nuca e seus ombros, sentindo ele sorrir entre os beijos ofegantes.

—Fica comigo essa noite? —Pediu, tão baixo que quase não ouvi. Meu coração errou algumas batidas, enquanto as borboletas dançavam no meu estômago quando ele voltou a beijar meu rosto.

—Fico. —Sussurrei, soltando um suspiro de ansiedade. Mas foi impossível não sorrir quando ele afastou o rosto, acariciando minha bochecha com o polegar enquanto me observava com os olhos brilhando como duas estrelas.

Fiquei observando o rosto dele também, tocando as bochechas macias com a ponta dos dedos, enquanto tentava gravar cada detalhe. Pietro ficou imóvel quando meus dedos percorreram a linha da sua mandíbula, circulando o queixo até a outra bochecha. Então toquei com a ponta dos dedos os lábios macios e avermelhados pelos beijos, contornando cada um deles até que Pietro deixou um beijo neles, antes de mordê-los de leve.

—Ei! —Puxei minha mão de volta, soltando uma risada baixa que arrancou um sorriso dele.

—Ei! —Ele beijou a ponta do meu nariz, deslizando a mão até minha nuca antes de beijar meus lábios de novo, me deixando sentir seu gosto. Meus olhos se fecharam e eu absorvi cada sentimento bom daquele momento.

Pietro se afastou apenas para tirar a camisa, puxando ela sobre sua cabeça e a jogando no chão. Soltei uma respiração pesada, com meu rosto corando ao vê-lo sem camisa. Mas ele estava me beijando de novo. Uma vez. Duas. Três. Tantas vezes que não vi a noite passar. Não vi o dia amanhecer.

Em algum momento daquela noite. Entre os beijos e as respirações ofegantes, pensei ter ouvido um "eu te amo". Mas não sabia se aquilo tinha saído dos meus lábios, dos de Pietro, ou se era apenas minha imaginação. Independe disso, guardei aquilo no cantinho do meu coração, quentinho e protegido.


Continua...
....
Tá acabando. Sabem o que isso significa, né?

Docemente Apaixonados / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora