CAPÍTULO 3

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A descoberta


Sam cuidou dos ferimentos de Elly enfaixando algumas partes dos seus braços, terminando com curativos no rosto.

—— Isso não é nada bom, essa garota precisa de um médico. — Resmunga Bobby.

— Não sem sabermos o que ela queria com a gente. — Responde Dean a cobrindo com um pequeno cobertor. — Quer dizer, uma menina estranha brota na frente do meu carro procurando por nós, cheia de cortes no corpo. — Eu não sou vidente mas tenho certeza que coisa boa não é.

— Não seja tão pessimista...

Enquanto Dean e Bobby trocavam farpas sobre o que de fato deveria ser feito, a garota começou a se mexer levemente, demonstrando sinais de consciência.

— Ma-Mamãe. — Sussurra fraca.

Sam da algumas cotoveladas no irmão para que o mesmo prestasse atenção. — Ei, tá tudo bem, você está segura. — Ele se abaixa próximo a cama tentando a manter calma. Embora a reação de Elly tenha sido oposta ao esperado.

— Quem são vocês. — Grita se levantando da cama em direção ao canto da parede. — São reptilianos?

— Ih rapaz... é maluca. — Dean coça levemente a cabeça. — Calminha aí dona nervosinha, nós só queremos ajudar. — ele ergue os braços sem notar que tinha um dos revólveres em mãos.

— Dean guarda a arma. — Sam o cutuca.

— O que ?

— Não vê que tá assustando ela ? Guarda logo a porcaria desse revólver.

— Tá, tá bem. — sopra. — Nós não somos os vilões, pode confiar na gente.

Elly se manteve encolhida ao canto da parede coçando vagamente sob os curativos.

— Eu preciso encontrar os Winchester. Vocês os conhecem ?

— Hum... digamos que sim. — Dean da de ombros. — O que você quer com eles ?

— Vocês vão me achar maluca. — Choraminga.

— Então hoje é seu dia de sorte, por que nós aqui somos mestres em loucura. — Sorri.

— Meu professor de ciências matou a minha mãe. — Ela fala tão normalmente que até se assusta com o quão repentino a frase saiu de seus lábios. — Ele estalou os dedos e quebrou o pescoço dela.

Elly não parava de soluçar, seus olhos marinados e mãos trêmulas logo comoveram os rapazes, que imediatamente se entreolharam com o depoimento.

— Eu não pude fazer nada, fiquei parada olhando acontecer como uma grande idiota. — Suspira com fúria.

— Nós sentimos muito. — Sam inclina levemente o rosto para baixo assim como seu irmão. — O seu professor, por que ele faria algo assim ?

Pouco a pouco, Elly se dirige até o centro da sala se sentando de volta a cama.

— Vai parecer muita insanidade... Mas eu tenho certeza que aquela coisa não era o meu professor. — Soluça.

As pupilas de Bobby dilatam instantaneamente, fixando ainda mais seu olhar sob a menina. — Como assim ? — Pergunta.

— Os olhos dele...

— Estavam pretos ? — interrompe Dean.

— Não... Estavam amarelos.

Ouvindo as palavras de Elly, os irmãos finalmente puderam compreender o quão grande era aquele problema. E acima de tudo, o quão importante era aquela garota.

— Era só o que faltava, agora o Azazel está sequestrado crianças, só pode ser brincadeira. — Suspira Dean, levando as mãos ao rosto.

— Azazel ?

— Vai ver ele só queria a mãe da garota. — Sugere Bobby.

— Será que vocês podem me explicar o que está acontecendo? — Grita Elly. — Quem é Azazel, e por que matou a minha mãe ?

— É o que estamos querendo descobrir também. — Responde Dean.

— Tá tudo bem, tenta ficar calma e nos contar tudo dês do começo. Pra começar, que tal dizer seu nome ? — Pede Sam gentilmente, lhe entregando um copo d'água.

— Me chamo Elly. — Funga.

— Tudo bem Elly, eu sou o Sam, este aqui é meu irmão Dean e aquele é nosso tio Bobby. Nosso trabalho é caçar algumas coisas, coisas que a polícia não está preparada para lidar. Como a coisa que matou sua mãe.

— Reptilianos ?

— Hum... Demônios, vampiros, fantasmas, lobisomens, metamorfos... Nunca cruzamos com um reptiliano, mas quem sabe um dia...

Com o susto, Elly deixa o copo d'água cair de sua mão no mesmo momento em que Dean pronunciou os nomes.

— DEAN ! — Bobby lhe dá um soco no ombro seguido de uma careta. — Onde está sua sutileza ?

— A, foi mal eu...eu não quis te assustar. — Gagueja encolhendo os ombros.

— Como eu ia dizendo Elly... Nós podemos te ajudar com essa coisa, se nos contar melhor o que aconteceu.

— Tudo bem. — Suspira. — Eu comecei a notar a mudança nele há alguns dias, ficou mais próximo que o normal, fazia perguntas estranhas a respeito da minha família.

— Que tipo de perguntas?

— Onde eu cresci, com quem morava, o nome dos meus avós, meus pais... — Responde calmamente. —  Em resumo, perguntas pessoais e estranhas. E antes que você me pergunte eu não faço ideia do porquê aquela coisa poderia estar atrás de mim, só o que eu sei é que estou sozinha nesse mundo agora, e os Winchester são minha única esperança de continuar viva, se é que eles vão acreditar no que eu disser.

— Tá, e o que de tão importante você tem pra tratar com eles ?

— Mamãe me disse que um deles é o meu pai.

Imediatamente os irmãos arregalam os olhos trocando olhares de espanto um com o outro.

— Qual, o nome da sua mãe ? — perguntam em sincronia.

— Rhonda Hurley. — Responde.

— Eu acho que tô passando mal. — Dean leva as mãos ao estômago puxando forte o ar para seus pulmões. — Sammy abre a porta, preciso de ar.

— Aí meu Deus, aquela do lance da calcinha ? — Sam encara seu irmão que permanecia pálido.

— CALA BOCA SAM ! — Grita.

— OK...eu acho que essa é a minha deixa pra dar o fora. — Pigarreia Singer. — me liguem se precisar de alguma coisa rapazes.

— Tá legal, eu vou embora daqui. — Elly se levanta da cama rapidamente tentando seguir em direção a porta, pouco antes de ser impedia por Sam.

— Espera. — Pede sutilmente.

— Olha, eu agradeço por me ajudarem. Mas eu realmente preciso encontrar esses caras, e sem ofensas mas o seu irmão parece estar tendo um tipo de piripaque com a minha presença.

— Você não pode ir.

— E por que não?

— Por que somos nós quem você está procurando!

— Então vocês são...

— Meu nome é Sam Winchester, e aquele é meu irmão Dean. — Repete mais uma vez, um pouco menos calmo que a primeira.

Minha Pequena Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora