CAPÍTULO 33

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Elly

✧dia de pesquisa✧

Não havia sido uma tarefa fácil, mas com muita lábia e goles d'água, Layla finalmente havia me contado o que sabia sobre a lenda local. A história de uma moça de preto, que vagava pela floresta em busca de almas perturbadas.

Não era lá as informações que eu esperava receber, mas pelo pouco que li e aprendi durante esse tempo sendo uma winchester, Aquilo de fato não era um demônio! E com toda certeza o garoto do corredor estava certo ao afirmar que se tratava de um fantasma.

—— Você está dizendo que toda essa lenda da mulher de preto é mesmo real, e que ela está vagando por essa floresta matando gente ? — Layla arregala os olhos mais uma vez congelando toda sua pele.

— Eu não tenho certeza de nada, pode ser só uma coincidência...mas de fato deve ser um fantasma! Demônios não deixam marcas como aquela, pelo menos não os que eu conheci. — Dou de ombros.

— Vo-vo-você já conheceu um demônio ? — Gagueja.

— O que ? Não — Sorrio. — É só um modo de falar, uma metáfora.

— Graças a Deus...—Ela Suspira aliviada. — Será que nós podemos voltar pra aula agora?

— Na verdade eu ainda preciso da sua ajuda. — forço um sorriso de canto torcendo para que ela concordasse.

— A não... Nem pensar. — Gesticula em negação. — Já está quase no último horário, não vou perder mais uma aula.

— Não precisa vir comigo tá bem ? Só preciso que me diga como posso chegar na sala da computação.

— Aquela sala é reservada pro pessoal do curso avançado, não temos permissão pra entrar lá fora dos horários de aula.

Curso avançado...repito a palavra em minha mente sutilmente deixando com que a ideia finalmente pudesse brotar como mágica. — Layla, você é uma gênia. — Lhe sou um beijo no rosto correndo pelos corredores o mais rápido que pude.

— Eu ? — Ela sorri timidamente, corrando suas bochechas.

Talvez fosse uma imensa estupidez querer burlar as regras do colégio logo no primeiro dia de aula, mas com um caso bem em minhas mãos e envolvendo um dos alunos, aquela poderia ser a oportunidade perfeita para testar minhas habilidades como caçadora, e talvez aprender um pouco mais sobre quem eu realmente era.

Sem que ninguém veja continuo vagando pelos corredores espiando de porta em porta pelos buracos da fechadura até ter alguma menção do rosto de Kevin. Felizmente não demoro muito para o encontrar.

Porém, a parte difícil ainda estava por vir... Como tira-lo da sala sem que percebam que estou onde não deveria estar ?....

— Tá legal, quem pensa muito não faz nada direito, então que se dane. — bato na porta me sentindo imensamente arrependida no mesmo instante.

Burra burra burra...

— O que faz fora da sala ? — O professor que abre a porta encara meu rosto como se estivesse julgando cada pedaço meu.

Pensa rápido Elly, pensa rápido....

— Estão chamando pelo Kevin na diretoria, ele é dessa turma não é ? — Falo rapidamente, ficando totalmente chocada com a minha própria habilidade de mentir.

— É...— ele responde desconfiado. — Espero que não esteja envolvido em confusão senhor Tran.

Kevin se levanta confuso, me seguindo para fora da sala, conforme eu havia planejado.

— Por que alguém estaria me chamando na diretoria? — Questiona.

— Olha, foi mal te tirar da sala, mas eu preciso muito de um favor, e você é o único que pode me ajudar.

— Tá me dizendo que você mentiu pro meu professor? — ele me olha boquiaberto.

— Não me olha com essa cara de quem tá me julgando, parece que todo mundo nessa escola gosta de fazer isso.

Kevin não me parecia uma má pessoa, mas assim como Layla passava imagem de um jovem muito dedicado em seus estudos, o que talvez pudesse prejudicar minhas investigações.

— E no que exatamente eu poderia te ajudar ? — Pergunta passivamente.

— Preciso fazer uma pesquisa importante, mas pra isso vou precisar usar algum dos computadores. Fiquei sabendo que o pessoal da turma avançada tem acesso.

— É mas não agora... Não tem ninguém lá.

— Melhor ainda. — Sorrio. — Eu sei que você nem se quer me conhece direito e entendo totalmente se não quiser me ajudar. Mas por favor, se puder levar em consideração pelo menos um pouco, eu vou ficar te devendo essa pro resto da vida.

— Tá bem, mas você vai precisar ser rápida, meu professor vai achar estranho se não voltar pra sala em 15 minutos.

— Valeu Kevin.

Seguimos pelo corredor até a sala dos computadores. Fico de vigia na porta assim que percebo que não iria conseguir usar aquelas coisas.

— Esses computadores são muito modernos, eu nunca usei um desses.

— É fácil, só parece ser complicado. — Ele da de ombros.

— Faz o seguinte, você vai ser mais rápido que eu, então pesquisa tudo o que você puder sobre a lenda da mulher de preto e usa a impressora pra imprimir os arquivos. Eu vou ficar de tocaia e se alguém aparecer eu invento que sai pra beber água ou ir no banheiro.

— Por que quer fazer pesquisa sobre uma lenda urbana? — Ele me encara.

— Eu respondo tudo depois, só faz o que eu pedi por favor. — Imploro.

— Tá legal. — Suspira. — Acho bom isso valer a pena.

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