CAPÍTULO 35

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✧Presságio✧

Elly

——Abra os olhos winchester...

Aquele Sussurro sombrio em meus ouvidos fizeram com que eu despertasse bruscamente, caindo sob uma enorme poça d'água, em frente a um tipo de torre velha.

— Dean ? — Engulo seco sentindo um terrível pânico subir pela espinha.

— Elly ?

Atrás da estranha torre em meio a um multidão de gramas e árvores, consigo escutar sua voz quase que inaudível.

Estava terrivelmente frio, e eu não tinha a menor ideia de que lugar era aquele, nem como tinha chegado lá.

Sem pensar duas vezes, sigo a voz de Dean em meio aquela estranha floresta, o encontrando de costas, encarando um riacho que percorria por trás da torre.

— Dean? — Dou um sorriso pequeno assim que o encontro. — O que houve, como cheguei aqui?

— Você sempre vem quando eu chamo... — Quando ele finalmente vira seu rosto em minha direção, percebo que seus olhos estão amarelos, e pouco a pouco a sua face vai se modificando, dando lugar a sombria e assustadora feição de Azazel.

Imediatamente corro pela floresta em grande desespero, sendo encontrada por ele, não importava onde fosse.

— Qual o problema? Não quer conversar com um velho amigo..?

Sua voz me causava enormes sensações de pânico. Era como se ela me controlasse, fizesse de mim o seu fantoche humano...

— O que você quer ? — Grito.

— Que você venha a mim...

— Nunca, ouviu bem ? Eu NUNCA vou fazer o que você quer.

— Você irá... Pode ser hoje, amanhã...mas você irá. E quando eu lhe chamar, Espero que esteja pronta.

Derrepente todo aquele cenário de terror se transforma em cinzas, e pouco a pouco tudo vai voltando a ficar escuro, tão escuro a ponto de não se enxerga nenhum tipo de luz. E derrepente lá estou eu, em uma cama de hospital, cercada por médicos e enfermeiros.

— Ela acordou, diga ao pai que entre.

— Onde, onde eu estou ? O que houve ? — Assustada tento me levantar da cama sendo impedida por um dos médicos.

— Por favor fique calma. — Pede pacientemente.

— Elly... Graças a Deus. — Dean da um sorriso de canto assim que entra na sala.

— Fica longe de mim. — Grito em Pânico.— Você não é o Dean...

Eu não conseguia mais distinguir o que era ou não realidade, e o fato de não conseguir saber se estava ou não cercada por demônios me apavorava. E quando o grito agudo saiu de meus lábios, todas as lâmpadas e vidros presentes no quarto se despedaçam, explodindo cacos para todos os lados.

— Que droga é essa ? — um dos auxiliares encara o médico totalmente chocado com a cena.

— Deve ...deve ter sido algum problema com a temperatura da sala. — Responde incrédulo.

Eu não sabia se aquilo tinha sido de minha responsabilidade, algo ligado aos meus dons paranormais....Mas quando vi que um dos estilhaços de vidro havia ferido o rosto de Dean, me senti extremamente culpada. Mesmo sem ainda ter certeza se era ele ou não...

— Ta tudo bem garotinha, sou eu, o Dean. — Ele da um sorriso pedindo permissão para se aproximar.

Quando olho fixamente no fundo dos seus olhos, consigo enxergar o brilho único que apenas ele tinha. Brilho o qual me transmita segurança e tranquilidade.

— Oi. — Soluço.

— Oi criança. — Suspira acolhendo-me em um abraço sutil. — Ta tudo bem, eu tô aqui com você.

— Eu sinto muito, eu não quis te machucar. — Gaguejo observando o sangue que corria por seu rosto.

— É só um cortezinho de nada, já estive bem pior. — da de ombros. — Como se sente ?

— Eu não me lembro do que aconteceu. Sei que em um segundo estava indo abrir a porta e então as coisas ficaram escuras. 

Dean permaneceu atento segurando firme em minhas mãos enquanto eu explicava o que havia acontecido.

— Eu vi uma torre velha perto de um riacho, escutei sua voz e pensei que estivesse lá comigo. Mas quando me aproximei eu vi que era ele...— Perco as forças em meio as palavras, me recordando da terrível sensação. — Ele estava lá, me encarando fixamente com aqueles olhos amarelos.  Senti tanto medo. — Afundo meu rosto em seu ombro deixando com que o aconchego de seu abraço me trouxesse algum conforto.

— Ta tudo bem, não precisa falar disso agora. — Ele me tranquiliza enxugando as lágrimas de meus olhos. —  Ele não vai chegar até você, não antes de acabarmos com ele.

É claro que nenhum dos médicos em volta estavam entendendo o rumo daquela conversa, então buscaram se afastar da cena de alguma maneira discreta.

— Será que vai precisar de pontos ? — Olho para o corte em seu rosto ainda preocupada.

— Não, como eu disse foi só um cortezinho de nada. —  Vamos esperar e vê o que o médico diz a seu respeito, então saimos desse lugar.

— Enquanto ao caso ? — Pergunto sutilmente.

— Prometeu que iria esquecer disso...

— Eu sei disso, só quero saber se já conseguiram solucionar.

— Sim, já resolvemos.

— Oi... — Sam da duas leves batidas na porta entrando na sala. Seu sorriso imediatamente se desfaz ao notar a destruição no local. — O que houve aqui ? — Pergunta assutado.

— Foi um acidente. — Pigarreia Dean.

É claro que ele não queria tocar no assunto de eu quase ter matado alguém...

— Como se sente Elly ? — Sam me lança um sorriso passivo ignorando totalmente o cenário catastrófico a nossa volta.

— Melhor agora. — Sussurro. 

— Isso é muito bom! A.... Dean será que Podemos conversar ?

É claro que eles não queriam que eu ouvisse a conversa, e por alguma razão não me deixei ser convencida sobre toda aquela história de que o caso já havia sido encerrado...

Não que eu duvidasse da capacidade deles, afinal de contas eu já os vi em ação, e eram realmente muito bons naquilo que faziam. Mas as coisas nunca se resolvem tão facilmente, ou talvez o caso da cidade agora fosse eu mesma.

Afinal de contas, o que me torna diferente das coisas que ambos caçam?

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