CAPÍTULO 18

3.9K 461 49
                                    

Elly

✧Jogo de tabuleiro✧

Não é que eu estivesse satisfeita com aquele acordo idiota, na verdade meu instinto interior temia profundamente que alguém pudesse sair ferido daquela história. Por outro lado, com a tal arma, poderíamos chegar até Azazel.

—— Já se sente melhor ? — Dean havia ido ao mercado naquela mesma manhã, comprar Algumas coisas na tentativa de melhorar minha condição enjoativa.

Ele não sabia cozinhar muito bem aquele tipo de comida, mas fez um esforço admirável com o arroz e Strogonoff. E por sinal estava muito bom.

— Estou sim, obrigada. — Agradeço terminando meu prato. — A gente pode continuar treinando com as armas mais tarde?

— Talvez...

— E o colt ? Ele é uma arma feita pra matar o azazel ? Ela mata outros demônios também ? — Pergunto curiosa.

— Você sempre foi tão tagarela assim? ,— ele me olhava de realce como se sua mente estivesse em outro lugar.

— Desculpe... Eu esqueço que você não é de falar muito. — Sopro um pouco decepcionada. — O que será que tinha no presente do Crowley ?

Quando escuta minha pergunta, Dean imediatamente se vira de onde estava, encarando meus olhos fixamente. — NADA ! não importa o que seja, ele não é alguém que você deva confiar.

— Eu sei disso... só queria saber o que era, só isso. — Dou de ombros. — Aqui tem algum jogo de tabuleiro ?

— Jogo de tabuleiro ?

— É, alguma coisa pra distrair a mente.

— Não.

Ele volta sua atenção nas papeladas espalhadas pela mesa ignorando minha presença.

— Tudo bem. — dou de ombros. — Eu vou procurar.

•••

O bunker era incrivelmente grande, por mais que eu vasculhasse sempre iria paracer que faltava um cômodo. Então decidi continuar vasculhando em busca de algo que pudesse chamar minha atenção. E foi aí que finalmente. encontrei!

Não era nada muito revolucionário ou atualizado, mas tinha muitas cores e números. Então aquilo rapidamente despertou meu interesse.

Pego a caixa saltitante levando de volta até a sala. — DEAN — Grito. — DEAN.

Ele imediatamente saca um revólver apontando para minha direção. — O que foi ? — Grita procurando por alguma ameaça.

— Tá tudo bem, não é nada sério. — Gaguejo. — Eu só encontrei um jogo.

— Mais que... — Ele respira fundo guardado a arma outra vez. — tem ideia do susto que me deu menina ?

Encolho os ombros assim que noto sua expressão seria. — Joga comigo ?

— Não dá, estou ocupado com coisas realmente importantes. Pede pro Sam.

— Mas eu queria jogar com você. — Sopro.

Ele fica em silêncio,  voltando sua atenção para os papéis. — Eu sinto muito, não tenho tempo para brincar agora.

— Tudo bem...

Eu sabia que sua cabeça estava lotada com toda aquela confusão. Mas por um segundo realmente achei que ele pudesse focar sua mente em algo divertido.... Pelo menos eu tinha certeza que o tio Sam aceitaria.

Infelizmente, eu não o encontrava em lugar algum....

— Tio Sam — Grito por todos os cantos. — Onde você tá ?

— Droga...eu me esqueci que o Sam deu uma saída — Responde Dean. — Por que você não vai assistir televisão e para de ficar gritando ?

Eu não queria assistir TV, nem ficar parada em um canto da sala olhando pra parede. E como minhas tentativas de aproximação com Dean não estavam dando certo, achei que poderia aproveitar o momento solidão e buscar fazer novas amizades.

— Tá legal, eu nunca tentei rezar dessa forma direta a não ser com Deus. Mas já que você me conhece e eu sei o seu nome, talvez você possa descer aqui por alguns minutos. — Fecho meus olhos vagarosamente, mentalizando sua imagem em minha cabeça. — Castiel, você consegue me escutar?

— Consigo! — Ele responde surgindo bem atrás de mim. Nem preciso dizer o baita susto que havia tomado, mesmo já esperando que ele pudesse aparecer.

— Minha nossa. — Suspiro.

— Problemas com os rapazes ? — Ele pergunta um pouco sem jeito.

— Hum... acho que você vai ficar um pouco zangado comigo, mas eu queria companhia pra jogar um jogo que achei, e como o tio Sam saiu eu só consegui pensar em você. — Dou de ombros.

— Enquanto ao Dean ?

— Ele...tá ocupado. — Fungo.

— Eu adoraria poder ajudar mas não entendo de jogos humanos.

— Não tem problema, eu também nunca joguei isso. — Falo o puxando pela mão até o fundo do quarto espalhando todas as peças pelo chão. — A gente pode aprender juntos.

O anjo parecia perdido, sua expressão era de confusão e talvez um pouco de desconforto. Ele queria ajudar, mas realmente não tinha ideia do que fazer. Era engraçado, e um pouco fofo também.

— Sabe...da última vez que nós vimos, você levantou a possibilidade de eu ter sangue de demônio em minhas veias. Isso faz de mim uma má pessoa?

— Eu não posso falar disso com você.

— E por que não ?

— Por que o Dean não iria gostar nada. — Responde rouco.

— E acha que pode me contar um pouco sobre como os conheceu ?

— A, foi durante o apocalipse! — Ele fala de uma só vez.

— A-PO- APOCALIPSE? — Engulo seco. — O da Bíblia, com as trombetas e os cavalheiros ?

— É por aí. — Da de ombros. — Mas não precisa se preocupar por que os garotos mataram quase todos os cavalheiros e usaram os seus anéis para colocar o diabo de volta na jaula.

Estava certo que eu queria saber mais sobre o legado winchester e o que poderia me esperar no futuro, mas confesso que aquilo era muito louco.

— Eles lutaram contra o diabo...o diabo mesmo ?

—Ahh... eu acho que estou falando demais outra vez...

— Castiel ? — Dean entra no quarto um pouco surpreso com a presença do anjo. — O que faz aqui ?

— Dean... Eu ouvi a menina chamar e achei que ela pudesse estar em perigo.

— Como é? — Ele me encara fixamente. — Chamou o Castiel aqui pra brincar de joguinho de tabuleiro ?

— Não achei que ele fosse se importar. — Respondo baixo.

— E eu não me importo... — Castiel me lança um sorriso acolhedor recolhendo algumas peças do chão.

— Olha aqui pode parar com isso tá legal ? — Sopra. — O Castiel tem coisas importantes pra fazer, e você não pode ficar chamando por ele só por que está entediada.

Me senti mal com sua afirmação, talvez eu realmente tivesse errado.
Mas no fundo eu só queria companhia...

Minha Pequena Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora