CAPÍTULO 41

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Trauma...

Entender os poderes de Elly e como eles funcionavam não era uma tarefa fácil. Até pouco tempo a garota estava de acordo a teoria de Sam onde o Medo era o responsável por desencadear seus dons sobrenaturais.

Mas ao se ver naquela situação de tremendo pânico, e não conseguir fazer nada... Mesmo que desejasse profundamente, fez com que Elly entendesse que nem sempre as coisas vão acontecer com base no seu medo, e talvez aqueles malditos poderes só se manifestassem na presença de pessoas inocentes...o que com certeza não era o caso daquela terrível situação.

—— Mais que droga... ELLY! — Assim que percebeu que a menina não estava mais na fonte Dean começou a olhar em volta procurando por qualquer pista possível.

— Com licença moça, você viu uma garota baixinha de cabelos castanhos aqui nessa fonte ? — Ele pergunta a uma senhora que estava sentada em um dos bancos da praça, alimentando os pássaros.

— A sim, ela saiu com o jardineiro naquela direção. — Aponta.

— Obrigado! — sem perder mais nenhum segundo Dean sai às pressas no caminho a qual a moça apontou, gritando alto pelo nome da garota.

•••

— É melhor você não gritar... Fica quietinha, e ninguém vai precisar se machucar.

— Me deixa seu demônio maldito. — Ela se debate tendo sua boca coberta.

— Já me chamaram de muitas coisas... Mas de demônio, essa é a primeira vez. — Susurra deslizando uma de suas grandes mãos pelas pernas da menina. — Sua pele é tão macia...

Por sorte, o telefone no bolso direito da garota começa a tocar uma música alta, o que causou uma distração no agressor. — Merda...— ele rosna.

— PAI...PAPAI. — grita alto aproveitando a distração do homem que tira a mão de sua boca.

— Cala boca sua vagabunda. — furioso, ele aperta ambas suas mãos contra o pescoço da menina. — Eu mandei fazer silêncio cacete.

— EII seu desgraçado. — Guiado pelo som do telefone e pelo grito desesperado de Elly Dean finalmente chega ao corredor arrancando o homem de perto da menina com grande violência.

— Gosta de se meter com crianças ? — Rosna o acertando vários socos. — Isso é por mexer com a minha filha seu maldito filho da mãe. — Sem demonstrar nenhuma compaixão Dean quebra um dos braços do velho, que grita agonizante.

— Não, por favor...eu tenho uma filha também. — Súplica se colocando de joelhos, assim que percebe a Arma nas mãos de Dean.

— Tenho certeza que ela ficará bem melhor sem um verme como você por perto. — Rosna lhe acertando um forte chute contra seu maxilar.

— Por favor...por favor tenha misericórdia.

Dean estava furioso, suas mãos tremiam de raiva a cada golpe que acertava no rosto do homem... E embora ele implorasse por compaixão, o winchester sabia que se o deixasse escapar, outras crianças teriam de passar por aquela situação. 

— Se fizer isso você vai pro inferno. Sua alma está condenada se matar um ser humano! — Berra.

— Bom...Nesse caso, a gente se encontra lá. — Rosna disparando cinco repetidas vezes contra o peito do agressor.

Imóvel ainda próximo a parede do beco, Elly não conseguia segurar as suas lágrimas. Suas mãos trêmulas e voz rouca não conseguiram pronunciar mais do que uma palavra...

— Pai... — Soluça.

— Eu tô aqui menininha, tô aqui com você. — Responde baixo a acolhendo em um abraço. — Me desculpe...

Com o rosto afundando sob a jaqueta de Dean Elly não sabia o que dizer ou fazer, ela apenas se sentia assustada, aliviada por tudo ter acabado bem. Mas ao mesmo tempo se sentia com medo, traumatizada, com uma marca que ela jamais iria esquecer...

— Vem, vamos sair daqui. — Susurra baixo a conduzindo para fora do beco. — Nós podemos voltar e comprar outro sorvete pra você está bem ? O que você acha?

Sem dizer nenhuma palavra Elly apenas balança sutilmente sua cabeça em sinal de negação.

— Tudo bem, vamos pra casa então...

•••

Durante todo caminho de volta, a menina não disse se quer uma palavra, seus olhos ficaram fixos na janela do carro, apenas observando as árvores pela estrada.

Dean não sabia o que devia dizer ou perguntar...ele não queria fazer com que ela se sentisse desconfortável ou algo do tipo. Mas ele sabia que não poderia ficar sem silêncio, e que não podia permitir que uma coisa do tipo voltasse a acontecer.

— Olha Menininha...eu sei que você deve estar muito assustada agora. Mas precisa entender que existem pessoas por aí tão cruéis e capazes de matar como essas coisas que nós caçamos. E você não pode confiar nelas, por mais inocentes que possam parecer.

— Me desculpe... — Soluça.

— Que isso, não foi sua culpa... Não precisa se desculpar! — Dean se sentiu péssimo por ver sua filha daquela maneira, e mais do que tudo se sentiu culpado por não ter estado com ela. — Olha, se você quiser eu posso te deixar dirigir...o que acha?

— Talvez depois. — Responde baixo.

— E que tal um pouco de música?

— Pode ser...

Mesmo com o som ligado no último volume os olhos da garota continuaram fixos na janela, observando cada árvore que passava...

E foi assim até chegarem de volta ao bunker, onde Castiel e Bobby estavam os esperando com notícias de Azazel e seu paradeiro. No entanto, a ocasião não era lá a melhores para se discutir o assunto.

— Que bom que voltaram. — Castiel vai imediatamente até o encontro de Dean percebendo logo em seguida que tinha algo errado. — O...o que houve?

— Elly... — Assim que fixa seus olhos na garota Sam consegue perceber as marcas vermelhas em seu pescoço. — Meu Deus, você tá bem ?

Sem responder a sua pergunta, a garota apenas o da um abraço apertado contendo as lágrimas em seus olhos. — Eu tô bem. — Soluça. — Eu vou pro meu quarto...

É claro que ninguém conseguiu entender o que estava acontecendo, e não seria bom para Elly ter de tocar no assunto. Desse modo Dean achou que seria melhor dar a ela o espaço que precisava, pelo menos por um tempo...

— Cara... Quem fez aquilo com ela ? — Pergunta Sam.

— Foi tudo minha culpa sammy... Eu fui um idiota e acabei me distraindo. — Sorpa. — Tinha uma fonte e um cara idiota...e eu não percebi quando ele atraiu ela pra longe. Fui um péssimo pai pra ela, na verdade...eu SOU um péssimo pai pra ela.

— Não diga isso filho. — Intervém Bobby se dando por conta do que havia acontecido. — Ela é só uma criança, e as vezes as crianças são ingênuas. Você não tinha como adivinhar o que ia acontecer, mas não pode dizer que foi sua culpa, muito menos que isso o torna um péssimo pai, por que tenho certeza que você a salvou, se não ela não estaria aqui agora.

— Deus... ela é só uma criança. — Suspira Sam levando as mãos em seu cabelo. — como pode existir pessoas assim ?

— Rapaz...de pessoas perversas o mundo está cheio! — Responde Bobby. — Espero que a garota possa ficar bem, mesmo que vá ser difícil. Pelo menos ela tem a nós!

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