CAPÍTULO 47

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✧A fuga✧

Elly

De volta em casa, eu já não sabia mais o que estava acontecendo. Meu pai estava agindo de uma forma estranha, parecia me esconder alguma coisa terrível, e eu já não tinha mais a menor ideia se isso era sobre o caso do kansas ou algo totalmente diferente.

Tio Sam estava agindo da mesma forma, ele evitava as minhas perguntas e na maior parte de tempo terminava as frases com : "porque não pergunta ao Dean?"

Aquilo estava me deixando muito nervosa, mas eu sabia que não tinha tempo para sentir raiva. Aquela noite teria de ser perfeitamente articulada... Se eu não conseguisse escapar de madrugada todo o meu plano iria por água abaixo em questão de segundos.

E se aquele assunto não fosse resolvido depressa, eu iria acabar ficando sem tempo para participar do embate com Azazel.

E sim, eu sei que a frase "Eu já disse não" foi muito alta e clara, mas convenhamos que eu não iria apenas aceitar aquelas ordens e ficar de mãos atadas.

—— Você perdeu uma rodada, então é minha vez de jogar de novo. — faço uma careta para Castiel que ainda não conseguia entender as "regras" do jogo.

— Como posso ter tão pouca sorte? Está já é a vigésima vez que você joga, e até agora não sai da primeira casa. — Ele sopra com aquela cara de cachorro sem dono.

— Eu acho que você está sendo roubado na cara de pau meu amigo. — Intervém Dean tirando uma cerveja da geladeira.

— Roubado? Como se não tenho dinheiro?

Caio na gargalhada acertando Algumas peças para fora do tabuleiro involuntariamente. — Aí cara... Você é hilário.

— Hilário... — Susurra. — Eu gosto muito da palavra.

— E eu gosto muito de jogar com você. — Sorrio andando para a última casa. — E...fim de jogo! Eu venci.

— Ela é mesmo muito boa nisso. — Fala surpreso. — Meu parabéns pequena winchester.

— Obrigada caro anjo, é sempre uma honra ganhar de vossa majestade angelical.

— Já chega vocês dois, o dia já foi bem longo e está muito tarde também.  É melhor você dormir pra não acordar cansada pra aula.

Eu estava esperando que ele dissesse isso a um bom tempo, mas não queria levantar nenhum tipo de suspeitas, nem parecer que estava ansiosa para o fim da noite.

— Tudo bem. — Sopro. — Boa noite pra quem dorme, e pra quem não dorme também é claro...

A maior parte das armas estavam no porta malas do Impala, e eu não tinha a menor ideia de como ia conseguir aquelas Chaves, muito menos onde o meu pai as colocava. Provavelmente eu iria ter de entrar no seu quarto durante e madrugada, e torcer para que elas estivessem lá...

Pego meu telefone silenciosamente discando o número de Kevin. Ele já parecia esperar minha ligação, então atende logo no primeiro toque...

— Puxa, você foi bem mais veloz que a Layla. — Sussurro.

— É por que ainda não acredito que topei esse plano maluco. — Ele responde.

— Bom, de toda forma você vai estar me ajudando a salvar pessoas...tem que se sentir bem com isso.

— Por que você está cochichando?

— Meu pai e meu tio ainda estão acordados, estou esperando que eles decidam dormir pra dar o fora daqui.

— E se eles não fizerem isso ?

— É claro que vão fazer, o único que não dorme aqui é o Castiel. Mas eu acho que ele já voltou pro céu.

— Ta me dizendo que alguém da sua família acabou de morrer ? — Grita pasmo.

— O que?... não. — Sorrio abafado. — É uma longa história, quem sabe outro dia eu te explique.

— Na verdade eu nem sei se quero saber. — Sopra. — Eu vou preparar o caro pra sair assim que vir sua mensagem.

— Ta legal, eu vou mandar um torpedo pra Layla ficar atenta também. Tchau tchau...

Quando desligo a chamada percebo que o som das vozes vindas da sala haviam cessado. No entanto as luzes vindas da mesma ainda continuavam acessas.

— Ótimo, não me faltava mais nada. — Sopro espiando pelo buraco da fechadura.

Não tinha sinal de nenhum dos dois na sala, mas alguma coisa me dizia que nenhum deles tinha ido dormir, talvez estivessem apenas nos fundos do bunker.

— Ta legal, Dane-se... — tiro os sapatos dos pés ficando apenas de meias para evitar o máximo de barulho possível.

Na ponta dos dedos vou até a porta do quarto do meu pai, espiando pela fechadura, e como suspeitava estava vazio...

Onde eles poderiam ter ido ? — Penso.

— Bem, não importa...pelo menos as chaves estão aqui. — Dou um sorriso aberto pegando o molho ao lado do abajur. — Espero que ele não resolva que quer dar uma volta de madrugada...

Para me certificar de que não iriam notar a minha ausência durante a noite, volto rapidamente em meu quarto cobrindo alguns travesseiros com o cobertor. Era um truque velho e bobo, mas torci para que funcionasse.

Agora tudo o que eu teria de fazer era esperar o Kevin chegar...

Saio o mais silenciosamente possível indo direto até o Impala pegando algumas armas que não estavam carregadas e bastante munição. Eu não iria querer nenhuma delas disparando na minha mochila, então achei melhor deixar todas descarregadas até que fosse a hora de praticar.

— Vai a algum lugar? — A voz rouca de Castiel me arrancou um enorme grito de susto.

— Merda. — Berro. — Quer me matar do coração Castiel ?

— Por que está com as chaves do carro ? — Pergunta encarando minhas mãos.

— Eu só vim pegar umas coisas que o meu pai pediu. — Minto. — E você, o que faz aqui ainda ?

— Eu estava de saída. — responde calmamente. — Tem certeza que é só isso que está fazendo? — Insiste.

— Mais é claro cass...por que eu ia mentir sobre buscar umas coisas no carro. — Forço uma gargalhada espontânea rezando para que não fosse descoberta. — Inclusive já vou ir entrando por que tá muito frio aqui fora... A gente se vê amanhã na hora da aula, e não se atrasa!

— Eu nunca me atraso... — responde semisserrando os olhos.

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