CAPÍTULO 24

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✧ A explosão ✧

Elly

Ficar presa naquele lugar estava sendo uma das piores experiências da minha vida.

Passei boa parte do tempo tentando alcançar Castiel, mesmo sabendo que minhas orações não iriam chegar até ele.

Não seria fácil sair de lá, e com toda certeza eu não me submeteria a entrar na onda do crowley.
Afinal de contas eu não sabia quais eram suas verdadeiras intenções, tão pouco o seu propósito em me manter naquele cativeiro...

— Oi, tem alguém aí fora ? - Grito alto batendo três vezes na porta.

Não demora muito até que um homem de cabelos grisalhos e barba avermelhada a abra, encarando meu rosto atentamente.

- O que você quer ? - Seus olhos ficam pretos no momento da pergunta.

- Eu estou com fome. - Minto, em uma tentativa de conseguir enxergar um pouco mais do que estava ao lado de fora.

Eu sabia que não iria conseguiria bons resultados, talvez fosse só uma perca de tempo. Mas mediante as minhas atuais condições, eu teria de jogar com todas as cartas disponíveis.

- O que está acontecendo aqui ? - A voz rouca de crowley vai aumentando de tom a medida que ele se aproxima do local. - Estão... conversando?

- Ela disse que está com fome senhor.

- Ora, é Claro. Como pude me esquecer de lhe trazer comida? - O que vai querer ? - Ele da um sorriso fraco como se de algum modo estivesse tentando me agradar.

- Hum...X-burger ? - Respondo baixo.

- Você ouviu a menina, depressa! - Ordena.

- É claro senhor. - O demônio de cabelos grisalhos se retira o mais rápido que pode buscando atender ao pedido de seu chefe. A princípio achei tudo muito estranho, é claro que crowley só estava tentando ser legal comigo para sua própria conveniência. Mas talvez eu pudesse usar isso contra ele próprio...

- Seus demônios parecem ser bem obedientes. - Sopro.

Ele me fita um pouco desconfiado, mas logo começa a entrar na onda. - É, meus súditos costumam ser bem leais.

- Deve ser bom ser rei, sabe como é...ter todo um exercício para governar a seu favor.

- Meu exército, pode ser seu exército também.

Engulo seco ao notar que meu plano estava dando certo. Talvez me fazer de amiga curiosa fosse realmente a melhor maneira de descobrir suas intenções.

- O que você quer dizer ?

- Que tal darmos uma voltinha ? - Crowley estala os dedos nos levando para um lugar completamente diferente, cujo cheiro já não era tão forte, e as paredes levemente pintadas em tons pastéis.

- Que lugar é esse ? - Pergunto ainda analisando tudo a minha volta.

- Um refúgio. - Ele da um sorriso de canto se sentindo vitorioso. -Aqui nem o esquilo ou alce podem te encontrar.

- Se planejava me trazer pra cá por que não fez isso dês do início? Por que esperar até agora?

- Olha a sua volta, este barraco não parece tão assustador quanto minhas masmorras, eu precisava provocar um pouquinho de pânico antes de lhe trazer pra cá. - Da de ombros. - Mas não se preocupe, seu X burguer vai chegar em breve. Enquanto isso, por que não vem comigo?

A porta do quarto se abre sozinha como em um filme de terror.

Ainda que estivesse com a sensação do meu plano ir por água a baixo, apenas obedeço o que ele pede, o seguindo até o porão da pequena casa.

O lugar não era assustador como o qual eu estava antes, mas ao abrir a porta do porão, e me deparar com várias pessoas acorrentadas e amordaçadas ao chão, sinto minhas pernas tremerem como nunca. Minha respiração falha a cada passo, e quanto mais me aproximava, pior ficava.

- Aí meu Deus...

Eu podia ver as lágrimas correndo no rosto daquelas pessoas, estavam desesperadas, gritando contra a fita que cobria suas bocas.

- Diga pequena Elly, foi realmente sincera quando disse que apreciava o fato de que eu tenha um exército para governar? - O olhar sombrio de crowley caiu sob meu rosto aflito, piorando ainda mais a situação.

- E-Eu...

- O que foi, o gato comeu a sua língua ?

- E-Eu acho, é verdade eu juro que acho fantástico. - Gaguejo.

- Mesmo ? - ele sorri. - Eu podia jurar que você estava apenas tentando me enrolar pra conseguir informações ou algo do tipo. - Mas vejo que me enganei a seu respeito, não é mesmo winchester?

- Me...me desculpe. - Gaguejo.

- Quer saber de uma coisa? Eu acho que não vai ter X burguer pra você. - Rosna me arremessado contra a parede com grande fúria.

Sinto todo meu corpo se contrair fortemente contra o concreto, como se fosse de fato atravessa-la. A sensação era tão terrível que eu mal podia respirar.

- Por favor. - Suplico com dificuldade.

- Está bem. - Ele me solta repentinamente arrumando a gravata de seu terno. - Talvez eu possa te dar uma segunda chance, claro com algumas condições.

Respiro profundamente me sentindo aliviada por ainda estar viva. - O que você quer ?

- Quero que você os mate ! - Murmura apontando para as vítimas acorrentadas ao porão.

- O QUE ? - grito. - Eu não posso, não posso matar essas pessoas inocentes.

- Tá legal. - Suspira voltando a me pressionar contra a parede apenas com um gesto de sua mão.

- Por favor, eu não posso. - Grito mais uma vez agonizando de dor.

- Lá lá lá lá lá....

É claro que crowley não pareceu dar ouvidos, nem pararia até que minha resposta fosse um sim.

- Dôle uma...

- Por favor... Eu não posso. - Choro.

- Dôle duas ...

As lágrimas já eram como parte de meu rosto, não havia mas lugares onde elas ainda poderiam molhar, e conforme o tempo passava, mais minha visão ficava escura...

- Dôle três...

- JÁ CHEGA. - Grito alto fazendo com que uma luz branca estranha explodisse por todos os cantos do lugar. Sinto meu corpo fraquejar, cada músculo de amoelcer... e antes que pudesse entender o que aconteceu, bato contra o chão totalmente inconsciente de tudo.

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