CAPÍTULO 10

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Tudo por amor

Elly

Um fantasma...um fantasma de verdade.
Nunca imaginei que viveria o bastante para ver uma coisa assim, era assustador, e Nenhum pouco amigável.

O lado bom de tudo aquilo, é que se tratava de apenas um fantasma. Pelo menos é que eu achava, até que aquele maldito amuleto começou a trazer de volta os espíritos de todos que já haviam morrido na casa.

—— Sam, Dean! — Grito alto assim que os vejo serem prensados contra a parede.

Os olhos de Cassy estavam inundados, a garotinha chorava de pânico sempre que via o homem de terno se aproximar. Achei que tudo estaria perdido, que morreriamos naquele caçada idiota, e foi aí então que tive a ideia mais estúpida que já poderia ter passado pela minha cabeça.

Conversar com o fantasma...

— Elly, foge! Não faz isso. — Súplica Dean com Dificuldade.

— Tá tudo bem Dean, eu tenho uma ideia. — suspiro me colocando a frente do homem de terno.

— Senhor, eu não sei o seu nome. O meu é Elly,  preciso que me escute. — antes que terminasse de falar, sinto sua mão agarrar em meu peito, como se quisesse arrancar pra fora meu coração.

Não era esse o plano...

— Droga, garota teimosa. — Rosna Dean conseguindo se soltar. — Sam, destrói o amuleto, eu dou cobertura ! — Ele recarrega sua arma atirando para todos os lados, sempre que algum espírito aparecia.

— Você tá legal ?

Seguro em sua mão ainda sentindo uma forte queimação no peito. — Já estive melhor. — Suspiro.

— Será que ficou doida ? É um fantasma, ele não vai ouvir nada do que você diz.

— Confie em mim, eu sei o que estou fazendo. — Corro para longe mais uma vez tentando atrair a atenção do espírito de terno, deixando Dean ainda mais nervoso.

— Para com isso menina. — Berra. — vai acabar morrendo.

O homem ainda tinha cassy como seu alvo, e foi aí que mais uma vez me coloquei a sua frente, dando um grito alto e profundo. — PARE, ELA É SUA NETA!

O fantasma por alguns segundos desfez o seu rosto de fúria contra a pequena menina, como se prestasse atenção em minhas palavras.

— Ela não se lembra de você, Talvez fosse muito nova quando partiu, mas ela te ama. E você não pode feri-la. — Falo pausadamente, observando a briga que Sam estava traçando para conseguir o amuleto. — Precisa acabar com isso agora.

Por meros e rápidos segundos, o espírito do velho homem desaparece de minhas vistas, surgindo logo ao lado de cassy, passando a mão delicadamente por seu rosto molhado e assustado. Nenhuma palavra saiu de seus lábios, mas já estava claro o que queria lhe dizer.

— NÃO, pai você não entende, eu fiz isso por nossa família, foi tudo por amor. — Apavorado, o Sr Smith tenta recuar do espírito, que agora estava a sua espreita. — Por favor, por favor pare!

Quando seu coração começa a ser esmagado, Sam aproveita a deixa para atirar o amuleto dentro da lareira, fazendo com que todos os fantasmas desaparecessem, restando apenas o corpo do Sr Smith, e sua maldita esposa.

Aos prantos, ela se ajoelha ao lado do corpo do marido. — Seus desgraçados, malditos! Estão felizes agora ? — Grita. — Eu vou matar vocês, vou matar todos vocês!

— Eu acho que não. — Dean da um leve sorriso para a moça lhe apontando o revólver. — Você vai ficar caladinha, e vai dizer a polícia que matou seu marido, vai assumir a culpa por todos os homicídios e curtir longas e divertidas férias no xilindró.

— Acha menso que sou tão estúpida? — Sopra.

— Se você preferir eu posso abrir um buraco na sua cabeça com essa belezura aqui. — E aí ? O que vai ser Sra. Smith?

Rendida, a mulher aceita o acordo, deixando-me profundamente aliviada em saber que cassy não teria de continuar a conviver ao seu lado. E ao mesmo tempo, despertou em mim uma preocupação, do que seria da garotinha de agora em diante.

— Como sabia que o cara do terno era avô da cassy ? — Sam me olha admirado.

— lá no internato, ela havia dito que o viu em um álbum da família. E vendo a coisa pessoalmente percebi que ambos eram muito semelhantes. Então juntei 1+1 e pensei que poderia o fazer enxergar o erro, já que nada do que estava fazendo era realmente de sua vontade. — Dou de ombros.

— Tenho que admitir, foi muito esperta. — Ele sorri.

— É, mas podia ter morrido! — Adverte Dean. — Tem sorte de ter dado certo.

— Qual é eu mandei muito bem. — Sopro. — E você só não quer admitir por que sabe que fui bem melhor que você. — Provoco.

— Ham... — Ele chacoalha a cabeça sutilmente estendendo sua mão em punho. — Tem razão, mandou bem.

— Valeu por admitir. — Sorrio retribuindo o soco.

— Cassy, você tem alguma outra família na cidade pra onde possamos levar você ? — Pergunta Sam.

A garotinha nega sutilmente, encolhendo os ombros.

— Tudo bem, a polícia já vai chegar, nós vamos contar a eles tudo que aconteceu e você vai encontrar uma família logo logo está bem ? — Era possível notar o quão triste Sam havia ficado com a situação, eu tinha certeza que se pudesse ele a levaria conosco sem pensar duas vezes. Mas depois de tudo que cassy havia passado, ser arrastada para aquela vida maluca não era a melhor das opções.

— Vocês não são da polícia? — Ela pergunta confusa, assim que percebe as viaturas chegarem a casa.

— Na verdade não. — Sorri Dean. — Mas esse vai ser o nosso segredinho está bem ?

Sam vai até policiais, explicar tudo que havia acontecido, é claro que com algumas pequenas mudanças na história.

E observando toda aquela confusão, eu só conseguia pensar no que seria de mim de agora em diante.

— Dean... — Falo baixo.

— Que ?

— Quando acharmos o demônio do olho amarelo, depois que ele morrer... O que vai acontecer comigo? — Engulo em seco temendo o que poderia ouvir.

— Com assim ? — Pergunta confuso.

— Vão me colocar em um orfanato, igual a cassy ? — Suspiro.

— A....olha... Que tal  fazermos uma boquinha ? depois da caçada nós merecemos! Além disso... tô cheio de fome.

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