CAPÍTULO 25

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✧Depois do acidente✧

Quando seu mundo parece simplesmente não fazer mais sentido, ou quando tudo a sua a sua volta passa a ser meramente questionável, se tornam poucas as coisas que possam servir como surpresas.

A algumas semanas a vida de Elly se baseava em ir para a escola e torcer para que sua nota de matemática não fosse a pior da classe... É claro que Ela sempre achou que poucas coisas poderiam lhe tirar tanto a paz quanto uma nota ruim. Pouco tempo depois veio a perda da sua mãe para lhe provar o contrário.

Mas ao abrir seus olhos novamente, cercada por todo sangue e carne que cobriam aquelas paredes, a garota finalmente teve certeza, de que aquela sensação era o pior que já havia sentido. E com certeza lhe deixaria uma marca profunda, impossível de ser apagada.

—— Não... não, não, não, não..... — O choro misturado com a dor e ressentimento prevalecia no rosto da pequena menina. Mulheres, homens, crianças...todos estavam mortos, mortos por sua culpa.

— Eu fiz isso... — Ajoelhada ao chão, com seus olhos marinados em lágrimas. Elly não conseguia parar de olhar para suas mãos, que embora não estivessem manchadas, representavam um terrível peso.

Por alguma razão, crowley, já não estava mais lá, talvez houvesse se desintegrado por completo, ou apenas fugido de medo da explosão.

De todo modo, Elly sabia que precisava sair daquele lugar, sair de perto de todo aquele sangue... E embora não tivesse forças para isso, ela se levantou ainda aos prantos, correndo em direção a saída, onde encontrou ainda mais sangue.

— Aí meu Deus...

Do outro lado da porta, a mesma cena se repetia, porém com menor volume e intensidade. Era provável que se tratavam de demônios que faziam a proteção do lugar. Mas como seria possível aquela explosão de luz atravessar por aquelas paredes sem nem ao menos provocar um arranhão na contrução?

Cambaleando entre o sangue até a saída, Elly percebe que estava no meio do mato.

A estranha cabana parecia algum ponto de refúgio, provavelmente alugada ou comprada de alguma família que zela pela vida tranquila.

•••

Elly

Eu não conseguia ouvir nenhum som diferente das folhas caindo ao chão, o vazio do silêncio era perturbador. E mesmo sem ter ideia de onde estava, ou para onde deveria ir, continuei seguindo pela mata, estranhamente esgotada a cada passo.

De toda forma, havia uma vantagem em estar fora da casa...

— Castiel, por favor. — Sussurro fraca caindo de joelhos ao chão. — Diz que consegue me ouvir.

A Possibilidade de crowley resolver aparecer novamente me apavorava.
E mesmo estando fora de todos aqueles sigilos, não tinha como eu ter certeza que Castiel podia me ouvir, ou se ele estava bem...

Felizmente, eu estava enganada.

— Elly. — A voz rouca do anjo conseguiu me arrancar o mais profundo e sincero sorriso que já havia brotado em meu rosto dês de que crowley me capturou.

Saber que estava a salva outra vez, mesmo que temporariamente, foi muito reconfortante.

— Anjinho, como é bom te ver. — Murmuro.

— Você está bem? Está ferida? — Ele encosta dois dedos sob minha testa tentando de alguma forma aliviar minha condição de fraqueza. No entanto nada acontece....

— Por favor, me leva pra casa. — Foram as últimas palavras que consegui Sussurrar, até de minha visão se apagar. Como se o dia simplesmente tivesse deixado de existir.

Eu não sabia se aquele resgate era mesmo real ou se tudo se tratava apenas de um sonho. Mas quando abri os olhos novamente, pude enxergar um papel de parede avermelhado, estranhamente famíliar. E não demorou muito até que finalmente percebesse onde estava.

— Oi, como se sente ? — Sam segura uma de minhas mãos esboçando um sorriso fechado.

— Está machucada ? Castiel disse que você apagou mas ele não identificou nenhuma ferida. — Dean se aproximou sutilmente colocando uma mão sob meu rosto. — Por favor me diga o que aconteceu.

— Eu estava no inferno. — Respondo ainda nauseada. — crowley me manteve presa um tempo, mas disse que não poderia arriscar que vocês me encontrassem. Por Isso me levou pra uma cabana abandonada no meio da floresta.

— O que ele queria ?

Naquele instante foi como se as palavras ficassem pressas em minha garganta. Eu sentia vergonha do que havia feito, sentia arrependimento. E acima de tudo temia o que ambos poderiam pensar depois de descobrir.

— Eu...eu sinto muito. — Gaguejo contendo as lágrimas em meus olhos. — Eu não queria ferir ninguém eu juro.

— Do que você está falando? Ferir quem ? — O rosto confuso de Dean fez com que meu medo tomasse ainda maior proporção.

— Olha em volta, você está segura menina. —Resmunga Bobby. — Não precisa ter medo de nós.

Ele tinha razão, eu estava segura... Mas enquanto a eles ? Será que estariam a salvo perto de alguém como eu ?

— Eu quis o enrolar, tentei fazer o jogo dele, comecei a mentir na tentativa de conseguir alguma vantagem. — soluço. — Mas aí ele me levou pra aquela cabana...

— Elly, fica calma tá bem ? Respira fundo. — imtervem Sam, me entregando um copo d'água. — Você está muito nervosa.

— Eu sou um monstro Tio Sam. —  Soluço deixando que meus olhos transbordassem mais uma vez. — Tinha  muitas pessoas inocentes lá, o crowley disse que eu teria que mata-las... Mas eu não queria eu juro que não queria ferir ninguém.

Os olhos de Dean se fixaram aos meus, eu podia sentir a aflição em seu olhar, e o medo do que eu ainda viria a dizer.

— Eu me recusei, disse que não faria mal a ninguém... Foi aí então que ele me arremessou contra a parede. — Fungo. — Eu sentia todo meu corpo doer, fiquei apavorada...

— O que você fez ? — Ele pergunta calmamente.

— Eu apenas gritei, gritei bem alto para que aquilo acabasse. Então uma luz forte tomou conta do quarto... Quando abri os olhos outra vez, estavam todos mortos. Eu fiz aquilo, eu matei aquelas pessoas...

Ainda tomada em lágrimas, mantenho-me de cabeça cabeça baixa durante todo tempo. Eu não podia olhar em seus olhos, sentia vergonha por desaponta-los, e acima de tudo, me envergonhava pelo o que havia feito.

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