CAPÍTULO 37

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✧Palavras machucam?✧

Elly

Dês do primeiro momento em que entrei para aquela família, o medo de perde-la assim como perdi a mamãe era tudo o que mais me assombrava...

Eu amava estar com os rapazes, amava o que eles faziam, e a forma de como eles cuidavam de mim. Arrisco em dizer que nunca fui de fato tão acolhida por alguém, como fui por eles.

E saber que eu os colocava em risco simplesmente por estar perto deles me deixava destruída...

—— Ta dizendo que você quer simplesmente ir embora? — Dean balançava levemente sua cabeça como se estivesse desapontado. — Depois de tudo o que conversamos...

— É claro que não, eu quero ficar! Quero estar com a minha família...

— E então?

— Mas se eu for ficar, precisa me prometer que vai me ajudar a controlar isso... Precisa me ajudar a encontrar uma solução.

— Nós temos uma solução, matar Azazel! Depois disso as coisas vão voltar ao normal. Era esse o nosso trato você se lembra? — Seus olhos estavam carregados, era difícil captar todos os sentimentos que estavam presentes.

— Ta mais e se isso não funcionar? E se mesmo depois do demônio morrer esses poderes sinistros não forem embora? — Falo rouca. — Eu não posso arriscar isso, não posso contar com a sorte de que eles simplesmente vão desaparecer.

— E eu não posso contar com a sorte de que tentar usá-los pode custar a sua vida! Você viu o que aconteceu, até o crowley ficou com medo e deu no pé... E você acha mesmo que é uma ótima ideia tentar aprender a controlar isso ?

— Tenho certeza que é bem melhor do que simplesmente fingir que essa coisa maligna não está bem aqui dentro de mim.

— NÃO Elly, não vamos mexer com o que não entendemos. E você não vai ir embora, porque eu não vou permitir.

— E como exatamente você pretende fazer isso? Vai me amarrar até que eu mude de ideia?

— Se essa for a única forma então é, eu vou.

— DEAN! — Sam lança uma careta para o irmão.

— O QUE ? — Grita.

— Não é dessa forma que as coisas vão se resolver. Será que você pode se acalmar?

— Me acalmar ? Primeiro o meu irmão diz que não vê problema nenhum em se entregar pro demônio caso as coisas dêem errado, e agora a minha filha está querendo ir embora, mesmo sabendo que aquela coisa está atrás dela. Então foi mal sammy, foi mal se não consigo me acalmar sabendo que a minha família inteira decidiu que quer se matar. As pessoas mais importantes da minha vida simplesmente quererem virar as costas pra mim. — Sem dizer mais nenhuma palavra, Dean deixa o corredor ainda alterado com a discussão.

— Se entregar pro demônio? — me sinto confusa com a frase.

— Não é nada... Tenta esquecer o que ele disse tá bem? O Dean só precisa de um tempo pra se acalmar.

— Eu não queria deixá-lo assim. — Suspiro. — Não quero que vocês pensem que estou tomando uma decisão precipitada ou algo do tipo. A verdade é que eu os amo tanto...que não consigo conviver com a ideia de os machucar.

— Olha Elly, você precisa entender que controlar esse poder não é uma tarefa fácil. Eu nunca pude controlar o que via ou deixava de ver, por um tempo até achei que as coisas tivessem voltado ao normal, mas quando você apareceu comecei a ter visões outra vez. E isso também me assusta. — Fala pausadamente. — Mas talvez nós podemos superar isso juntos, talvez o Dean esteja certo e tudo o que precisamos fazer é matar Azazel.

— Você já explodiu alguém por acidente? — Pergunto repentinamente.

— A... não.

— Foi o que eu pensei. — suspiro.

— Olha, não é tão ruim assim... nós já sabemos o que desencadeia seu poder. você teve medo na cabana com o crowley, e teve medo quando acordou no hospital. — Explica. — Talvez só precise aprender a controlar isso.

— Mas como posso controlar o medo ? Se isso é tudo o que tenho sentido dês de que minha mãe se foi. — Deixo escapar um suspiro fraco recostando meu corpo contra a parede.

— Nós vamos te ajudar tá legal? Estamos juntos nessa até o fim! E eu sei que pode até não parecer agora mas o Dean vai fazer de tudo para que você fique, então tenha certeza que ele ainda vai mudar de ideia.

Talvez o tio Sam realmente tivesse mesmo razão, talvez tudo o Dean precisasse fosse de um pouco mais de tempo. Assim como parte de mim também precisava...

— Nós vamos dar uma passada na casa do Bobby hoje a tarde e depois disso voltamos pro bunker. Acha que está se sentindo bem pra viajar?

— Sim, eu estou bem melhor agora. — Forço um sorriso fraco. — Então vocês realmente resolveram o caso ? — Pergunto  um pouco decepcionada.

— É, foi bem rápido dessa vez.

É claro que eu estava contente em saber que as pessoas envolvidas estavam seguras. Mas parte de mim se sentiu chateada por não ter conseguido ajudar de nenhuma forma. Talvez eu tivesse colocado muitas expectativas que de algum jeito seria eu a desvendar esse mistério.

— Tudo bem. — Encolho os ombros. — Será que já podemos ir então?

— Eu vou perguntar o médico, volto em um minuto...

Ainda no corredor do hospital, eu podia visualizar o reflexo de Dean recostado no capô do Impala pelo vidro da porta de entrada. Ele estava claramente chateado com minhas palavras. E por mais que eu não tenha tido nenhuma intenção de magoa-lo, me senti totalmente responsável por seu baixo astral...

— Oi... — Sussurro, me aproximando sutilmente.

— Não devia sair sem que os médicos te liberem. — Ele responde mantendo seus olhos ao chão.

— Eu sinto muito, não quis te fazer pensar que não me importo ou qualquer coisa do tipo. Eu só estou com medo de acabar machucando você ou o tio Sam. — Fungo.

— Elly, o único jeito de você me machucar é se decidir ir embora...Do contrário eu estou aqui pra você. E vou fazer o que for preciso pra te manter a salvo. — Murmura. — Você e o Sammy são as pessoas mais importantes da minha vida. E eu não posso perder vocês, não dá...

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