CAPÍTULO 45

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✧Injustiça✧

—— Por favor, eu quero ajudar, eu posso ajudar! — Ela súplica.

— Eu já disse que não! — Repete Dean pela centésima vez só naquele dia. — Só fazem dois dias que você deixou aquele hospital, ainda nem se recuperou direito e tá querendo entrar em uma briga desse tamanho? Eu seria maluco se deixasse.

Foi difícil, e levou alguma dias até que Elly finalmente conseguisse voltar a se alimentar devidamente. Haviam se passando quase duas semanas naquele hospital, tomando soro, conversando com psicólogos, fazendo exames diários...tudo para que ela ficasse melhor outra vez.

Os rapazes já tinham todas as cartas na manga, sabiam onde e como iriam atacar, e estavam dispostos a por um fim na vingança que eles tanto aguardavam.

E mesmo ainda se sentindo fragilizada e marcada pelos terríveis acontecimentos passados, Elly queria acima de tudo ajudar a colocar um fim no reinado de Azazel, e convencer os irmãos a isso não seria uma tarefa muito fácil.

— Você já é metade maluco. — Sopra. — Por que não posso apenas ir com vocês ?

— Talvez porquê ele te queira morta!

— Você nem ao menos tem certeza disso... Crowley disse que ele queria me usar, se lembra?

— É eu me lembro muito bem!

—Por favor, eu posso apenas ficar em um lugar de vigia, usar um rádio pra dizer se as coisas saírem do controle...qualquer coisa é melhor do que ficar aqui sozinha.

— Pela última vez Elly, NÃO!

— Isso não é justo, essa vingança não é só sua. — A menina se levanta da mesa furiosa batendo com força a porta do quarto.

— Acho que ela ficou nervosa. — Susurra Castiel.

— A você acha é?

— Talvez ela tenha razão, Azazel também tirou a mãe dela como fez com a de vocês. Ela merece ajudar de algum jeito...

— Já vai ser uma ajuda e tanto se ela ficar aqui a salvo longe de qualquer problema. Além disso não posso arriscar que o olho amarelo chegue até ela... Eu tô cansado de enterrar pessoas cass... Muito cansado.

•••

— Mais que merda. — A garota grita derrubando tudo que havia sob a escrivaninha do quarto. — Isso é injusto pra caramba...

Mesmo que Dean quisesse apenas a proteger, Elly se sentia traída de certo modo. Ela esperou muito tempo para aquele momento chegar, e agora que estavam a poucos dias de dar início ao plano ela sentia como se estivesse de mãos atadas.

— Que se dane. — Sopra discando o número de Layla em seu telefone. — Anda, atente droga...

— Elly ? — A menina atende o telefone por volta da quinta chamada.

— Finalmente, não ouviu o celular tocar? — Sopra.

— Eu tava na aula... O que aconteceu? Por que você não tem vindo mais a escola? Eu deixei um milhão de mensagens na sua caixa postal sabia? O garoto da marca do demônio ele não tá mais indo pra escola já faz duas semanas, fiquei esperando você ligar e dizer que íamos tentar resolver o problema mas nada aconteceu... Eu até perguntei por ele na diretoria mas ninguém sabe o que houve.

— O que ?... Isso não é possível, o meu pai disse que o tio Bobby tinha resolvido o caso.

— Eu não sei, vai ver ele só viajou com a família e não disse nada pra ninguém.

A garota deixa escapar um suspiro profundo afastando o telefone da orelha se debruçando sob a cama.

— Elly...tá aí ainda ?

— Tô...eu tô aqui. — Responde baixo. — escuta, será que eles deixam entrar depois do terceiro sinal ?

— Eu acho que sim, a aula de biologia acabou de terminar. Se você vier depressa pode chegar a tempo do intervalo. O que pensando bem séria ótimo! Por que eu tô morrendo de saudade...

— Ótimo, te vejo daqui a pouco. — Sem dizer mais nenhuma palavra Elly apenas desliga a chamada vestindo uma jaqueta esverdeada. — Eu quero ir pra escola. — Diz de uma só vez saindo do quarto.

— Você ainda está de repouso, além disso já passou do horário da aula. — Dean a olha um pouco desconfiado.

— Está no intervalo, e ainda faltam mais duas aulas pra acabar! Além disso é bem melhor se eu sair e esfriar a cabeça do que ficar aqui escutando vocês arquitetarem um plano do qual eu nem vou participar.

— Hum... — Dean não se deixou convencer facilmente pela resposta da menina, mas achou que seria melhor não procurar um motivo para uma nova briga.

— Ta bem...mas o Castiel vai estar lá exatamente na hora do último sinal e eu não quero que você saia pra nenhum lugar que não seja aquela escola entendeu?

— Entendi pai...

— Ótimo... Cuida dela cass. — Dean coloca sua mão sob o ombro do anjo que assente vagamente levando a menina para a escola no mesmo segundo.

— Valeu Castiel, a gente se vê mais tarde falô?

— A...falô — Repete confuso sem entender o significado da expressão. 

Elly estava nervosa, ela não queira acreditar que seu pai havia mentido pra ela, e nem quis o confrontar sem antes ter a certeza do que estava acontecendo.

É claro que tudo podia se tratar de um terrível mau entendido, mas diante dos fatos que lhe foram apresentados, parecia difícil de acreditar que aquele menino simplesmente iria decidir ir embora da cidade sem comunicar a ninguém.

— Layla... — Grita alto assim que vê a menina próximo ao refeitório.

— Elly. — Ela da um sorriso grande a abraçando forte. — É tão bom te ver de volta...

— É bom te ver também, mas agora temos um assunto muito sério pra resolver.

— Você trouxe seu pai ?

— Não, esse caso é nosso! Agora vem comigo, vamos encontrar o Kevin. — Elly a puxa pelos corredores até que finalmente encontrassem o garoto.

— Kevin. — Berra.

— Elly. — Ele responde com a boca cheia de biscoitos. — Achei que tinha desistido da escola.

— Eu estive doente. — Da de ombros. — Mas agora que estou de volta eu vou precisar de ajuda, e não é qualquer tipo de favor... É uma coisa muito séria, e eu só tenho vocês dois de amigos... então, preciso muito que me ajudem.

— O que é? Outra pesquisa?

— Bem...um pouco pior que isso...

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