CAPÍTULO 21

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✧Espelhos quebrados✧

Elly já estava a mais de uma hora trancada no quarto. Ela não conseguia deixar de pensar nas palavras de crowley, e no significado que elas teriam em sua vida de agora em diante.

—— É mentira, isso não pode mesmo ser verdade. — Ela suspira. — Eu, entregar o Sam para o mesmo demônio que matou a minha mãe ? — Elly deixa escapar uma gargalhada genuína ao imaginar a ideia. — Isso só pode ser um truque. — Ele é meu tio, é minha família...

As lágrimas correndo lentamente por seu rosto deixavam evidente o quanto estava assustada. Mesmo que a ideia parecesse absurda.

A verdade é que Elly tinha medo do que poderia se tornar, medo do que aquele sangue demoníaco poderia acarretar em sua vida. E mesmo que o tempo ao lado dos winchester houvesse sido pouco, a menina não conseguia os ver de outra forma se não a sua única família.

— O que eu faço...O QUE EU FAÇO DROGA. — Grita acertando um forte soco contra o espelho do banheiro.

— Ouviu isso ? — Assustado com o barulho Dean corre até o quarto da garota o mais rápido possível, junto a seu irmão. E sem pensar duas vezes derrubam a porta em busca de qualquer ameaça.

— Elly — Grita Sam. — Você está aí ?

Envergonhada e de cabeça baixa, a menina sai do banheiro com uma toalha ensanguentada em volta de sua mão.

— Desculpem, eu não quis assusta-los. — Gagueja. — Eu senti muita raiva, fiquei com medo e acabei...

— Tá tudo bem, fica calma. — Sussurra Dean. — Não precisa socar nada tá legal? Principalmente se for acabar se machucando.

Sam não sabia como agir diante daquela situação. Ele se sentiu mal em ver o quanto Elly estava apavorada. Mas se de  uma coisa ele tinha certeza, é que aquela garotinha jamais faria algo para os prejudicar.

— Eu sei que está com medo, mas não precisa dar atenção para o que o crowley diz. Ele é um imbecil.

— É isso aí, acredite aquele idiota só quer ferrar sua cabeça. — Dean vai até a sala vagarosamente buscando uma pequena maleta de primeiros socorros para cuidar do ferimento de Elly.

— Eu não sei, talvez eu devesse ir embora. — Elly faz uma careta de dor enquanto Dean terminava o curativo.

— Como assim ir embora? — Pergunta Sam.

— Sei que não se pode confiar no crowley, e que ele tem todos os motivos do mundo para mentir. Mas e se for verdade? E se eu de alguma forma me tornar uma pessoa ruim, ou bem pior que isso, e se eu virar uma dessas coisas monstruosas que vocês caçam ? — Os olhos de Elly se enchem de lágrimas a medida que as palavras passam com dificuldade por sua garganta.

— Eu não quero fazer mal a você tio Sam, eu não quero ser a responsável por algo ruim.

— Pode parar, tá falando monte de besteira. — Adverte Dean. — Você não é um monstro menina, e com certeza não vai se tornar um! entendeu? E não se preocupe com o Sam, aquele maldito não vai chegar perto de ninguém da minha família outra vez. E isso vale pra vocês dois. — Dean força um pequeno sorriso de canto antes de deixar o quarto sem dizer mais nenhuma palavra.

Elly não sabia bem o que significava, mas ouvir que era parte da família, mesmo que dita de uma forma não muito Clara, de certo modo a trouxe bastante conforto.

— Você tem um irmão muito legal Tio Sam. — Ela sorri colocando seus cabelos atrás da orelha.

— É, tirando os dias de porre, até que ele é legal sim. — Gargalha.

— Eu queria ter tido um irmão ou irmã. — Suspira. — Na maior parte da minha vida sempre estive sozinha e sem ninguém com quem pudesse contar além da mamãe. Acho que no fundo eu tenho medo de que no fim das contas, não haja mais ninguém comigo.

— Eu sinto muito que sua vida não tenha sido como você planejou que fosse. E eu sei que essa família não é lá das melhores, mas você tem a gente agora. E pode ter certeza que vamos estar ao seu lado, não apenas nos momentos bons como nós piores também.

As palavras de Sam sempre conseguiam transmitir imensa calma a garota, mesmo que o mundo estivesse desmoronando a sua volta.

— Obrigada, por ficarem ao meu lado. — Ela sorri engolindo seco.

— Sabe Elly, eu sei que tudo isso é assustador, e você não precisa fingir não estar apavorada. Mas saiba que não está sozinha! e seja lá o que Azazel estiver planejando, nós vamos dar um fim.

— E depois? — Os olhos de Elly se fixam aos de Sam, que dava total atenção a cada palavra.

— Depois ?

— Sei que já me disse que não vão me abandonar, mas tenho medo de como vai ficar minha vida se esse pesadelo tiver mesmo um fim. — Gagueja. — Eu gosto muito de aprender, e eu quero aprender a ser forte, matar essas coisas ruins que estão por aí.

— Mas...?

— Mas eu não sei se é a única coisa que quero. — A menina da um suspiro profundo olhando para sua mão enfaixada.  — Talvez eu tenha medo de que no fim das contas, esse trabalho me tire a única família que ainda me resta...

— Sammy — Dean o grita da sala cortando o foco da conversa de ambos. — Vem cá um instante.

Sam da um sorriso pequeno para a garota antes de deixar o quarto, indo o mais rápido que pode ao chamado de seu irmão. Dean o esperava apreensivo com o telefone em mãos.

— O que houve? — Pergunta.

— Crowley! Acabou de mandar um SMS, ele tem outro alvo. — Dean revira os olhos nenhum pouco contente com o fato de estar trabalhando para o rei do inferno.

— Mas JÁ? — Indaga. — Pensei que ele nos daria mais tempo. Acabamos de chegar da primeira caçada.

— É, acontece que agora é peixe grande. Tem um ninho de demônios rebeldes desaparecidos, e alguns deles são barra pesada. Ele passou esse endereço aqui. — Dean entrega o celular a seu irmão que analisa cada detalhe.

— Enquanto a Elly? Não podemos levá-la a um ninho de demônios. E você viu bem como ela está abalada, não pode ficar sozinha também.

— Tem razão, vou pedir pro cass tomar conta dela enquanto resolvermos isso. Quanto antes tivermos o colt, melhor!

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Estou pensando em postar dois capítulos por dia, mas ainda não tenho certeza!
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