Minha Pequena Winchester

CAPÍTULO 12

✧Paranormalidade✧

Elly

—— Dean... DEAN, olha o que o tio Sam comprou pra mim. — Grito alto assim que chego de volta a casa de Bobby. — Ele é de chocolate, e tem recheio de creme com morango.

Dean fica imóvel por alguns segundos, como se estivesse perdido, ou ensaiando o que deveria falar.

— Nossa, você tava mesmo com fome. — Ele sorri confuso. — Por que demoraram tanto?

— Os outros mercados não tinham bolos completos, então resolvi ir um pouco mais longe pra acharmos esse. — Responde Sam, me ajudando a colocar o bolo sob a mesa.

— É seu aniversário? — Pergunta Bobby.

— É, na verdade, é sim! — Responde Sam antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

— Meus parabéns. — Resmunga Bobby. — Parece que você levou a sorte grande afinal, nem eu nunca tive um bolo grande como esse.

— Não tem problema, ele é grande o bastante para todos nós. — Dou um sorriso grande pegando um faca em meio aos talheres, tomando todo cuidado possível na hora de fatiar. Eu queria que o primeiro pedaço saísse perfeito.

— Enquanto ao Castiel, vocês acham que podem pedir pra ele vir aqui provar um pedaço ? — Pergunto.

— Aaa...anjos não comem. — Responde Sam.

— Ou... Que estranho. — gargalho. — Ser um anjo deve ser terrível, quer dizer, imagina só você ter de viver sem poder comer um x-burger?

— Parece realmente assustador. — Responde Dean. — Mas não se preocupe com o Cass, quando ele tiver um tempinho ele aparece.

— Tá legal. — Dou de ombros.

Era impossível conseguir ler um pouco da mente de Dean, mas seus olhos não se desgrudavam dos meus, era confusão saber se estava se divertindo ou com raiva de alguma coisa.

— É a primeira vez que a vejo tão saltitante dês de que apareceu na frente do carro. — ele manteve os braços cruzados me olhando atentamente. — Na verdade você é muito saltitante. — Da de ombros. — Até parece uma pipoca.

— Tento não deixar os problemas me afetarem o máximo que posso... além disso espero essa data a muito tempo. — confesso. — Não imaginei que quando finalmente chegasse eu não teria mais a minha mãe comigo. Mas fico feliz em passa-lo com vocês. — Coloco a fatia do bolo em um prato com cuidado o entregando para Dean, que o recebe um pouco surpreso.

— Dizem que o primeiro pedaço é especial!

Ele olha para a fatia como se admirasse um troféu de campeão, voltando seus olhos aos meus logo em seguida. — Obrigado pirralha. - sorri.

— E então, agora que tenho quatorze, já podem me contar um pouco mais sobre os monstros não é ?

Eu sabia que ter aquelas informações levaria certo tempo, e entendia a preocupação de ambos em querer me manter longe de toda aquela zona. Mas parte de mim temia precisar daquele conhecimento um dia.

E se eu queria ficar de fato segura cem porcento do tempo, teria de saber algumas coisas antes...

— Que tal você só comer o bolo ? Está uma delícia! — Responde Dean, ainda de boca cheia.

Tudo estava bem... Mas quando estávamos comendo, tive uma das piores sensações que já pude sentir. Uma dor forte e aguda, vindo de dentro da minha cabeça, como se houvesse um martelo ao lado de dentro, batendo e batendo sem parar. Deixo o prato cair sob o chão, levando as mãos a cabeça no mesmo instante.

A feição de Dean mudou instantaneamente, e não levou mais de dois segundos até que ele corresse até mim, certificado de me levar até mais próximo ao sofá.

— Elly, o que aconteceu, o que está sentindo? - Pergunta.

— Elly, você pode nos ouvir? — A voz de Sam soou um pouco mais distante, e pouco a pouco senti minhas vistas apagarem. Não enxergando mais nada além de uma luz branca intensa.

Aquele brilho alto parecia penetrar por meus olhos, vários vultos de vozes foram surgindo pouco a pouco, e quando dei por conta, lá estava eu, de pé em frente a uma casa velha de madeira.

O lugar era totalmente novo, nunca o tinha visto em toda minha vida, e por alguns segundos achei estar ficando louca.

— Socorro! SOCORRO! — Grita um homem, ao lado de dentro da casa. Ela estava em chamas, e junto aos gritos despertados do rapaz pude ouvir um leve e baixo som de choro de criança.

Não fazia sentido, não podia entender como vim parar naquele lugar, só o que eu sabia é que aquele rapaz estava em perigo. Mas antes que pudesse chegar perto da casa, sinto a luz branca fluir forte mais uma vez, me trazendo de volta a realidade.

— Elly diz alguma coisa...

Quando abro os olhos novamente, o rosto de Dean vai se tornando nítido outra vez. - Você está bem ? O que ouve ? — Pergunta repetidamente.

— Eu... — Sussurro fraca. — Eu não sei, acho que desmaiei.

— Você acha é? — Ele repete ainda preocupado. — Pode descrever o que aconteceu?

A verdade é que eu sempre tive sonhos estranhos, mas nada nunca tão vívido como aquele... E apesar de não visto o rosto do homen com total clareza, alguma coisa me dizia que eu já o conhecia...

— Minha cabeça, ela começou a doer muito. Eu não sei o que houve, em um segundo estava de pé e no outro estava sonhando.

— Sonhando ? - Sam me olha intrigado.

— É, eu sonhei com um incêndio em uma casa de madeira. Um cara estava gritando por ajuda e quando tentei chegar perto eu acordei outra vez. — Explico.

— Dean, será que podemos conversar um pouco ? — Sam me entrega um copo d'água antes de sair do cômodo com seu irmão.

Eu não sabia do que eles estavam falando, nem tinha energias para levantar e tentar descobrir do que se tratava. Era estranho, estava tudo bem, e derrepente foi como se algo tivesse invadido minha mente..

Só o que eu sabia é que tinha alguma coisa acontecendo, e pelo modo que Bobby me olhava, logo pude presumir que coisa boa não era.

— O que tem de errado comigo? — Sussurro para Singer, que ainda me olhava fixamente.

— Não é nada, continue comendo o seu bolo. — Ele me entrega mais um pedaço. — Os rapazes só devem estar preocupados, nada demais....