CAPÍTULO 30

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Elly

✧ Nova amiga ✧

Acordo empolgada para voltar a escola outra vez. A felicidade em saber que finalmente teria chance de fazer amigos permanentes era tão grande que por um tempo até me esqueci de tudo de ruim que havia acontecido.

Claro que certas coisas são impossíveis de serem apagadas, e consequentemente deixam uma marca pro resto da vida. mas enquanto eu estivesse viva, e enquanto houvesse uma razão para lutar, um motivo para seguir em frente, eu não deixaria que essas coisas abalassem meu emocional.

—— Bom dia. — Bocejo me sentando a mesa junto a Dean. — O que está lendo aí ? — Pergunto me esticando para conseguir ver o que tinha na tela do computador, mas não demora muito para que ele o feche.

— Nada demais. — Responde. — Por que não toma seu café da manhã?

— Tá legal senhor dos segredos. — Reviro os olhos. —  Cadê o tio Sam ?

— Aqui. — Responde sonolento se sentando a mesa.

— Sua cara tá péssima, não conseguiu dormir? — Pergunto abocanhando um pedaço de bacon.

— Na verdade eu tive um sonho muito esquisito.

— É, palhaços ou anões ? — Intervém Dean.

Sam faz uma careta como se aquela não fosse a primeira vez que ouvia aquela piada.

— Eu também tive alguns sonhos bem malucos. — Falo de boca cheia. — sabe... teve um momento que eu podia jurar que estava em uma torre muito alta no meio do nada.

— Tipo a Rapunzel? — Dean arqueira a sombrancelha.

— Não...bem mais sombrio que isso. — Sussurro. — Na verdade tava muito escuro e difícil de enxergar, então eu escutei um grunhido vindo do lado de fora da porta, como se alguma coisa estivesse sendo arrastada pelo chão. —Tinha uma pessoa do meu lado olhando pra porta fixamente, mas tava tão escuro que não consegui enxergar o rosto.... Depois disso eu acordei.

O rosto de Sam fica pálido por alguns segundos, por pouco achei que ele estivesse tendo algum tipo de piripaque.

— Tio Sam ? — Chamo passando a mão em frente ao seu rosto. — Tá tudo bem aí ?

— A...claro, é claro que sim. — Responde.

— Tem certeza? Tá com cara de quem viu um fantasma. — Retruca Dean, também de boca cheia.

— Vai por mim, se eu visse um fantasma por aqui a primeira coisa que faria era atirar com sal grosso, e não ficar paralisado igual o chaves.

— Se você tá dizendo. — Da de ombros. — Termina seu café pirralha, vou te levar a escola.

— Sério ? Achei que o Castiel iria fazer isso.

— Ele tá ocupado com algumas coisas...mas prometeu que vai aparecer quando a aula acabar. Além disso Sam e eu precisamos dar uma checada nos arredores de lá.

— Um caso ? — Coloco as mãos para trás balançando sutilmente o corpo.

— Nada de falar de casos, esqueceu ? — Adverte.

— Foi mal. — Sopro. — Sei que prometi esquecer essa coisa toda por um tempo, mas alguma coisa dentro de mim faz com que eu queira me envolver de certo modo, é como se esse fosse o meu legado. A pessoa que eu realmente devo me tornar.

— Isso é besteira, É você quem faz seu legado. Além disso, prometeu tentar ter uma vida normal. — Então não quero perguntas sobre nada sobrenatural até chegarmos a escola.

— Ta legal, depois que a gente chegar então!

— ELLY! — Ele me Adverte com uma careta, enquanto Sam sorri disfarçadamente.

Eu nunca pensei que Dean pudesse ter esse lado responsável...na maior parte do tempo ele demonstra ser alguém desorganizado e imaturo. Mas quando se tratava de família, o seu jeito de agir era sempre bem diferente...

— Tudo bem. — Ergo as mão em rendição comendo mais um pedaço de bacon. — Podemos passar em um mercadinho no caminho, tô com muita vontade de comer chocolate. — Suspiro.

— Tudo bem, mas não vai exagerar no açúcar. Uma vez o Sam comeu um bolo todo quando era criança, ficou com gases uma semana!

— DEAN! — Sam o encara esboçando uma expressão envergonhada e raivosa. — Dá pra calar essa boca?

— O que ? Eu só tô dizendo a verdade...

Aquela discussão repentina e infantil perdurou por todo caminho até a escola. Era difícil conseguir controlar a gargalhada em meio a tanta informação que saia da boca daqueles dois. E com um tempo tudo foi virando uma competição, onde ambos começaram a apontar as travessuras do outro quando  crianças.

— Sem contar aquela vez que você quase urinou nas calças por conta de um gato. — Sorri Sam.

— Eu fui enfeitiçado, mal de fantasma! Essa não conta. — Retruca. — Além disso  estamos falando de micos da infância, e isso aí não foi na infância.

— Você nunca amadureceu mentalmente mesmo. — da de ombros.

— Quer parar de discutir?. — dou dois leves tapas na cabeça de ambos simultaneamente no banco de trás do carro, chamando a atenção para alguns polícias parados em meio a esquina da escola. — Parece que tem alguma coisa rolando.

— Fica no carro. — Sem dizer mais nenhuma palavra Ambos saem do Impala deixando-me completamente frustada e curiosa.

Ah... ótimo

Sei que havia prometido não me envolver em nada estranho, mas é inegável que minha curiosidade estava gritando para saber do que se tratava. E pela distância do carro até os oficiais, era difícil saber o que estavam conversando.

— Você... Cabelo...taco... — Murmuro tentando ler os lábios dos guardas. — É definitivamente ler lábios não é o meu forte. — Sopro.

— Você sempre fala sozinha ? — Uma garota de cabelos loiros curtos me encara com uma expressão de espanto. — Minha vó diz que isso é coisa de gente que já viu o diabo.

Ela usava o uniforme com a logo e nome da escola, logo presumi que se tratava de uma aluna da instituição.

— Rei do inferno conta ? — Falo quase que sem perceber a deixando ainda mais apavorada.

— O QUE ?

— Na-não é nada. — Sorrio constrangida. — As vezes eu falo algumas besteiras, acho que é por que eu tenho defti de atenção. — Dou de ombros torcendo para que ela acreditasse.

— Tudo bem. — Ela sorri me estendendo a mão. — Eu sou a Layla.

— Elly. — Retribuo seu comprimento ainda dentro do carro. — Então Layla...sabe me dizer por que tem tantos policiais aqui ? — Pergunto disfarçadamente.

— Eu não sei, minha vó diz que não se deve ter curiosidade com coisas do mal.

— Ou... é claro. — Sorrio disfarçadamente. — Sua vó parece bem sábia.

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