CAPÍTULO 40

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A fonte....

Elly

—— Isso que eu chamo de azar. — Sopro um pouco frustrada por não conseguir encontrar Kevin. 

— Vai ver ele não tinha aula hoje. — Resmunga Layla.

— É pode ser. — dou de ombros. — De toda forma é melhor você salvar meu telefone, assim a gente pode se falar e combinar melhor as coisas fora da escola.

— Ótimo, assim a gente pode fofocar um pouco também. — Ela sorri anotando meu telefone. —  Eu vou indo, não quero perder o ônibus, a gente se vê amanhã.

Me despeço com um sorriso amistoso percebendo a presença do Impala já em frente ao colégio. Dean estava recostado sob o capô do carro apenas esperando que eu finalmente saísse.

Quando vou a seu encontro não consigo deixar de perguntar algo que estava me intrigando. — Oi. — Sorrio. — Que bom que já está aqui.

— Eu costumo ser bem pontual. — Da de ombros. — O que você quer perguntar? — Ele me olha como se já soubesse o que estava pensando.

— Como sabe que quero perguntar algo?

— Você tá com a cara das perguntas...

— Cara das perguntas?

— É, tem a cara do "fiz uma coisa errada", a do "eu com certeza não estou legal" e a "cara das perguntas"... — Gesticula. — E agora você tá muito com cara de quem quer perguntar alguma coisa...

— Acho que preciso mesmo aprender a disfarçar melhor minhas expressões. — Sopro. — Mas já que você já sacou que quero perguntar algo, pode começar me dizendo se o caso da cidade foi mesmo resolvido ou estavam só mentindo pra mim.

— Hein? — Ele franz o cenho. — Por que eu mentiria sobre isso?

— Sei lá, vai ver você não queria que eu me envolvesse...

— Não é nada disso senhorita suposições...Era só um lobisomem fajuto e o Sam e eu já demos cabo dele. 

— E esse "lobisomem" por acaso deixava uma marca nas vítimas?

— Marca ? Tipo o que...um coração faltando?

Seu modo de responder a cada pergunta que eu fazia deixavam mais que evidente que ele realmente estava falando a verdade, talvez aquilo que eu estivesse investigando se tratasse de um outro caso, o qual eles não possuíam conhecimento.

— Deixa pra lá, é bobeira minha. — Murmuro jogando minha mochila no banco de trás do carro. — A gente pode tomar um sorvete?

— Você quem manda...

•••

As pessoas sempre costumam dizer que quando se está feliz demais você sempre deve esperar que o pior aconteça, por que nada de fato dura para sempre.

Mas quando você já é alguém naturalmente feliz, alguém que possuí facilidade em esquecer as coisas, por mais ruins que sejam, nada parece ser de fato tão assustador.

Infelizmente, fantasmas e demônios não eram os únicos monstros espalhados pelo mundo...

— Um...eu quero aquele azul, e aquele rosa também. — Falo contente. — A, e eu também quero cobertura de chocolate.

— É assim que você escolhe sorvete? Baseado nas cores ?

— Eu não sei o sabor daquele sorvete azul, mas cara ele é muito gostoso. — Suspiro. — Sério você precisa provar!

— Se você tá dizendo. — da de ombros.

— Ei, olha só aquilo. — Deixo escapar um suspiro profundo quando percebo uma enorme fonte de água do outro lado da rua. Ela era gigantesca, e de alguma forma os pássaros se sentiam atraídos para aquele lugar, o que a deixavam ainda mais bonita.

— Vêm, vamos lá. — Seguro firme na manga da jaqueta de Dean o puxando até a porta do estabelecimento.

— Calma, eu preciso pagar os sorvetes primeiro. — Ele sorri de minha empolgação. — Vai indo que eu vou logo atrás de você.

Sem nem pensar duas vezes atravesso a rua como um relâmpago até chegar a bela fonte. Cuja cor da água cristalina encantaram meus olhos.

— Ei amiguinho, é uma bela fonte não é? — Aproximo a palma de minha mão sob um dos pássaros que estranhamente não sente medo.

— Tem razão, e uma bela fonte. — Eu estava tão distraída olhando para a paisagem que nem havia me dado por conta da presença de um homem barbado bem ao lado da fonte. Ele vestia roupas de jardineiro, como se fosse o responsável por cuidar do parque.

— Já faz alguns anos que eu cuido deste lugar. E sabe ? É bem difícil aparecer crianças que se interessem em vir aqui dar uma olhada.

— Que pena, é uma fonte muito bonita. — Respondo.

— E sabe de uma coisa? Ali na outra rua tem outra bem maior que essa, você já viu ?

— Outra rua? — pergunto olhando em volta.

— É, vem comigo que eu te mostro. — Ele tira uma das luvas das mãos a estendendo para que eu a segurasse.

— Eu não sei... Talvez seja seja melhor se eu... — Não se preocupe. — Ele me corta. — Eu te trago de volta pro seu pai em cinco minutos. É Aquele cara de jaqueta na fila da sorveteria não é?

— Aham. — Confirmo.

— Não há com o que se preocupar, te trago de volta antes mesmo dele pagar aqueles sorvetes.

— Eu disse que iria esperar, não quero que ele se zangue comigo.

— Ora...o seu pai me parece uma ótima pessoa. Duvido muito que ele vá se irritar com algo do tipo. Mas tudo bem se não quiser...

— Hum...Ta bem. — Seguro em sua mão assentindo levemente. — É muito longe daqui?

— Claro que não, é bem pertinho. — Responde baixo. — Quantos anos você tem querida?

— 14.

— Que Legal...Eu tenho uma filha da sua idade sabia? Ela até se parece bastante com você.

Continuamos andando por alguns minutos até chegar em uma rua um pouco escura. A cidade do kansas em si sempre me pareceu muito bem cuidada pelos moradores, mas pela quantidade de lixo jogados naquele beco, eu pude ter certeza de que não se passavam muitas pessoas por ali.

— Tem certeza que é por aqui? — Pergunto assutada.

— É claro, nós já estamos chegando...

Quando coloco meus pés dentro daquela rua vazia, sinto um calafrio percorrer minha espinha, temendo que pudesse se tratar de um demônio.

— Eu acho que não quero mais ver essa fonte. — Gaguejo tentando me soltar de sua mão. — Eu quero volta pro meu pai. — Choramingo assim que percebo-o segurar em meu punho ainda mais Forte.

— Não fica com medo querida, eu prometo que você vai gostar. — Deixo meu sorvete cair ao chão assim que sinto suas mãos deslizando, apertando meu corpo contra a parede. — Você é muito bonita. — Susurra em meu ouvido.

— Para por favor, por favor me solta. — Choro desesperadamente, me debatendo com todas as forças. — Me larga, me larga...

E foi alí, que pela primeira vez em minha vida, desejei que aqueles malditos poderes se manifestassem, desejei que o fizessem explodir... Mas Quando eu realmente necessitava que eles funcionassem, nada aconteceu...

— Vai ser pior se você lutar, então relaxa, e aproveita...

Minha Pequena Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora