CAPÍTULO 43

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Cansada de lutar...

Elly

Mais um dia havia se passado e eu ainda me sentia estranha...

Não tinha vontade de voltar a escola, mas sabia que o tempo daquele garoto estava acabando, sabia que ia precisar fazer alguma coisa a respeito...mesmo que não tivesse forças nem para cuidar de mim mesma.

—— Tem certeza que quer voltar? — Pergunta Sam.

— É, eu não quero perder muita matéria. — Falo baixo sentindo meu corpo fraquejar. — O cass vai me levar?

— Ele não vai te levar a lugar algum enquanto você não comer alguma coisa. — Intervém Dean. — Já faz dois dias e eu não quero que passe mal.

— Tudo bem...

Não é que eu não quisesse comer, mas sempre que pensava em colocar qualquer coisa na boba era como se meu estômago simplesmente rejeitasse. Eu não sentia apetite, não tinha aquela terrível vontade de comer sempre que via um X burguer ou qualquer outra coisa...

— É estranho te ver assim tão calada. — resmunga Sam. — Na verdade é muito bom te ver conversar.

— Foi mal... — Suspiro me forçando a comer um pedaço de torrada com geleia.

— Tudo bem, espero te ver com toda aquela energia em breve. — diz passando as mãos sob meu cabelo.

— Filha, você está bem ? — Pergunta Dean assim que percebe minha pele ficando cada vez mais pálida.

Sinto meu estômago embrulhar como se tivesse comigo alguma coisa estragada. Foi como se tudo começasse se revirar, e antes que eu pudesse pensar qualquer outra coisa, saio correndo para o banheiro o mais rápido possível, colocando tudo pra fora.

Droga. — Tusso percebendo que nem ao menos tinha o que regurgitar.

Minha barriga estava tão vazia, que tudo o que saiu por minha garganta além daquele pedaço de torrada foi água...

— Você está bem ? — Dean segura em ambos os meus ombros me ajudando a chegar até pia, onde me certifico de lavar o rosto.

— Eu disse que não tava com fome... — Sussurro fraca me apoiando em seus ombros.

— Filha, Você está pálida e sem forças. Não dá pra continuar desse jeito. — Ele coloca sua mão sob minha testa sentindo a temperatura elevada do meu corpo. — Eu vou te levar a um médico.

— Eu não quero médico, eu preciso ir pra escola.

— Elly você precisa de nutrientes, precisa comer alguma coisa! — Intervém Sam. — E se não está conseguindo dessa forma então vai precisar tomar algum tipo de soro que ajude a repor.

— Por favor, eu realmente preciso ir pra escola. — Suplico.

— Sinto muito menininha, mas o único lugar pra onde vou te levar agora é o hospital. — Percebendo a minha falta de forças até mesmo para ficar de pé, Dean me pega em seus braços levando-me até o banco de trás do impala. Onde acabo me deitando sem muito esforço.

— Ela não tá nada bem.. — Sam me olhava preocupado. — Não acha melhor pedir ajuda ao Castiel?

— Não vai adiantar muito coisa se ela continuar sem comer...

Eu sabia que enquanto estivesse naquele carro a caminho do hospital aquele garoto estava vivenciando as suas últimas horas de vida. Não dava pra ficar de braços cruzados, e eu sabia que não ia conseguir sair correndo, não naquele estado de força física... Então a minha única solução foi entregar o meu caso mas mãos de quem poderia o resolver.

— Pai. — Sussurro.

— O que foi, tá sentindo alguma coisa? — Ele me olha pelo retrovisor.

— Tem um fantasma no kansas... Está atrás de um aluno do colégio. — Me esforço pra conseguir terminar minha frase sentindo que a qualquer momento iria apagar.

— Fantasma? Como assim Elly, do que você está falando?

Por sorte eu havia colocado no bolso os papéis da pesquisa antes de ser levada ao carro, e com muito esforço consigo os entregar para Sam fechando meus olhos logo em seguida...

•••

— Elly, filha fala comigo... — A voz do meu pai misturada a um som de "bip" repetitivo foras as primeiras coisas que escutei Assim que abri novamente os olhos.

O som se repetindo vinha de um dos monitores hospitalar, que marcava a frequência dos meus batimentos cardíacos... Logo pude perceber que estava em um centro de UTI.

Com algumas luzes em meu rosto e uma agulha na veia finalmente volto a sentir um pouco de força. E apesar de ainda estar tonta a sensação de mal estar e fraqueza já estava bem menor.

Mas não era como se eu quisesse aquilo...as vezes parecia que meu corpo queria morrer...

— Pai,...Tio Sam. — dou um sorriso fraco assim que vejo seus rostos do meu lado. — O que houve...o que houve com o fantasma? — Pergunto me esforçando para levantar.

— EI EI, nada disso, nem pense em se levantar. — Intervém Dean. — Você ainda está muito fraca.

— Não se preocupe, nós entregamos seu caso pro Bobby dar uma olhada e se certificar de que vai ficar tudo bem.

— Tem um aluno com uma marca no braço, e os dias dele acabam hoje. — Suspiro. — Eu devia ter contado antes, devia ter dito a vocês dês do início. Mas fiquei com medo que me deixassem de fora, achei que seria capaz de resolver essa caso sozinha... Por favor me perdoem. — Suplico.

— Elly ta tudo bem. — Acalma Sam. — Não foi certo ter mantido uma coisa assim em segredo, mas ninguém vai te condenar por isso tá bem ? E o garoto vai ficar bem! O Bobby vai cuidar dele.

— Mas agora precisamos conversar sobre você. — Dean segura em uma das minhas mãos a encostando sob seu rosto.

— Eu vou deixar vocês sozinhos! Fica bem pequena. — Sam me dá um beijo suave sob a testa antes de deixar o quarto de hospital.

— Ta tudo bem mesmo? — Pergunto baixo.

— Não... — Suspira. — Não tá tudo bem por que você não está bem!

— Me desculpe papai, me desculpe te fazer passar por isso.

— Não, por favor não peça desculpas. — Suspira. — Você é a minha garotinha e eu não consegui te proteger. Mas não aguento mais te ver tão triste e sem vida... Não pode se deixar vencer, não pode parar de lutar desse jeito. — Sua voz estava quase que inaudível, mãos trêmulas e olhos marinados, ele parecia sofrer com a minha dor... E aquilo fez eu me sentir ainda mais culpada.

— Se você não tiver forças, então eu também não terei... E eu preciso que você seja forte, preciso que lute contra seja lá o que estiver te deixando pra baixo. Por que somos uma família, e estamos tão perto de vencer... Não vou conseguir comemorar uma vitória se minha filha não estiver lá ao meu lado.

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