CAPÍTULO 23

3.6K 385 19
                                    


✧ o inferno ✧

Com Sam e Dean longe, sem nenhum conhecimento do que estava acontecendo a Elly, a menina estava se sentindo apavorada. Ela sabia que crowley queria alguma coisa, e que com toda certeza não era nada de bom.

—— Aceita um chá ?

Crowley sabia ser misterioso e incompreendido, era praticamente impossível descobrir o que ele queria. E aquilo deixava Elly ainda mais abalada.

— Não, obrigada. — Susurra se encolhendo ao canto do quarto.

— Não seja estúpida, se eu quisesse te matar já teria feito. Acha mesmo que coloquei veneno em seu chá ? — Gargalha. — Vamos, pegue.

Ele insiste obrigando a menina a aceitar a xícara relutantemente.

— Não foi tão difícil foi ?

— Vai dizer o que quer comigo, sim, ou não ?

— Você é curiosa. — Sopra. — Que tal apenas aproveitar o seu chá e relaxar um pouco? Não estou com facas e pregos nas mãos.

— Não me leve a mal, mas estou no inferno, frente a frente com um demônio. Não me parece um ambiente muito agradável para relaxar.

— É, tem razão. — Da de ombros. — mas veja pelo lado positivo, pelo menos não sou o olho amarelo.

Elly não tinha certeza se aquilo a trazia reconforto ou mais medo, talvez crowley só a quisesse entregar a Azazel.

— Por favor, eu só quero ir pra casa. Me diga o que você quer, e talvez possamos chegar a um consenso.

Fazer uma acordo podia ser estupidez, mas considerando todas suas alternativas, Elly já não sabia mais o que fazer.

— Vocês winchester adoram mesmo uma barganha. — Revira os olhos. — O que você poderia ter a me oferecer? Vamos, diga.

A menina se mantém em silêncio, sem conseguir pensar em nada que pudesse usar a seu favor.

— exatamente! NADA. então que tal ficar quietinha e escutar o que tenho a dizer? ÓTIMO! — Crowley puxa uma cadeira do canto do quarto, se sentando a mesa que havia ao centro do quarto.

— Aquilo que você disse outro dia, sobre mim e o tio Sam. Era mesmo verdade?

— Cada palavra!

— Eu sou um monstro?

— Claro que não, eu é quem sou. Você é apenas poderosa, mais do que pensa. E eu só quero lhe ajudar a descobrir estes dons.

— E quem disse que eu quero? — Mesmo que sem nenhuma noção do que era ou não capaz de fazer, Elly sabia bem que aqueles poderes não iriam lhe trazer nenhum tipo de benefício. E brincar com o desconhecido poderia acabar custando mais caro do que ela pudesse imaginar.

— Estou lhe dizendo que é poderosa, que possui dons extraordinários a serem explorados, e você simplesmente não quer experimentar este poder ? — Indaga crowley. — Não achei que fosse tão estúpida assim.

— É justamente por não ser estúpida que não irei permitir que me ensine ou diga nada. Você só quer me usar para ferir pessoas, atingir algum objetivo sombrio e bizarro. Mas com certeza não quer me ensinar por pura bondade do seu coração. Ou vai dizer que estou mentindo ? — Ela o encara ferozmente tentando se mostrar confiante em cada palavra.

— É, tem razão. Mas você vai ter de aceitar meus termos, mais cedo ou mais tarde. E tenho certeza que não precisamos fazer nada do modo difícil. — Crowley se levanta da mesa dando uma leve piscada para a garota que encolhe os ombros intimidada.

— A... não espere que alguém vá aparecer por aqui. O lugar é bem protegido contra anjos, e nem o alce nem o esquilo vão te encontrar.

— Eles vão acabar com você, tinham um acordo e não cumpriu com sua palavra. — Rosna Elly.

— O que você esperava ? Que desse a eles o colt de mão beijada aceitando simplesmente algumas mortes de demônios em troca ? — Gargalha. — Ora por favor, posso matar quantos quiser e quando quiser. Tudo não passou de uma jogada bem elaborada, um pequeno plano arquitetado para afastar você debaixo da asa deles. Agora tente descansar, mais tarde trago lanchinho.

Crowley da um longo e fino sorriso sínico ao trancar a porta, deixando Elly a mercê de seus medos e pensamentos. Tudo poderia acontecer de agora em diante, e bastaria um gesto em falso para que  tudo fosse aos ares.

Era difícil imaginar o que se fazer em uma situação dessas. Obedecer as ordens e mexer com algo desconhecido e perigoso, ou ignora-las e simplesmente tentar a sorte. De todo modo, nenhum caminho teria um final agradável...

— Por favor Castiel, se puder me ouvir me tire deste lugar, conte ao Dean ou ao tio Sam o que aconteceu, eu estou com muito medo, preciso de vocês.

A menina se ajoelha em meio ao chão apoiando sua cabeça em um colchão jogado ao canto do quarto.

— Eu sei que disse ao Dean que estava pronta, mas era mentira. Eu não estou pronta, e não tenho a menor ideia do que fazer pra sair daqui.

Elly se sentiu chateada por não ter tido forças suficientes. Ela não se orgulhava de seu medo, até chegou a questionar se havia qualquer tipo de coragem dentro de si. Mas a verdade é que nenhuma garota se sentiria confiante sabendo que estava presa no inferno.
•••

No Impala, antes mesmo de chegar ao bunker, os irmãos levam um grande susto com a aparição repentina de Castiel no banco de trás, que por pouco não fez com que Dean perdesse o controle do volante.

— Caramba Castiel. — Rosna. — já não falamos pra não aparecer desse jeito? O que faz aqui, devia estar tomando conta da garota.

— Dean, crowley a levou.

Bruscamente, o mais velho pisa contra o freio do carro se virando para trás. — COMO É QUE É?

— Eu não pude impedir, ele me atraiu pro fundo do bunker e usou sigilo para me enviar de volta ao céu.

Sem pensar duas vezes, Dean muda imediatamente o percurso do carro, sabendo exatamente para onde seguir.

— Eu sabia que tinha coisa errada nessa história, ele só queria nos afastar. — Sam leva as mãos ao cabelo respirando fundo.

— Aquele imbecil vai se ver comigo.— Rosna discando o número de crowley, esperando que o mesmo atendesse seu telefonema. — Eu Acho bom você não tocar nela seu filho da mãe...

Minha Pequena Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora