CAPÍTULO 8

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Cassy

Elly

Esses caras eram realmente mais doidos do que eu poderia imaginar...
Dês de que soube que caçavam monstros, imaginei que deveriam ter algumas armas e utensílios, talvez 4 ou 5 revolveres. Mas aquilo...aquele arsenal na mala, aquilo realmente me deixou surpresa.

—— Que incrível. — Suspiro pegando em mãos um lança granadas. — Como se usa essa coisa ?

Sam imediatamente faz uma feição de espanto arrancando o lança granadas de minhas mãos. — Não toca nisso, é perigoso.

— Até que a garota tem bom gosto. — retruca Dean.

— Então, o que vamos fazer ? — Pergunto empolgada olhando para todos os lados.

— NÓS, vamos entrar lá e conversar com a filha do casal. — já você, vai ficar de bico fechado pelos próximos 40 minutos.

Estraga prazer...

— Qual é, me deixa participar do interrogatório também. — Suplico.

— Claro, uma criança interrogando outra criança, não é incrível Sammy ?

— Não sou criança!

— Aham...e o Sam não tem medo de palhaços... Corta essa, é só uma pentelha. — Gesticula.

— Espera, você tem medo de palhaços ? — Não consigo controlar uma gargalhada involuntária, que sai como um suspiro qualquer. — Tão grande desse jeito...

— Muito obrigado Dean. — Ele Rosna acertando um soco ao ombro do irmão.  — Eu não saio por aí anunciando o seu pânico de avião.

O sorriso sínico de Dean logo deu feição a um olhar de derrotada e indignação.

— Aviões, sério? — Franzo o cenho encarando seu rosto.

— Corta essa, vamos logo. — Sopra.

Por alguns segundos, Sam se sentiu vitorioso.

Aquele lugar poderia remeter qualquer coisa, menos um internato. As paredes mofadas e funcionários de cara feia, mais parecia um hospício. Eu se quer conhecia a filha do casal atormentando pelo espírito, mas já estava absurdamente triste por ela ser obrigada a viver em lugar como aquele.

Para minha surpresa, a menina tinha metade da minha idade, e eu com toda certeza não podia entender como os pais foram capazes de algo tão terrível assim.

— Boa noite, nós estamos procurando por uma garotinha, ela foi transferida pra cá a pouco tempo, filha do Sr e Sra Smith. — Sam mostra seu distintivo para o coordenador do local, que rapidamente nos conduz até uma área isolada dos demais pacientes.

— Ela tem sido muito violenta nos últimos dias, então tivemos de manda-la para terapia intensiva.

— Ela só tem sete anos. — Intervém Dean.

— Ficariam surpresos em saber o que  crianças são capazes de provocar a si mesmas quando traumatizadas. — Retruca. — E com todo respeito, não acho que federais entendam alguma coisa de psicologia.

A garotinha estava deitada sob uma colchão, a sala a qual a continha era extremamente pequena, sem nenhum tipo de móvel. Seu olhar parecia assutado, como se acabasse de ver algo estranho.

— Vocês tem 10 minutos. — O coordenador encosta levemente a porta do quarto nos deixando a sós com a menina.

— Olá Cassy, Meu nome é Dean e esse aqui é meu irmão Sam. Nós estamos investigando o que tem acontecido na sua casa, e esperamos que você possa nos ajudar de alguma forma.

A garotinha se recosta sob a parede fixando seus olhos aos meus. — Você também é da polícia? — Pergunta.

— Eu ? — Sorrio. — Não, na verdade eu sou--. — Nossa irmã! — Dean me corta pouco antes que pudesse terminar de falar.

— É... isso aí. — Suspiro.

— Eu sei que está assustada Cassy, mas nós vivemos aqui ajudar. Você pode nos contar tudo o que quiser, mesmo que possa parecer estranho.

— Vocês não vão acreditar em mim, ninguém acredita.

— Eles não são como os outros policiais que você conheceu Cassy. Nem como os médicos deste lugar também, pode confiar. — Falo baixo tentando a encorajar de alguma forma.

— Mesmo ?

— Mesmo. — Sorrio.

Sam parecia orgulhoso...

— Começou Quando eu estava brincando dentro do armário da vovó. — Fala pausadamente. — Acabei escutando uma conversa de adulto e mamãe ficou muito zangada comigo, ela disse que Deus iria me castigar. Eu pedi perdão pra ele, rezei todas as noites, e mesmo assim a coisa apareceu, eu disse a ela, disse que tinha um monstro atrás de mim, mas ela não me ouviu.

Cassy dá vários soluços curtos simultaneamente erguendo as mangas de seu moletom, que cobria imensas cicatrizes.

— Ele fez isso comigo, não fui eu, foi ele. — Chora mostrando a cicatriz de um estranho símbolo em seu pulso. — E agora ele veio atrás de mim, veio me castigar aqui também, por favor vocês precisam me ajudar, os médicos não acreditam no que digo.

Aquela situação me deixou extremamente vulnerável. Ver aquela garotinha chorar, ser machucada daquela forma, fez-me questionar quantas atrocidades demoníacas e assustadoras poderiam haver espalhadas por aí. E o quão longe estariam dispostas a ir, apenas para me ferir, assim como fizeram a Cassy.

— Nós temos que ajudá-la, por favor. —  Imploro segurando firme o braço de Dean.

— Fica calma Elly, nós vamos dar um jeito tá legal ? — Responde Sam assim que notou seu irmão congelado mais uma vez.

— Cassy, você consegue descrever a coisa que veio atrás de você ? — pergunta Sam, segurando nas pequenas mãos de Cassy.

— Ele usa um terno branco, e tem uma barba enorme. Eu acho que já o vi antes, no álbum de fotos do Papai.

— Enquanto aquela conversa que você diz ter ouvido, ainda consegue se lembrar do que era ?

— Isso é importante? — Pergunto impaciente.

— Shiii — Dean me adverte colocando o dedo sob a boca.

— Falavam sobre alguma família, eu não consigo lembrar, sinto muito.

— Tá tudo bem Cassy, nós já sabemos o bastante. — Sam se levanta rapidamente encarando seu irmão. — Escuta Dean, eu tenho uma vaga ideia do que pode estar acontecendo, mas pra que essa coisa toda tenha fim, um de nós vai ter que ficar aqui e proteger a Cassy até que tudo esteja acabado.

— Nem pensar que vou deixar você ir até aquela casa sozinho. Nós nem sabemos como essa coisa está cruzando Barreiras. — Rosna entre dentes.

— Eu posso ficar com ela, é só me dizerem o que preciso fazer pra deixar a coisa longe. — Falo confiante, embora já soubesse a resposta.

— Você se quer já viu um espírito, e acredita mesmo que vai dar conta de um com uma aula de 5 minutos? — Gargalha Dean. — Nem pensar!

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