CAPÍTULO 19

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✧Fotos✧

Suas palavras não foram nenhum pouco amigáveis. —— Castiel continuou encarando Dean por longos minutos, até que o mesmo soltasse um suspiro de frustração.

— Não seja dramático. — Sopra. — Eu apenas a repreendi.

— Não, você gritou com ela! E ninguém gosta de ouvir os outros gritar.

— Tá... talvez eu tenha exagerado um pouquinho, mas não é pra tanto também. — Da de ombros.

— O que houve ? — Sam se aproxima pela porta da frente da sala colocando uma sacola na mesa. — Aconteceu alguma coisa?

— Não foi nada, o Castiel só estava de passagem não é ?

— Ele gritou com a menina. — Responde rouco.

— Como é ? — Sam encara o irmão que imediatamente da um pisão sob o pé do anjo.

— Por que...por que pisou em mim ? — Ele o olha confuso sem demonstrar nenhuma dor.

— Fala sério Dean, eu só saí por trinta minutos e você já conseguiu assustar a menina ?

— Eu não assustei ninguém. — Resmunga. — Eu só a repreendi por ter chamado o Castiel aqui simplesmente pra jogar tabuleiro.

Sam tenta disfarçar seu sorriso mas se perde em meio ao caminho. — Ela te chamou pra jogar tabuleiro ?

— É mas eu não sei como joga...

Sam continua gargalhando colocando uma das mãos em seu cabelo.

— Qual é a graça ? — Pergunta Dean.

— É que você adorava jogar tabuleiro quando criança. E me obrigava a participar também, depois ficava irritado pois eu não entendia o jogo.

— Idai ? Era mesmo irritante. — Da de ombros.

— Idai que a Elly tem quase todos seus traços e você e ainda sim consegue discutir com a menina. Devia usar isso como tática de aproximação.

— Por falar nisso, cadê ela ? — Castiel desvia seu olhar para o quarto da menina o qual restava apenas o tabuleiro ao chão, sem nenhum rastro de sua presença.

— Ela estava aqui a 5 minutos. — responde Dean. — Vai ver foi no banheiro.

— Espera, você deixou a porta do bunker aberta ? — Pergunta Sam.

— Mais é claro que não.

— Dean... Ela estava aberta quando eu cheguei! — os irmãos se olham apreensivos correndo o mais rápido que puderam até a saída, onde encontraram a menina segurando o presente de Crowley em mãos.

— Fala sério. — Rosna Dean. — Eu não falei pra você esquecer essa droga. — Ele tenta pegar a caixa da mão da garota, mas a mesma recua para trás.

— NÃO — Grita. —  Por favor, me deixa ficar com elas. — Ela abraça forte a caixa deixando todos confusos.

— Está tudo bem, eu só quero saber o que é — Dean ergue os braços em rendição tentando uma aproximação mais cautelosa.

— Nós só queremos ajudar Elly... Ele pode ter enfeitiçado essa coisa. — Sussurra Sam.

— Não tem feitiço nenhum, são só fotos. — A menina caminha lentamente até Dean o entregando várias fotografias.

O mais velho se sente mau quando vê que se tratava de fotografias da mãe da garota, provavelmente Crowley teria descoberto o último lugar em que ambas estiveram, e pegou todas elas do álbum da família.

— Eu não Tenho nada dela, e sei que a gente não se dava tão bem como deveria. — Funga. — Mas ela é minha mãe...

— Não precisa se desculpar, você pode ficar com elas. — Sam da um sorriso apertado para a garota que retribuiu voltando para o bunker.

— Pede desculpas pra ela. — Ordena Castiel.

— O que ? Eu não vou me desculpar. — Dean o olha irritado. — Já disse que não falei nada demais.

O anjo continua o encarando como se quisesse lhe dar um forte soco.

— Olha só pode parar. — Rosna. — Sabe que odeio essa sua cara de quem comeu e não gostou.

— Eu não como. — Sussurra.

— O que ?

— Anjos não comem Dean, já lhe disse isso.

— Vem cá você não sabe o que é uma metáfora não ?

— Metáfora ? — Ele enruga a sombrancelha levemente.

Sem paciência para continuar aquele diálogo, Dean Suspira profundamente voltando para dentro do bunker, se dirigindo até Elly.

A menina observava alguns livros da estante, como se procurasse por algo específico.

— O que espera encontrar aí ? — Pergunta alto, lhe dando um leve susto.

— A... Eu... — Ela engole seco.

— Tá querendo achar livros sobre monstros não é ?

— Como...como você sabe ?

— Olha só, se você realmente quer saber eu posso ajudar! Mas preciso ter certeza se é realmente isso que quer. — Dean não queria colocar a garota naquela vida de caça, ele sabia dos riscos e consequências. Mas sentia que por mais que ele tentasse, impedir Elly não seria uma tarefa fácil.

— Sei que acha que não dou conta, e talvez você esteja certo. — Suspira. — Mas não estou mentindo quando digo que quero aprender... quero ser uma heroína, salvar famílias, ajudar as pessoas igual você.

Os olhos de Elly se enchem de brilho deixando Dean imóvel mais uma vez.

— Tá legal. — Dean entrega a garota o diário de seu pai, lhe mostrando página por página de todos os registros feitos por John ao longo dos anos.

Vampiros, demônios, metamorfos, lobisomens e todo tipo de criatura sinistra que se pudesse imaginar estavam registadas naquelas velhas páginas. Páginas essas que continuam muito mais que letras, símbolos e feitiços...

Aquele diário era uma relíquia, algo que com certeza havia salvado a vida dos irmãos inúmeras vezes. E embora jamais tivesse imaginado que um dia teria uma filha, Dean sentia orgulho da coragem da garota, e admirava seu entusiasmo em relação ao assunto.

— Deve ter levado anos para escrever tudo isso. — Elly olha atentamente para as páginas lendo com cautela cada uma das linhas.

— Foi meu pai quem escreveu. — Responde calmamente. — É claro existem muito mais criaturas do que essas folhas possam contar. Mas já é um bom começo...

— Olha só isso. — A menina olha boquiaberta para uma das páginas que dava ênfase para a "fada do dente" — Sinistro. — sorri.

Ao passar pela sala, Sam observou  seu irmão ensinar a menina tudo o que ela precisava saber por hora.

É claro que ele se sentiu orgulhoso, e talvez um pouco aliviado em saber que Dean finalmente estaria tentando uma aproximação. E embora as coisas ainda não estivessem como realmente devesse, aquela aula serviria para os deixar ainda mais conectados. 

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