CAPÍTULO 49

1.7K 204 13
                                    

✧por água abaixo✧

Recostado sob o carro da Kevin, Dean estava de braços cruzados olhando fixamente para os olhos de Elly.

A menina caminhava lentamente como se não quisesse chegar perto. Kevin não sabia ainda de quem se tratava, mas pela feição de sua amiga e ao ouvi-la chamá-lo de pai, o rapaz teve uma vaga ideia de o quão encrencado estavam.

—— Aiii, não...minha vó vai me deixar de castigo por um ano. — Choraminga Layla.

— Você deve ser a Layla...e você Kevin não é? — Dean se afasta do carro encarando o fundo da alma do garoto. — Esse carrinho aqui é seu ?

— É... é da minha mãe senhor. — Gagueja.

— A, legal...e ela por um acaso tem ideia  que você sai por aí com a filha dos outros nele ? Ou melhor, ela sabe que você sai de madrugada pra cemitérios abandonados e brincam de atirar em latinhas, com a droga de ARMAS DE VERDADE! — Grita aumentando cada vez mais seu tom de voz.

— N-N-não senhor.

— Não é culpa dele pai, foi eu quem planejei tudo. — Antes de Elly falar qualquer outra coisa, Dean apenas levanta seu indicador em frente ao rosto fazendo sinal para que ela permaneça em silêncio.

— Eu não quero ouvir nada de você Elly, entra no carro!

— Mas pai... — ENTRA NO CARRO. — grita.

A menina encolhe os ombros engolindo a sua vontade de chorar — Me desculpe pessoal. — Ela Sussurra indo em direção ao Impala parado a rua.

— Você vai levar essa garota de volta pra casa, e eu acho bom que ela chegue em segurança. — Avisa Dean segurando  firme na gola de Kevin. — E se eu sonhar que fizeram qualquer coisa do gênero novamente eu juro que vou fazer bem mais que apenas contar aos seus pais, ouviram bem ?

Sem pensar duas vezes Layla e Kevin correm de volta ao carro saindo do cemitério de volta para casa o mais rápido possível.

Enquanto isso, Elly respirava fundo ainda tentando entender o que tinha dado errado no seu plano.

— Me dá as Chaves. — Pede nervoso assim que entra no carro.

Cabisbaixa e de olhos marinados, a menina apenas obedece em silêncio lhe entregando o molho com as chaves que havia pego.

— Me desculpa pai... — Susurra.

— Não Elly, Isso não tem desculpa! Você fugiu, mentiu pro Castiel, roubou as chaves do meu carro, um monte de armas e munição. Envolveu gente inocente no meio das suas loucuras, saiu por aí no carro de um garoto que você não conhece nem a um mês! Tem idéia do quão grave foi o que você fez ?

— Então foi o Castiel?...Aquele anjo fofoqueiro. — Resmunga.

— Isso não é engraçado Elly. E se o Cass não tivesse vindo me avisar sobre você vasculhando no carro eu não teria vindo até aqui e impedido que a polícia encontrasse vocês! Os vizinhos escutaram as garrafas explodindo e acionaram a guarda local. Se não chego a tempo para inventar uma desculpa essa hora vocês três já estariam dentro da droga de uma cela de prisão sendo enviada pro primeiro reformatório que aparecesse.

A menina engole seco percebendo o tamanho da bagunça que havia causado, e o perigo que havia exposto seus amigos.

— Eu não posso confiar em você...— Suspira. — Achei que poderia mas não posso. Você está sempre indo contra o que eu digo e isso quase sempre acaba ferrando com você!

— Não pode confiar em mim ? — Ela o encara boquiaberta. — Foi você quem mentiu, você quem disse que o tio Bobby tinha cuidado do caso do kansas. Disse que ele tinha salvado aquele garoto e ERA TUDO MENTIRA.

Com a acusação da menina Dean encosta o carro ao lado da estrada tomando fôlego para continuar a falar.

— Elly, já chega!

— Já chega ? — Gargalha. — O que foi? Você não aguenta ouvir a verdade e aí pede pra parar não é?

— O que eu não aguento é ficar te ouvindo falar de uma coisa que simplesmente não existe! — Rebate. — Eu não menti para você em nenhum momento!

— Pois não é o que parece....

— O Bobby veio até o kansas, conversou com cada pessoa, investigou sinais... buscou em todo canto por esse garoto com a marca. E não tinha absolutamente NADA!!! nunca nem se quer houve registro de mortes naquela maldita floresta da lenda.

— Eu não tô maluca, eu sei o que eu vi aquele Dia, e eu vi a marca no braço do Brayan!

— E aí você simplesmente concluiu que tinha um caso pra ser resolvido? Não passou um segundo pela sua cabeça que podia ser apenas a invenção de um adolescente brincando com a sua cara ?

— Mas pai ele nem se quer me viu, ele não sabia que eu estava investigado. Como pode ser apenas armação?

— Eu não sei Elly, só o que eu sei é que não existe fantasma nenhum naquela floresta e não houve nenhuma morte de aluno daquela escola. Então por favor, para de tocar nesse assunto por que eu já não aguento mais te ouvir falar como se essa coisa fosse real.

A menina engole seco mais uma vez enxugando algumas lágrimas que correram acidentalmente por seu rosto.

— Você vai me castigar? — Suspira.

— É, eu vou sim!... — E eu sei que você é apenas uma criança e na maior parte do tempo não tem ideia do peso de suas decisões. Mas precisa entender que toda ação tem uma consequência. — Hoje você estava com o telefone e eu consegui te localizar por isso...mas e se em outra ocasião não estivesse? E se em uma malcriação como essas alguém chega até você e te leva pra longe? E se alguém te faz mal Elly? Você parou pra pensar no quão perigoso é isso tudo?

— Não papai... — suspira.

— Eu estou desapontado com você menina, e não sei se pode recuperar essa confiança..

Minha Pequena Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora