Era Pra Ser Você

Prólogo.

Me chamo Jasmim Sinclair - e provavelmente deveria começar essa narração com alguma frase inspiradora. Lamento estou cansada demais para pensar em qualquer floreio. Voltando ao início meu nome é Jasmim Sinclair, e se eu pudesse fazer um pedido nesse exato momento, desejaria conseguir um guarda-chuva.

A chuva está tão forte, e gelada que cerro meus dentes, para continuar a andar.

Em uma escala de 1 á 10, eu diria que meu dia começou com um - 0, e sabendo da minha sorte, tenho certeza que só vai piorar.

Okay tenho certeza que você ainda não precisa de lenços descartáveis, certo?

Vou tentar ser mais dramática.

Estou desempregada, minha caixa de correio está entupida de contas atrasadas, e toda vez que abro meu e-mail, tem uma mensagem do reitor da minha faculdade avisando que se não pagar às mensalidades atrasadas, vou ser expulsa das aulas, até efetuar os pagamentos, e claro para coroar o bolo da desgraça, posso ser despejada a qualquer instante.

De repente uma imagem de mim sem teto morando debaixo da ponte, invade meus pensamentos, e tudo que eu sou capaz de pensar é: Onde eu vou guardar minhas roupas, e meus preciosos livros?E principalmente onde vou tomar banho?

Oh, Deus devo estar delirando, honestamente nem sei quando foi minha última refeição decente. Eu saí pela manhã, para procurar emprego, e sem muita surpresa não encontrei nada.

Meus pés estão quase agonizando de tanto andar, minhas roupas úmidas e grudentas, e meu corpo inteiro tremendo, pela maldita chuva. Um riso borbulha dentro de mim, porque tenho quase certeza que a garota da previsão do tempo disse que o dia seria ensolarado, e agradável.

Passo, por um restaurante de comida popular, e meu estomago se contorce com fome, mas o que chama minha atenção não é o cheiro delicioso da comida, e sim o homem cantando no karaokê. Ele está cantando uma música lenta e triste. Sem perceber começo a rir - não um riso normal - um riso histérico. Pelo canto do olho, vejo as pessoas me olhando provavelmente se perguntando se sou maluca, por estar rindo sozinha, e por algum motivo que nem eu mesma entendo isso me faz rir ainda mais. Pressiono meus lábios juntos, mas não consigo parar de rir porque o homem no karaokê definiu minha vida com a música: Triste, melancólica, e um tanto desafinada.