Problema de audição

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Oie, gente postando hoje como prometido. Então os capítulos novos serão publicados uma vez por semana, vou tentar postar toda sexta feira. Boas vibrações e boa leitura <3 Esse capítulo começa de uma forma diferente do que vocês estão esperando, mas confiem em mim vão gostar <3



Nostalgia.

Senti-me nostálgica, conforme meus passos faziam barulho e eu subia as escadas velhas do meu prédio. Senti saudade de casa, saudades dos meus pais.

Enfiei a chave na fechadura, e pisei dentro do meu apartamento. Mal tive tempo de retirar a chave do miolo, antes do meu celular tocar. Como se alguém lá em cima, tivesse lido meus pensamentos – ou emoções – o identificador de chamadas me disse que era minha mãe ligando.

- Alô?- atendi.

Passei a meia hora seguinte conversando com ela sobre tudo – ou quase – porque precisei dar voltas para não contar por acidente o que vinha omitindo nos últimos meses. Eu amava minha mãe, e bom Deus ela era a mulher mais compreensiva que já pisou na terra, mas me mataria se soubesse tudo que omiti dela e do papai nos últimos meses. Ela não era boba, sabia que eu estava escondendo algo, porém não tinha certeza do que.

Nunca contei a ela sobre Dylan, ou que tinha quase teria perdido o lugar onde morava se não fosse por Meredith, e também não contei que fui proibida de entrar nas aulas. Tudo que a deixei saber era em sua maior parte uma grande mentira açucarada. Por isso não a culpei pelo grito que deu quando falei que estava em um novo emprego.

- Eu não entendo. Tu não tinhas dito a mim e ao teu pai que amava teu emprego?- afastei o celular do ouvido e sorri ao ouvir seu sotaque.

Pelotas era minha cidade natal. Uma cidade no Sul do país que a maior parte das pessoas nunca nem ouviu falar. Depois de sair de lá, nunca mais ouvi o sotaque característico a não ser na minha própria voz ou conversando com minha mãe. Era estranho porque nunca achei que sentiria falta.

- É uma longa história, mãe. - Eu realmente gostei do meu emprego por um tempo, até que isso explodiu na minha cara, meus pais, entretanto só conheciam a versão gostar da história. E era melhor assim. De repente me senti cansada, e quis contar tudo a ela. Sem ocultações, sem açúcar cobrindo o amargor, mas não podia ou ela enlouqueceria, e provavelmente entraria como imigrante ilegal no país apenas para se assegurar que eu estava bem. E então depois de ter feito isso faria meu pai cometer algumas mortes. – O salário nesse emprego é melhor – conclui o assunto. Não era mentira, o salário como secretaria era melhor do que eu ganhava no hotel como camareira. Não muito, mas um pouco melhor. - Como está o papai?

Ela soltou um suspiro. – Não mude de assunto, guria. Eu posso sentir que algo está errado, diga-me o que há.

Fechei meus olhos sorrindo. Ás vezes eu achava que minha mãe era sensitiva.

Quase dei risada ao me perguntar, o que minha mãe hippie e calma diria se soubesse que agredi meu chefe.

- É sobre o meu chefe- comecei deslizando pela parede e sentando no chão. Estiquei as pernas e brinquei com a barra do meu vestido.

- O que sobre ele querida? – perguntou-me com preocupação genuína. Senti-me com dez anos de idade novamente, reclamando sobre os valentões da escola.

- Ele é um idiota – grunhi e ri. – Um verdadeiro idiota, mãe. Lembra-se daquele vizinho que a gente odiava?

Minha mãe fez um barulho de horror com a boca. - O que maltratava os animais de rua? Tão ruim assim meu amor?

Era Pra Ser VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora