DESCULPEM PELO ATRASO!
Dessa vez eu sumi mesmo, e quero me desculpar. Sei que vou receber comentários do tipo: "tá sem graça", "esperava mais" e tudo bem porque antes que comentem isso vou adiantar o que vem por aí. CAPÍTULO COM A PESPECTIVA DO MABUCHI <3333333333
Vou mostrar um pouco da antiga vida dele, e dar luz aos sentimentos contraditórios pela Jas. Enfim é meu jeito de pedir desculpas pelo sumiço. Obrigada por serem fieis a mim e ao meu livro mesmo que eu seja a autora mais vacilona do mundo HAHHAHA.
*****
– Amo você, bola de pelo! – apertei Thor saboreando os últimos minutos com ele.
– Você vai se atrasar, tia Jas – Jack disse cutucando meu ombro. – Eu cuido dele!
A primeira vez que ele me chamou de tia me fez sentir ridiculamente velha, nas vezes seguintes eu só me derretia com tamanha fofura. Apertei Thor por mais alguns instantes e então o entreguei para ele.
– Eu sei que vai, meu bem, agora vem cá me dar um abraço! – murmurei puxando-o para perto.
– Estou. Sem. Ar – ele brincou, o que só me fez apertá-lo mais.
Jack era tão fofo que olhá-lo me fazia querer apertar suas bochechas sem parar.
Certo, talvez eu fosse mesmo uma tia.
Julyan insistiu para que eu ficasse com os dois para passar à noite, já que o aeroporto ficava mais perto.
– Jack, filho, você vai se atrasar pra aula. De novo! – acrescentou, quando ele não se moveu.
– Tá bom, mãe! – resmungou, deixando Thor no chão, que instantaneamente subiu no sofá.
Julyan assentiu rolando os olhos, quase que imperceptivelmente e eu sorri. Ela era... Nem havia palavras para defini-la. Do ponto de vista da sociedade glacial atual, nossa amizade não significava nada, pois nos conhecíamos fazia pouco tempo, mas, para mim, Julyan significava muito. Ela e Jack. Pouco tempo de convivência ou não, eu os amava.
Observei Julyan distraída, fazendo o lanche de Jack. Sanduíche de manteiga de amendoim. Meus pais costumavam dizer que a gente conhece muito mais uma pessoa quando a observamos sem que ela perceba. Julyan emanava uma áurea de paz imensa, cantarolava uma música da Lady Gaga pra si, o que me fez rir por dentro. Eu sabia que ela estava preocupada, com Jack, com as contas e pelo menos mais um milhão de coisas, mas ali estava ela preparando o lanche para o filho com exagerada dedicação, como se fosse a tarefa mais importante do mundo. Ela me lembrou minha mãe e isso apertou meu peito de saudade.
– Todos prontos? – perguntou, depois de acabar de limpar as mãos no guardanapo.
– Sim, general! – respondi, fazendo-a bufar e rir, assim como Jack.
– Vamos lá pra fora? – indagou. – O ônibus da escola logo estará passando por aqui.
Obedientemente todos seguimos para fora do apartamento.
***
Eu já tinha feito o Check-in na companhia aérea e estava aguardando por Mabuchi perto da sala de embarque. Graças à pontualidade de Julyan, eu estava adiantada, pois, se dependesse de mim, provavelmente chegaria ao aeroporto quando o avião estivesse levantando voo.
Eu não estava levando muita coisa, só algumas mudas de roupas necessárias para os dias em que ficaria em Chicago, um livro para ler no avião e um pacote de balas, mais o sanduíche que Jyll fez quando soube que eu nunca tinha comido sanduíche de manteiga de amendoim. Vasculhei a mochila, peguei o sanduíche e ri quando vi que Julyan tinha colocado uma garrafa de suco também. Típico dela.
Dei a primeira mordida e mal tive tempo de engolir quando meu telefone tocou.
– Alô? – tomei um gole do suco de laranja para ajudar a comida descer.
– Achou que eu ia deixar minha garota favorita viajar sem me despedir?
– Ei, Mer – sorri, deixando o sanduíche no meu colo e colocando o suco e a mochila no chão. – Como você está?
– Meus pés estão tão inchados por ficar de pé no bar que parecem pés rechonchudos de bebês, mas, fora isso, estou ótima. Ganhei boas gorjetas, vou poder te dar um presente legal no seu aniversário.
– Se você me der apenas um abraço e um dos seus bolos de chocolates com cobertura extra, eu serei a aniversariante mais feliz do mundo! – falei com honestidade. – Além do mais, não precisamos lembrar que em breve vou ficar mais velha.
– Mais sábia – corrigiu. – Não é isso que sua mãe sempre diz?
Eu ri baixinho e mordi meu sanduiche. Caramba, era bom!
– Vocês têm razão, ficarei mais velha, porém mais sábia.
Que tipo de sabedoria eu vinha reunindo através desses anos era um mistério para mim.
– Como você está, espertinha?
Dei de ombros.
– Queria poder ter ficado dormindo, mas trabalho é trabalho.
– Garota responsável. Mas sério, como você está?
– Não sei e tampouco quero falar disso – desviei. Porque não queria, falar dele era a última coisa que eu queria. – Como está Eoin?
Meredith bufou.
– Aquele irlandês vai me enlouquecer qualquer dia desses – ela debochou, rindo. – Sorte a dele que eu o amo e ele me paga um salário decente.
Jogamos conversa fora por mais alguns minutos até que ela precisou desligar para cuidar de Loki.
Aeroportos são de certa forma uma ótima fonte de entretenimento, percebi observando as pessoas ao meu redor. Bem em frente a mim havia um casal de velhinhos sussurrando algo para duas crianças de cabelo louro, que pelo tamanho estavam na faixa etária de Jack. A cena de certa forma aqueceu meu coração. Desviei meu olhar para a esquerda e encarei um pouco fixamente demais um rapaz sentado perto de mim, distraído com um livro, cujo título eu não pude ler. Ele era bonito e me lembrou de Will. Baixei os olhos para minhas mãos e suspirei.
Eu precisava falar com Will tão logo voltasse para NY.
Escolhi uma playlist de música brasileira e deixei tocar enquanto esperava por Mabuchi. Estava cantarolando uma canção do Raça negra – minha mãe adorava e apesar de não ser uma fã louca me fazia sentir perto dela e acalmava meu mau humor – quando o avistei, caminhando calmamente na minha direção.
Mabuchi estava perfeitamente vestido, com seu habitual uniforme, isto é, terno e calça social. Não havia qualquer dificuldade em apontar qual de nós dois estava mais elegante.
Ele.
Assim como não havia dificuldade em apontar qual de nós dois estava mais confortável com seus trajes.
Eu.
Eu tinha pensado em me vestir para um dia normal de trabalho, mas, meio segundo após o pensamento surgir, conclui que de jeito algum eu enfrentaria uma viagem de avião perto do meu adorável chefe com uma roupa desconfortável. Sendo assim, substitui meu "look secretária competente" por um "Jas roupa casual". Um vestidinho acima do joelho com estampa de minúsculos girassóis, um Cardigan leve e sapatilhas. Eu amava girassóis, porque assim como as margaridas eram minhas flores favoritas e achei a combinação perfeita.
Pausei minha música e o saudei com um sorriso nervoso.
– Pronto para viajar?
– Estou e você? - ele perguntou.
Meu sorriso vacilou ainda mais, mas mesmo querendo fugir para minha cama assenti com a cabeça.
–Sim - concordei.
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Era Pra Ser Você
ChickLitJasmim Sanclair é uma estudante de design fazendo intercâmbio em Nova York. Depois de ser assediada pelo antigo chefe, perder o emprego, ser barrada nas aulas e quase não ter mais um lugar para morar ela já deveria saber que nada seria fácil em sua...