Avião, aleatoriedades e Mabuchi parte 2 (LEIAM AS NOTAS)

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Hoje percebi que sem querer pulei um capítulo... então deem uma olhadinha no capítulo anterior que acabei de postar para não ficarem perdidas.

beijãoooooo <3

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Apertei o celular entre minhas mãos, com um pouco mais de força do que o necessário. Podia sentir os olhos de Mabuchi em mim, o que só contribuía para meu nervosismo aumentar. Para ser honesta, não tenho pensado muito sobre estar dentro de um avião desde minha chegada em Nova York, há vários meses atrás, mas estar dentro de um fazia meu cérebro sacudir dentro da minha cabeça, se é que tal coisa seja possível.

A aeromoça parou ao meu lado e disse algo que não consegui entender. Talvez porque eu estivesse usando toda a minha energia para não surtar e correr avião afora. Mabuchi trocou algumas palavras com ela e seja lá qual tenha sido sua resposta pareceu agradá-la, pois fez com que ela se fosse para checar os outros passageiros.

Meia batida se passou até que ele cutucou de leve meu ombro e por incrível que pareça o toque dele aliviou o cerco apertado em volta de mim. Limpei a garganta.

– Sim?

– Está com medo? – esperei que ele soasse zombeteiro, mas havia preocupação genuína em sua voz.

Coloquei o celular no bolso do meu Cardigan e balancei a cabeça, vigorosamente, negando.

– Não! Medo algum! – afirmei, percebendo tardiamente que respondi em português.

Seu olhar ficou curioso e engraçado.

– Desculpe-me?

Inspirei o ar pelo nariz e o soltei pela boca, pelo menos duas vezes antes de virar para ele novamente e responder.

– Eu disse não, de jeito nenhum.

– Em qual língua?

A voz do piloto ecoou pelo avião e a maior parte dos passageiros cessaram suas conversas para escutá-lo a se apresentar, explicar o roteiro da viagem e os procedimentos de segurança, eu, no entanto, apenas me apavorei mais.

– Minha língua materna – respondi, aterrorizada, uns instantes depois, quando o avião começou a levantar voo.

Mabuchi riu.

Eu quis chorar.

E matá-lo.

Não necessariamente nessa ordem.

Oh, meu Deus! Estávamos viajando numa lata no meio das nuvens.

– Senhor me proteja! – balbuciei desesperada.

Mabuchi riu.

Eu quis chorar.

E matá-lo.

Não necessariamente nessa ordem.

– Tem certeza que a resposta ainda é não, de jeito nenhum?

– Absoluta senhor – menti, desviando o olhar.

Quando era mais nova, sempre que eu me assustava ou ficava com medo, usava uma expressão que provocava um misto de desgosto e divertimento em minha mãe.

"Tô quase cagando nas calças de medo".

Era certamente a expressão perfeita, para o momento perfeito.

– Chicago fica relativamente perto – Mabuchi tentou me tranquilizar. – A viagem vai ser curta.

– Não estou com medo – menti novamente. – Só...

Era Pra Ser VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora