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Adivinhem? Aqui está o capítulo extra. (Que era pra ter sido postado ontem, mas vocês me conhecem se não tiver atraso não seria eu ahahha)
Boa leitura <3
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Em algum momento depois de desligar o celular, Meredith e eu escolhemos um filme online para assistir e de repente entramos em uma crise existencial em relação a nossa vida amorosa.
- É errado querer alguém que elogie meu sorriso ao invés do meu traseiro? – perguntei com indignação.
- Não - ela balançou a cabeça enfiando uma colher de sorvete na boca. Porque em algum momento da nossa crise, compramos sorvete. – É completamente aceitável. A quantidade de cantadas machistas e nojentas que escuto no Skulls me faz perder a fé nos homens.
Assenti.
- Até agora o único cara com quem namorei se provou um babaca no final do nosso namoro – murmurei desanimada.
Caio foi o primeiro namorado que tive. Ele na verdade foi meu primeiro tudo. Primeiro beijo, primeiro namorado em seguida, e logo após no meu primeiro ano da faculdade o primeiro com quem dormi. Nós gostávamos um do outro de verdade, mas aparentemente Caio não podia ter uma relação monogâmica e precisou ficar com a minha prima Clara. Reuniões de família que antes já eram ruins se tornaram insuportável.
Meredith olhou para a tela do computador e bufou.
– Lembra-se daquele cara que não queria me deixar trabalho no Skulls porque segundo ele era um antro de perdição? Qual era mesmo o nome dele? Joseph?
Cobri o rosto com as mãos rindo. –Algo como isso. Ele parecia tão normal a distancia. Tão bonito! – lastimei. – E o pior de tudo é que não é o único que tem esse pensamento machista e ultrapassado. ''Mulher minha não trabalha, e muito menos em um antro de perdição como aquele'' – repeti suas palavras rindo e torcendo os olhos. – Pelo amor de Deus vocês se conheceram no Skulls e enquanto você trabalhava. Que mente fechada!
- Nossos pais é que tiveram sorte, não é? Parece tão difícil achar uma relação como a deles. Thor lambendo as patinhas olhava para nós duas de tempo em tempo. Seus grandes olhos redondos brilhavam como se debochando da gente.
- A relação dos meus pais nem de longe foi fácil, mas entendo o que quer dizer. Quando eu era mais nova ansiava viver algo com o que eles têm. Parecia tão belo a forma como enfrentaram tudo e ficaram juntos que mesmo agora me pego fazendo isso.
- Conte novamente como seus pais ficaram juntos. Toda vez que escuto essa história me sinto menos propensa a encontrar caras como Joseph.
Sorri. – Eu também.
Sempre houve um milhão de motivos para que eles não dessem juntos. Para começar meu pai mal falava português. Sua vinda ao Brasil foi por sorte. Uma sorte obtida através de uma mesa de jogo. A passagem que ele ganhou foi para São Paulo onde ele ficou por algum tempo, até tentar trabalho nas fazendas do Sul. Nada tinha sido fácil para ele até então. Suas primeiras lembranças foram às paredes de um orfanato, e apesar da minha insistência ele não me conta muito da sua vida na Inglaterra. Não dessa época pelo menos. E minha mãe... Ela estava de casamento marcado, mas no momento em que pôs os olhos no meu pai seu coração pertenceu a ele. Como desculpa para ficar perto dele, minha mãe o ajudou na língua portuguesa, e esse era o único avanço que o inglês bonito e rústico como ela o chamava secretamente deixava que ela tivesse. Ele era tão bom em guardar seus sentimentos. Com o casamento cada vez mais próximo, ela fez um ultimo apelo. Disse que se ele gostasse dela da mesma forma só precisava dar um sinal. Um sinal era tudo que precisava para o casamento acabar.
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Era Pra Ser Você
ChickLitJasmim Sanclair é uma estudante de design fazendo intercâmbio em Nova York. Depois de ser assediada pelo antigo chefe, perder o emprego, ser barrada nas aulas e quase não ter mais um lugar para morar ela já deveria saber que nada seria fácil em sua...