Eu quero você.

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Devagarinho nossas bocas foram se separando e nossos olhos se encontraram. Alguém me acotovelou e percebi que ainda estávamos na pista de dança, mas nada daquilo importava. Era como se apenas nós dois estivéssemos ali.

Durante boa parte da minha adolescência e entrada para a minha vida adulta, li ,em incontáveis histórias, cenas sobre beijos que podem silenciar o barulho ao nosso redor e apagar o restante das pessoas. Eu achava isso uma bobagem, mas ali, nos braços de Mabuchi, eu entendi, finalmente entendi o que os livros queriam dizer.

A música alta ainda vibrava por nós, mas eu mal a ouvia. Tudo o que eu via, ouvia e sentia era ele, apenas ele. Eu queria sua boca na minha de novo, queria ter de volta a deliciosa sensação que seu beijo tinha me proporcionado, fazendo tremer e pulsar cada pedacinho do meu corpo.

Eu o queria.

Eu o queria e, naquele milésimo de segundo, enquanto seus olhos me fitavam com uma intensidade assustadora, consequências e amanhãs não me importavam. Com meu corpo ainda colado ao dele, murmurei baixinho.

– Vamos sair daqui.

***

Saindo do Pub eu me sentia como dentro de um sonho, nada parecia muito real. Pegamos um táxi, mas em nenhum momento nos beijamos novamente, na verdade nossa intimidade foi muito além. A forma como ele me olhava, a forma como deixava seus olhos desnudos para mim pela primeira vez, dizia tudo.

Ele também me queria.

Quando chegamos ao hotel meu coração batia descontroladamente dentro do meu peito, parecendo antecipar o que estava para acontecer.

Mabuchi abriu a porta, mas não nos preocupamos em acender as luzes. Em um momento eu estava piscando para o escuro e no outro sentindo sua boca na minha. Atrás de nós a porta se fechou silenciosa.

– Você tem certeza? – ele me perguntou.

Não respondi. Lá fora a cidade seguia alheia ao que se passava entre nós. A lua iluminava parcialmente seu rosto e seus olhos me diziam tudo que eu precisava naquele momento. Se eu quisesse parar bastava dizer e ele pararia.

Eu podia confiar nele.

Afastei meu cabelo, virando de costas para que ele tivesse livre acesso ao zíper do meu vestido.

– Me ajuda a tirar... - minha voz saiu baixa e rouca.

Um suspiro me escapou enquanto seus lábios iam fazendo uma trilha de beijos em meu pescoço e ombros e suas mãos faziam meu vestido deslizar até o chão.

Seus olhos brilhavam de desejo e não desgrudavam de mim enquanto desabotoava sua camisa.

Toquei seu abdômen com a ponta dos dedos sentindo sua pele quente.

– Quero você – eu disse.

– Você quer? – sua voz saiu provocante, enquanto beijava a parte fina atrás da minha orelha. – Diga isso de novo.

– Quero você – repeti.

Infinitas e deliciosas sensações me invadiram, quando ele me ergueu em seus braços e me levou até a cama...



***

(Não me matem!) rsrs.




Era Pra Ser VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora