Devaneios de Jasmim

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Desculpem a demora, foi culpa do Enem HAHAHHA

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Quando o sábado chegou, eu estava tão cansada da rotina que não queria nem levantar da cama. Virei algumas vezes de um lado para o outro, enroscando-me ainda mais nas cobertas até de fato levantar. E isso só aconteceu por causa de Thor, que tomou como missão de vida cutucar meu nariz com suas patinhas.

– Que foi? – indaguei, desviando-me de uma de suas cutucadas. – Ainda não são nem meio dia, me deixa dormir.

– Meow! – foi sua resposta, enquanto esfregava a cabeça no meu pescoço.

Era insano, mas Thor era tão esperto que, às vezes me parecia que todas as teorias sobre os gatos quererem dominar o mundo não eram assim tão inacreditáveis. Ele sabia o que fazer para que eu não conseguir ficar brava com ele por muito tempo. Bastava esfregar-se em mim e me olhar com aqueles grandes olhos redondos, que tudo ficava bem, em um passe de mágica. Olhei para o relógio, cuspindo um pelo que havia parado na minha boca. Gatos eram maravilhosos e se não perdessem tantos pelos por aí seriam ainda melhores. Com um suspiro alto, levantei-me da cama levando comigo meu celular. Como toda manhã, bati com meu dedo mindinho na quina da cama. Xinguei baixinho, enquanto gemia de dor. Thor se acomodou nas cobertas como se dissesse que não iria sair dali por um bom tempo.

– Então porque me acordou? – perguntei a mim mesma abrindo a janela do quarto. Eu ainda estava bocejando quando fiz uma xícara grande de café e disquei o número de casa. Meu pai atendeu uma ligação que durou cerca de 2 minutos, pois ele e minha mãe estavam atrasados para ir ao supermercado.

Julyan e eu tínhamos marcado de ir com Jack até o parque. E até ontem esse compromisso parecia perfeito, mas agora quando cada átomo do meu corpo vibrava em preguiça e tudo que eu queria era voltar a dormir. Fora que Meredith e eu iríamos a uma exposição e eu ainda precisava terminar de limpar o apartamento. Olhei para os meus pés cheios de bolhas, em decorrência de usar tanto salto alto nos últimos tempos. e suspirei. Sapatilha era uma boa pedida para a noite. Tomei o restante do meu café, olhando para as fotos colocadas desajeitadamente na minha geladeira e para os desenhos que Jack fez na primeira vez que esteve aqui. Os desenhos me lembraram Ellie e do almoço que tive com Mabuchi.

Quando saímos da empresa senti os olhos de todos em mim. Talvez por paranoia, mas Ellie falava tão animadamente meu nome que era impossível não olharem para todos nós. Fomos para um restaurante indiano com um nome tão estranho que esqueci assim que o li. Uma coisa difícil de perder, no entanto eram os preços. Tudo era caro, e extravagante o que me deixava desconfortável.

Peguei o cardápio e engoli em seco com o valor da água. Onde já se viu água custar tão caro?

Com um timer perfeito, um garçom parou do nosso lado.

– No que posso ajudá-los? – perguntou, com um meio sorriso cansado.

Olhei dele para o cardápio e dei um sorriso tenso. Na minha bolsa havia a maravilhosa quantia de 12 dólares, e com os preços expressivos do restaurante, o máximo que eu comeria seria o ar.

Fechei o cardápio com indiferença, e o coloquei em cima da mesa.

– Nada para mim, estou sem fome.

Mabuchi ergueu a sobrancelha. Repeti o mesmo movimento.

– Papai diz que almoçar é importante! – Ellie disse, afastando o cabelo dos olhos. – Né pai?

Mabuchi riu em concordância, e eu balancei a cabeça sorrindo.

– Minha mãe diz a mesma coisa – e de fato ela me ligava em momentos aleatórios só para dizer isso. – Mas hoje eu não estou com fome.

Era Pra Ser VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora