Gregory Mabuchi, o carrasco

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A enquete que falei sobre o novo personagem começou... Ah, tem surpresinha no final...


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Cerrei os punhos, e rolei os olhos pelo que pareceu milésima vez, suspirando quando o telefone tocou novamente.

Eu sabia que era Tifanny sem nem precisar atender.

- Passe o tele...

- Agradecemos sua ligação - disse desligando.

Fitei a porta de Mabuchi, e por algum motivo que nem eu podia explicar senti vontade de rir. Abri minha caixa de emails, e lá pelo quinto email respondido notei um de Meredith.

De: Meredith Benson

Para: Jasmim Sinclair

Encontro? Estou supondo que essa alegria não tenha muito a ver com nossa ida à galeria do Brooklyn sábado à noite.

Droga eu tinha esquecido totalmente disso. Franzi a testa chateada com a sinuca de bico que tinha me colocado sem notar. Não precisou de muito tempo para escolher qual lugar ir no sábado. Meredith estava no topo da lista. Sempre. Will era legal. Realmente legal eu arriscaria dizer, porém eu não iria desmarcar um programa marcado com Mer por ele, talvez em outra hora se "isso" que temos evoluir. Balancei a cabeça em censura. Esse era meu problema. Sofrer por antecedência. Sequer tinha tido um encontro com ele, e já estava pensando além. Fechei o email de Meredith decidindo não responder. No meu intervalo eu passaria na livraria Spring e desmarcaria com Will. Instantaneamente meu pensamento vagou para Caio e de como ele detestava quando eu desmarcada algo com ele. Rolei meus olhos com amargura ao pensar nisso. Esse seria meu parâmetro para decidir se Will valia a pena ou não, afinal de contas qualquer pessoa que tivesse qualquer semelhança com Caio era o tipo que eu queria distancia.

O telefone mais uma vez tocou estridente mais uma vez, e o atendi irritada.

- Qual é o seu maldito problema? - reclamei. Tiffany além de esnobe, não entendia um não. Ou vários nesse caso.

- Qual é o meu o que? - Mabuchi indagou. Afundei na minha cadeira e suspirei.

Fale-me sobre meter os pés pelas mãos. - Estou indo na sua sala explicar - anunciei antecipando-o. Apesar do pouco tempo de convivência sabia que era o que me mandaria fazer. Coloquei o telefone de volta no gancho e soprei o ar para fora algumas vezes. Pouco mais de um mês e Mabuchi e todo o resto estaria fora do meu sistema - sussurrei antes de bater em sua porta - Sinceramente - ele disse assim que a abri. - Tenho medo da explicação que vai dar. É assim que saúda as pessoas que ligam para cá?

- Sim... - balancei a cabeça. -Quero dizer não todas.

Ele ergueu a sobrancelha e percebi que como sempre estava me afundando em uma explicação sem sentido. - Tiffany não parava de ligar, e - limpei a garganta pensando na palavra menos ofensiva para continuar. - Deus, ela sabe ser insistente - concluí. Insistente, arrogante, rude dentre outras coisas, pensei. - Acontece que não era Tiffany ligando caso não tenha notado.

Mudei meu peso de uma perna pra outra. Cristo quando eu pararia de fazer bobagem na presença deste homem?

- Sinto muito senhor - encolhi os ombros apologética. - Ela me tirou do sério.

Mabuchi passou a mão pelo rosto suspirando. - Toda vez que acho que chegamos a algum avanço a senhorita comete um novo deslize. Chegamos novamente ao ponto de partida. E se fosse alguém importante para a empresa ligando?

Anuí sobre seu olhar irritado. Ele tinha razão, mas em suma a culpa era em maior parte de Tiffany. Bufei. Se ela tivesse respeitado meus pedidos de ligar depois, eu não estaria nessa saia justa.

Tudo bem talvez eu tenha cometido um erro. Um enorme por sinal. Suspirei. Mulher chata, e insistente! A culpa era dela. Sim apenas dela. Eu estava apenas fazendo meu trabalho. Passei as mãos pelos cabelos. Talvez eu tenha sido efusiva demais. Fechei os olhos. Era só o que eu precisava.

Mais confusão.

A discussão interna na minha cabeça me lembrou de uma criança de três anos de idade, e isso foi o bastante para me fazer parar.

- Certo - assenti sentando. - Vou ser sincera. Achei que era Tifanny - gesticulei com a mão.

- Tifanny?

- Sim - balancei a cabeça com veemência. - Ela foi... Insistente.

Para dizer o mínimo.

- E? - ele instigou cruzando as mãos em cima da mesa.

Na antessala o telefone tocou, e suspirei. O maldito telefone não estava me dando descanso algum!

Pulei da cadeira, feliz com uma chance para fugir. - Eu atendo!

Atrás de mim, achei ter ouvido-o bufar.

-Secretaria do Sr. Mabuchi - atendi aos tropeços. - Em que posso ajudar?

- Hey Jasmim, é Megan da portaria. Tem alguém querendo subir.

Gemi baixinho.

Ela não faria isso...

- Quem é?

- Tifanny Lewis.

- Um segundo - grunhi e coloquei a chamada em espera.

Não me preocupei em bater na porta, uma vez que eu tinha deixado-a aberta apenas entrei.

- Tifanny está lá em baixo pedindo para subir. Posso liberar a entrada dela? - falei depressa e comendo as palavras como minha mãe diria. Eu estava toda bagunçada como se tivesse corrido uma maratona e não percorrido alguns metros.

Ergui a sobrancelha.

Seus olhos brilharam quase divertidos e sem me segurar eu comecei a rir. Novamente sem sequer saber o porquê, e para minha surpresa os lábios de Mabuchi ergueram para cima num sorriso porcamente contido, e então uma gargalhada irrompeu.

Que diabos estava de errado com nós dois?

Extra: Narração de Mabuchi

E então eu estava rindo, mas meu pensamento principal era de querer sacudi-la. Como supostamente eu tinha me envolvido em uma teia de aranha tão bem tecida como aquela?

Mas bom Deus, tudo que eu conseguia fazer era rir enquanto olhava para ela.

Porque diabos eu estava rindo?

Fechei os olhos enquanto me controlava.

Seinaru kami

Jasmim Sinclair era confusão.

Tossi uma vez para disfarçar minha gargalhada. Meus lábios simplesmente não me obedeciam, mas quando o fizeram notei imediatamente na fisionomia da senhorita Sinclair.

Seus olhos passaram de divertidos, para cautelosos.

Bom. Era melhor assim.

A maior parte da empresa não trocava mais do que dois olhares comigo, e quando o faziam por pura obrigação era assim que me olhava. Cautelosos. Eu já estava acostumado, e aprendi a ficar satisfeito com isso.

Eu, Gregory Mabuchi - o japonês de olhos pequenos - como certa vez ouvi alguém dizer no corredor era um carrasco segundo o boato que corria pela empresa.

Eu deveria premiar quem contasse a melhor história sobre o japonês engravatado.

Até agora, a que eu comia corações por tédio foi a melhor que já ouvi.

''A reputação de mil anos pode ser determinada pelo comportamento de uma única hora. ''

Provérbio japonês


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