Alguém quer café?

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Se pudesse me ver em um espelho tenho certeza que veria meus ouvidos soltando fumaça como em um desenho animado. Soltei o ar pelo nariz, e respirei fundo tentando me acalmar.

Mas que maldito!

Se meu chefe fosse meramente parecido com ele, eu estava indo ter sérios problemas. Das duas ou uma ou eu o jogaria da janela, ou jogaria a mim mesma para não cometer um crime. Por mais mórbido que esse pensamento possa parecer me fez rir.

Não demorei muito para encontrar o RH. Eu não diria que entrar em uma... Ou duas salas vazias quanta como engano. Para a primeira vez que eu colocava meus pés no lugar estava me saindo bem.

Agredindo engravatados arrogantes, invadindo salas vazias. Yeah me virando maravilhosamente bem.

No RH um homem de uns 50 anos com uma aparência intimidante me informou que além de pegar meu crachá eu deveria assinar um contrato de confidencialidade antes de começar oficialmente no trabalho. Ele leu em voz alta as cláusulas que achou de importância maior.

- Você disse 50 mil dólares? – engasguei. - 50 mil dólares?

Apesar de ter ouvido cada palavra com atenção, mas não me abstive de perguntar.

Na quebra desse contrato, estou ciente que terei que arcar com a indenização de 50 mil dólares...

- Algum problema? - O homem disse enfadonho.

- É um valor muito alto.

- Pretende quebrá-lo?

- Claro que não!- exclamei ofendida.

Será possível que todos que trabalham nessa empresa são arrogantes?

- Sendo assim não há o porquê de se preocupar. Assine.

Eu não vazaria informações a outras empresas, mesmo com a ausência de um contrato, mas engoli em seco quando aceitei a caneta que ele me oferecia e assinei meu nome no final da última folha. Se algo desse errado a culpa seria minha, e mesmo que eu vendesse um rim, e mais alguns órgãos ainda assim não teria dinheiro o bastante para tal valor.

- Acabamos?- falei vendo-o checar minha assinatura.

- Sim. Acabamos senhorita.

Suspirei aliviada, levantando-me.

- Bem, obriga... - nem me dei ao trabalho de terminar minha frase, uma vez que o homem começou a fazer alguma coisa em seu computador.

Rolei os olhos e sai.

Chamei pelo elevador que felizmente não demorou a vir, e ordenei pela milésima vez que meus nervos se acalmassem. Dessa vez não tive companhia alguma até chegar ao meu destino.

O vigésimo segundo andar.

- Não estrague tudo - murmurei em voz alta quando as portas se abriram revelando o que servia de antessala ao escritório de Gregory Mabuchi.

A primeira coisa que me chamou foi à decoração clean e impecável. Absorvi os detalhes seguintes com uma sede curiosa. O computador gigante na minha mesa me deu um pequeno receio de tocar e quebrar de alguma forma. Não me surpreenderia comigo sendo tão desastrada.

Larguei minha bolsa perto do pé da mesa indecisa sobre o que fazer a seguir.

Ir me apresentar? Ou esperar por ele tomar a iniciativa?

Apresentar-me- decidi depois de um pouco de discussão interna.

Bati na porta e esperei por uma resposta. Nenhuma venho, e eu abri a porta do mesmo jeito encontrando-a vazia.

Era Pra Ser VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora