Paralyzed | Michael Clifford

capítulo 54

Me perdoem pois esse despacho da história tomou um rumo maior do que eu esperava. 😅 espero que gostem e não liguem para os erros de digitação, ainda não revisei!

- eu imagino que deve ser difícil viver todos os dias com o que aconteceu...- Abigail diz visivelmente entristecida. Ela nunca compartilhava sobre o seu trágico passado com ninguém, a não ser com a terapeuta que era obrigatório no lar onde a jovem passou alguns anos. Com seu pai preso e culpado pelo que aconteceu, sua mãe infelizmente veio a falecer. Era apenas ela.

- eu sinto muito todos os dias por isso...- a morena desabafa com Rachel, que paciente, apenas houve as palavras. Não há julgamento. Ela sabe que foi uma grande fatalidade, mas sabe também que para Abigail é um grande fardo para carregar, principalmente sozinha.

- nunca sinta! Não sinta por isso, tudo bem? Você não deve carregar esse fardo.- a loira diz com sinceridade. Abigail suspira, um tanto aliviada e finalmente se rende ao abraço reconfortante da esposa de Michael.

- saiba que quando estiver pronta para poder estar frente a frente de Michael, sem que ele esteja dormindo, claro.- Rachel diz de bom humor fazendo a jovem gargalhar.- o conhecendo tão bem, eu sei que ele ficará feliz de te conhecer.

- tudo bem, obrigada!- ela agradece com um sorriso no rosto. Abigail finalmente pôde sentir como se alguém tivesse tirado um peso enorme dos seus ombros.

- eu preciso ir, Rachel.- ela se despede com um rápido abraço na mulher.- eu passo amanhã no quarto de Michael, antes do meu turno.

- certo, ficamos aguardando por você.- Rachel sorri e a garota acena positivamente antes de deixar o corredor daquela área hospitalar. A mulher estava contente a respeito de Abigail. Ela pode perceber em seus olhos que, finalmente, houve um processo na conversa das duas.

[...]

- eu no lugar dela, me sentiria assim também, infelizmente...- Yasmin é quem diz, após a conversa com a mãe e o pai, sobre a história de Abigail.

- mas ela não tem culpa, não mesmo!- Alice reforça e os pais acenam positivamente. Michael havia lidado incrivelmente bem com a situação, mas ele mesmo se colocava no lugar da jovem garota.

- essa tarde, ela virá para poder conhecer vocês.- Rachel sorri e entrelaça sua mão com a de Michael, que estava deitado com as duas garotas sentadas ao pé da cama e sua esposa ao seu lado. Ela é tão realizada com a maturidade de Alice e Yasmin com tudo o que acontecia, elas tinham tudo para se revoltarem. Mas ao contrário, elas se colocavam no lugar de Abigail.

O progresso de Michael naquela semana tem sido maior. Com a fisioterapia respiratória frequentemente, hoje ele conseguiu aumentar para vinte minutos respirando sozinho. Rachel estava mais confiante ainda sobre o resultado da nova tecnologia.

A fisioterapeuta deixa o quarto após uma longa jornada de exercícios respiratórios, deixando o casal sozinhos naquele final de tarde. Michael estava deitado, quase sentado, tendo a visão completa do quarto onde estava pela terceira semana seguida. Rachel se aproxima, levantando as mangas de um dos moletons que havia pego do closet de Clifford. Segurando sua mão esquerda e apreciando sua aliança, ela sorri, erguendo seu braço para cima e para trás. Movimentando as articulações imóveis de seu corpo.

- você sabe que há* profissionais para isso, não sabe?- Michael questiona para ela. Ele não estava reclamando, mas sua esposa grávida poderia ficar um pouco menos preocupada com os afazeres de seu corpo.

- eles não fazem com tanto amor como eu!- Rachel responde de bom humor, tirando um gargalhada falha do loiro a sua frente.- aliás, não quero compartilhar das nossas rotinas com mais ninguém. Eu sou mesquinha em relação ao amor da minha vida.

A loira dá de ombros e Michael sorri com o comentário da esposa. Não há tempo ruim para Rachel, nunca. Ela sempre esteve lá, por ele e para ele. Por isso ele é grato.

- eu estou entrando...- Rachel ouve a voz de Abigail após uma batida na porta. Timidamente a morena adentra no quarto, mas se mantém quieta no canto. As mãos entrelaçadas a frente de suas pernas e seu olhar hesita em estar em contato com Clifford.

- Abigail, obrigado pelas flores.- é Michael quem diz.- você tem bom gosto.- Rachel acena se aproximando da garota, a abraçando gentilmente.

- estou feliz que tenha gostado!- ela sorri para ele.- eu sei que elas não podem mudar o passado e o que aconteceu... mas eu precisava dizer que eu sinto muito.

- está tudo bem, você não tem* que se culpar por isso, de verdade.- com sinceridade, Michael diz para Abigail que sem hesitação, se aproxima mais ainda da cama hospitalar dele.

- espero que um dia você possa suspirar aliviada e saber*, realmente, que o que houve comigo,* não tem haver com você.

- eu adiei tanto esse momento. Eu hesitei em te mandar mensagens, que nunca pudesse ler. Eu queria me desculpar de alguma maneira.- Abigail finalmente desabafa.- quando eu soube de sua cirurgia aqui no hospital, eu sabia que não poderia deixar essa oportunidade passar.

- está tudo bem, realmente.- Michael garante novamente, mesmo sabendo que poderia não ser o suficiente para a garota.

- você está trabalhando* aqui a muito tempo?- ele questiona curioso. A morena um pouco mais confiante em si, conta que está completando seu sexto mês de residência. Michael volta a questionar sobre o seu trabalho e até mesmo sobre sua família, que com muito orgulho ela a elogia.

- meus pais me adotaram quando todos os outros não me queriam.- o loiro nota um brilho no olhar da morena.- eu estava traumatizada e acabava de completar dez anos, quando Nancy e Peter me adotaram.

- e olha onde você chegou!- Michael completou contente.

- eu cheguei a um lugar que não imaginava que poderia.- Abigail diz com sinceridade.

- nunca deixe que as pessoas* a julgue sem conhecê-la verdadeiramente.

- obrigada, Michael!- ela sorri.- eu sempre imaginei como era poder estar no seu lugar, mas sei também que a realidade é ainda maior. Por isso, eu estou aqui para tentar amenizar a situação de alguém com lesão, mesmo que tenha 1% de chance.

- continue, Abigail. Continue, você e os seus colegas podem chegar longe com todas as novas tecnologias e estudos.

Abigail sorri e acena positivamente. Ela sempre soube que quis estar naquela profissão para poder ajudar e a melhorar ainda mais a qualidade de vida de pessoas com alguma deficiência física. E ela sabia que estava no caminho certo, talvez, algum dia, possa até mesmo comemorar com esperança Michael andando novamente.