Capítulo 04- Antonella

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-E foi isso....
Fim da história, satisfeita?

-  Eu já disse que odeio o seu irmão? Já disse o quanto ele se acha, ele é um imbecil, como ele pode dizer que eu dei motivos pra ele me odiar mais ainda? Eu, euzinha aqui Ella, que odeio ele mais do que ele imagina.

- Sério isso? De tudo que acabei de lhe contar, você só sabe me dizer que odeia o meu irmão.

Maluh vai em direção a minha cozinha e abre a geladeira.

- Tem como ser diferente me diz?! Eu me preocupo com você, e ele age como se eu fosse ruim pra irmãzinha dele.
Bastardo idiota de uma figa.

- Vocês dois são idiotas, eu nunca vi dois seres tão incríveis e tão cabeça dura.

- Não quero falar mais dele tá bom?
A gente vai pra inauguração da balada no centro.

- Não, não vou, não quero, não tenho interesse nenhum de sair do meu quarto e ir pra uma balada, sem chance Maria Luiza.

- Poxa Ella, tu sabe como eu quero ir, eu falei um monte de vezes dessa inauguração, a gente vai sim.

- Não, eu não vou.
A indignação que Maluh faz , me leva a acreditar que ela não vai desistir fácil.

- Iremos sim, e vamos pra ala vip querida, já acertei tudo.

- Você não fez isso sua maluca- Ah Antonella, pode apostar que fiz, e  trate de comprar meu sorvete, já acabou.

- Eu vou lhe matar garota, e compre você o seu sorvete, não tenho culpa se você já acabou com o pote que comprei.

Maluh se encontra no sofá, fazendo o maior drama, depositando sua mão em seu peito.

- É sua obrigação comprar sorvete pra mim ok?!  Agora eu já vou porque  preciso conversar com o síndico do meu prédio.

- Não vai me dizer que sua vizinha aprontou de novo com aqueles bichos que ela cria no apartamento.

- Maluh caminha até a porta e antes de abrir, olha em minha direção.

- Aquela bruxa soltou o cachorro dela e ele entrou no meu apartamento e mordeu meu sapato, o sapato Ella que eu comprei naquela viagem que fomos a Madri.

- Ah meu Deus, definitivamente essa mulher não pode morar nesse prédio com esses bichos.

- Eu vou fazer um protesto se continuar, ou sai ela, ou saio eu.

Maluh bate a porta sem que me dê tempo, de dizer para que ela pense direito no que vai fazer. Se ela sair desse prédio, vai ser um baque para ela, afinal foi seu pai que comprou esse apartamento e lhe presenteou quando ela tinha 19 anos. Hoje Maluh se encontra com 24, um ano a menos que eu, sei que não vai ser fácil, caso ela saia de lá.

HORAS DEPOIS

-Pra quem não queria sair,  tá arrumada demais, quer matar quem hoje?

Maluh entra em meu quarto , viro para encara-la e vejo o quão bela estar. Vestido  justo na cor vinho e um conturno preto em seus pés.

Já eu, estou com um vestido preto, com um decote V, e um scapan da mesma cor.

- Eu não quero matar ninguém , apenas resolvi me produzir para mim mesma.

- Se você encontrar um gato, não ouse dispensa-lo ouviu?!

- Já disse que não quero me envolver com ninguém Barbie.

- Deixa disso Ella, tu não pode se reprimir assim, você precisa viver.

- E estou vivendo...
Comigo mesmo e com uma melhor amiga chata á qual encontrei no caminho.

- Hahaha! Nem vem, eu quero que  você encontre um amor, alguém que tire todo ar de seus pulmões, que faça você fazer loucuras, que faça turbilhões de sensações crescerem em seu peito.

Pego minha bolsa, com o olhar de Maluh me queimando, será que ela não entende que eu não nasci para amar ninguém.

- Você está assistindo série demais sabia? Eu não quero ninguém e muito menos sentir tudo isso que você falou.

- O que você faria se você se visse desse jeito que citei?

- Óbvio! Antes de chegar a esse ponto, pode ter certeza que já renunciei.
Amar não é pra mim, você deveria saber disso.
Pego minhas chaves e tranco a porta, nos direcionamos ao elevador. Já que resolvi vim me arrumar no meu apartamento.

- O que você deveria saber, é que ninguém consegue viver sozinho a vida toda.

Pode não ser agora, mas, quando você encontrar alguém que lhe tire o ar, tu saberá que nada pode ser como antes.

- Você deseja um amor assim Luh?
O olhar dela vai para seus próprios pés, e sei quando ela se sente desconfortável com algo, me pergunto se devo continuar com essa conversa.

- Eu desejo ser amada como meus pais se amaram Ella, a forma que eles se protegiam, que cuidava um do outro, eu via o amor neles, sabe porque eu via?

Sinto seus olhos lacrimejarem. E um aperto em meu coração se torna grande, eu sei a resposta dessa pergunta, e eu não tenho dúvidas em dizer. Pego em suas mãos e digo.

- Porque você é o fruto desse amor!
Eles não estão mais aqui amiga, mas, deixou o amor deles em minha vida, em cada canto que você passar, tu sempre espalharar essa alegria,  o carisma, sei o quão orgulhosos eles estão de você.

- Droga! Você reverteu mais uma vez a conversa que era direcionada a você, como você consegue heim?

-  Não mentir em nada que falei, agora vamos, antes que eu desista.

- Não deixaria você desisti você sabe né?
Sei o sentido duplo que essa pergunta tem e  não me surpreendo em ouvi isso dela.

- Sei que não!
Vamos de carro ou de táxi?

- Melhor de táxi, afinal eu quero voltar muito bêbada.

O sorriso cínico dela, faz- me pensar que essa noite não vai sair como eu esperava.

- Então vamos beber! Hoje não me privarei de nada. - Assim que se fala Antonella Morgado.

Entramos no táxi , e me pergunto se realmente eu deveria estar aqui, mas, logo penso que nada pode acontecer de diferente, afinal, é só uma inauguração, nada demais.

- Hoje a noite será uma criança Ella!
Riu, da forma que ela fala, como se tivesse ganhado o melhor presente do mundo.

- É...
Hoje será Luh!
Espero de verdade não me arrepender.

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