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Bruno
Alguns dias depois...

A pior semana da minha vida, eu andava pilhado com tudo que estava acontecendo. Carla estava marcando em cima o tempo inteiro, mandava mensagem, vivia na minha cola.

Meu pai e eu acabamos discutindo todos os dias, principalmente por ele ter planejado tudo com a Carla. Eu estava me sentido sujo, como se eu tivesse aprovando tudo isso, mas não! Eu nunca faria isso com a Letícia, nunca me sujeitaria a isso se não fosse essa bendita ameaça que ela corria risco.

Hoje era sexta feira e eu só queria curtir com a minha morena, não queria lembrar daquela porra por mais nenhum minuto, mesmo sabendo que no dia seguinte era o tal dia do meu inferno.

Hoje preparei tudo na minha cabeça de levar a Letícia pra uma noite especial só nós dois. Quero poder ficar pertinho dela, saber que ela vai estar nos meus braços, tendo certeza que ela não vai fugir de mim.

Terminei de fechar a loja com o Breno e fomos pra casa, pegando um trânsito infernal de sexta-feira de todo sempre.

Chegamos em casa se passando das sete, sendo que eu tinha combinado de pegar ela às 20:00h lá na favela. Ela não sabia pra onde a gente ia, mas ela também queria um momento só nosso.

Meus pais estavam jantando quando botei o pé pra dentro, fazendo os dois me olharam de imediato. Minha mãe sorriu vindo dar um abraço em mim e no meu irmão, onde meu pai só me encarou e eu desviei o olhar não conseguindo contato.

Não conseguia olhar pra cara dele de sínico e achar que estava tudo bem. Ele só pensou nele, cagou pros meus sentimentos quando eu revelei tudo dizendo que eu amava a Letícia, ele riu da minha cara, não dando importância.

Beijei a cabeça da minha mãe e subi pro meu quarto, deixando aquela parada invadir minha mente, fazendo com que o meu peito apertasse e com a mente girando. Já não basta eu estar atormentado o tempo inteiro e ainda por cima conviver com ele na mesma casa.

Escolhi uma roupa pra sair e fui pro banho. Me ajeitei fazendo tudo rápido, porque eu ainda tinha que pegar a Letícia na barreira. Coloquei minha roupa, meu tênis e por último meu perfume. Me olhei no espelho arrumando meu cabelo, finalizando antes de partir.

Peguei minha carteira com a chave do carro e desci pro andar debaixo, vendo Breno jantando com a minha mãe.

Leila: Vai sair? — me perguntou se levantando um pouco surpresa.

Bruno: Sim! — falei olhando pro Breno que já sabia de tudo, mas com certeza não falaria nada.

Leila: Pra onde? Toma cuidado Bruno! Não esquece que amanhã nós temos um jantar de negócios que seu pai comentou. Ele quer vocês presente nele! — concordei sem dar trela pro assunto, porque eu sabia que eu poderia soltar tudo.

Saí de casa ligando o som do carro, escolhendo uma playlist legal até o caminho da favela. Meu pensamento tava apertado, eu estava me sentindo angustiado, um sensação ruim. De uma semana pra cá, voltou toda aquela sensação de estar botando a minha vida no fundo do poço.

Me despertei quando estava se aproximando da favela, me distanciando um pouco da entrada e mandando mensagem pra Letícia, que na mesma hora disse que estava descendo. Fiquei ali rolando o Instagram até que ela abre a porta e entra no carro toda cheirosa.

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