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Bruno

Bruno: Cê não precisava tratar a mulher daquele jeito né Letícia? — falei assim que entramos no apartamento, vendo Kamila na cozinha preparando alguma coisa.

Letícia: É sério que você vai passar pano pra ela? — falou incrédula não acreditando nas minhas palavras, com uma cara de raiva sobre mim.

Bruno: Claro que não amor, só achei que você pegou pesado. A mulher só foi educada pô! — falei de boa fazendo ela sorrir falsa, cruzando os braços querendo me matar.

Letícia: Não quero me estressar com você Bruno! — apontou pra mim, botando as coisas no sofá de cara fechada. — Bota ele na sua cama, que depois dou banho nele! — concordei vendo ela indo pra cozinha com a Kamila, que estava concentrada em picar alguma coisa lá.

Segui pro quarto colocando ele com delicadeza sobre a cama, vendo meu coração acelerar em ver meu filho, percebendo o quanto a gente aprende a amar um ser tão pequeno.

Um ser que chega e muda tudo! Muda sua rotina, muda seus pensamentos, muda seu jeito de ver a vida!

Eu não sabia como descrever todo meu amor por ele, mesmo que não tenha acompanhado seu crescimento, mas era uma conexão foda entre a gente.

Eu quero poder fazer de tudo por ele, quero que ele me tenha como seu melhor amigo, quero ser aquilo que meu pai nunca foi pra mim!

Voltei pra cozinha deixando ele lá descansando, onde passei por trás da Kamila dando uma pedalada na sua cabeça, fazendo ela tentar me chutar com uma raiva tremenda, sabendo que ela odiava quando eu fazia isso.

Kamila: Idiota! — falou puta, fazendo eu gargalhar da minha hamster preferida.

Bruno: Também te amo irmãzinha. — debochei parando atrás da Letícia, cheirando seu pescoço e rodando meus braços na sua cintura, vendo ela mexer na panela ainda muito brava. — Saudades de você amor, não fica brava comigo! — falei baixo sentindo ela me empurrar com bunda pra trás, não querendo minha aproximação.

Letícia: Sai Bruno, tô com raiva da sua cara! — falou puta, fazendo Kamila gargalhar alto jogando a cabeça pra trás.

Kamila: Toma otário! — apontando com a faca pra mim. — O que rolou hein? — olhou de relance pra Letícia enquanto eu pegava um copo de água, só escutando Letícia soltar a raiva que ela estava da mulher.

Letícia: Uma vizinha de vocês dando em cima dele na cara dura, acredita? — falou alterada, vendo o quanto ela é ciumenta também, fazendo eu prender o riso por ver ela com ciúmes de mim.

Kamila: Uma loira? — perguntou interessada, fazendo Letícia assentir na hora. — Ah mais essa é uma vadia! Vive dando em cima de todos os homens! — falou na lata, onde olhei de imediato pra ela, não acreditando que ela falou isso. Em vez de ficar do meu lado, fica enchendo a cabeça da Letícia de minhoca!

Bruno: Mas eu não dou moral, fico na minha pô! Só fui educado em responder! — botei o copo na pia. — Eu já tenho a minha dona... — ia me aproximando fazendo Letícia me encarar possessa, só fazendo eu parar no meio do caminho com aquele olhar matador.

Letícia: Sai da minha frente, vai tomar banho, vai jogar vídeo game, evapora, faz o que você quiser! — não deixou eu me aproximar, onde saí dali indo pro banho, sabendo que ela tava sem paciência nenhuma.

Letícia quando tá brava sai de perto, fica pior que uma onça. A mesma ainda diz que não tem tanto ciúme, imagina se tivesse...

Tomei meu banho relaxado, escutando um falatório maior na sala, sabendo que era o Vitor quando chega em qualquer lugar. Me vesti rápido olhando pro meu filho que ainda dormia pesado, sabendo que ele adorava ficar pela favela, vendo o quanto ele aproveita cada instante e chega cansado por aqui.

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